O GLACIAR GREY
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- joaquimnery
- 9 de maio de 2018
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- Chile
08 de março de 2018
Na noite anterior tivemos uma palestra com a equipe de animação do Patagônia Camp, que nos alertou a respeito das condições do tempo para hoje. A previsão era que teríamos um dia com muito frio, chuvas e nebulosidade e por isso eles desaconselhavam os passeio com longas caminhadas. Optamos por fazer o cruzeiro para o Glaciar Grey.

No Parque Nacional Torres del Paine existem várias opções de passeios que podem ser feitos em longas caminhadas ou de carro com paradas nos principais pontos e mirantes. Como teríamos apenas dois dias inteiros no Parque, decidimos otimizar os passeios e fazer o que havia de mais importante.

Torres del Paine é uma Reserva da Biosfera da UNESCO. Possui paisagens maravilhosas. O principal atrativo do Parque são os 250 km de trilhas muito bem sinalizadas utilizadas pelos aventureiros. No centro das trilhas aparece o grande maciço granítico das Montanhas Cuernos e das Torres del Paine, símbolos da região. Os passeios também podem ser feitos de carro, a cavalo ou a bordo de catamarãs.

A principal trilha do Parque é o Circuito “O” ou Sendero El Circuito, que dá a volta completa no maciço Paine. Para quem faz a trilha caminhando são de seis a oito dias a depender do ritmo do andarilho. Essa é uma trilha difícil.

A trilha mais popular é o Circuito W, que a pé pode ser realizado em quatro dias e satisfaz plenamente pois leva os visitantes aos pontos mais procurados do Parque: As Torres del Paine, que é a foto mais importante e ponto principal, o Vale do Francês de onde se tem belas paisagens dos maciços e das Montanhas Los Cuernos e o Glaciar Grey.

Saímos do hotel em direção ao Hotel Glaciar Lago Grey. No caminho bordejamos o Lago del Toro, onde fica o Patagonia Camp, o maior dessa zona do Parque Nacional, com 202 km2 de superfície e até 320 metros de profundidade. É um lago de origem glacial que oferece aos visitantes uma série de alternativas de passeios e contemplação. Os arredores do Lago possui uma topografia ondulada com belas paisagens.

Fizemos uma primeira parada técnica no Centro de Visitantes, onde o guia paga as taxas necessárias e oficializa a nossa entrada. Do Centro de Visitantes, temos uma vista maravilhosa dos Cuernos del Paine, um dos mais belos cartões postais do Parque. A primeira vista dos blocos de granito emociona.

Los Cuernos domina a paisagem do Parque Nacional Torres del Paine, é formado por três picos de granito com mais de 120 milhões de anos, que fazem parte do Maciço Paine. Os picos foram esculpidos pela ação da erosão dos glaciares, dos ventos e das chuvas ao longo desse tempo geológico.

Seguimos adiante até o Hotel Glaciar Lago Grey, na parte final do Lago e voltado para o glaciar, serve de ponto de apoio a quem segue para visitar o gigante de gelo ou mesmo como uma localização estratégica por ficar numa das pernas do Circuito W. O hotel tem um serviço simples e custos elevados. É de lá que sai o passeio de catamarã até a borda do glaciar.

A partir do Hotel, pegamos um barco secundário até uma faixa estreita, no meio do Lago, que eles chamam de “praia”. O tempo estava muito frio e chovia bastante. Chegamos na “praia” e tivemos que ficar esperando, no frio e na chuva até que o catamarã estivesse liberado para subirmos a bordo.


O Lago Grey é emoldurado pelo Maciço Paine. Possui águas cinzentas turvas em função dos sedimentos que recebe do glaciar. Na sua área mais profunda, chega a mais de 500 metros. Nos entornos do Lago fica o Campo de Gelo Patagônico Sul de onde nascem vários glaciares.

O Glaciar Grey fica no final do Lago, está recuando muito rapidamente. Desde o ano 2.000 a taxa de recuo aumentou em 50%. É um dos maiores e de mais fácil acesso da Patagônia Chilena, possui 19 km de extensão, 6 km de largura e mais de 30 metros de altura na sua borda.

As morenas naturais e o paredão azul do seu frontal são as maiores atrações do glaciar. Frequentemente ele está cheio de icebergs que se desprendem das paredes de gelo e flutuam até o final do lago.

O tempo estava muito ruim, mas foi melhorando gradativamente ao longo do passeio, possibilitando um belo momento de contemplação ao lado da parede do glaciar.

Os glaciares são formados a partir da compactação da neve que se transforma em cristais de gelo que vão sendo compactados ao longo do tempo. Possuem uma coloração azulada e formas variadas, transformando a paisagem num momento mágico. A massa de gelo avança e sofre contrações em épocas diferentes, a depender do maior ou menor acúmulo de neve no inverno. Pode ter centenas de quilômetros de extensão e centenas de metros de espessura. Todos os anos as nevascas renovam parte da massa de gelo derretida. As geleiras, ao longo dos anos, escorrem lentamente pelas encostas das montanhas, como consequência do seu peso.

Depois da visita ao Glaciar Grey, voltamos ao Patagônia Camp onde tivemos um jantar espetacular e pudemos contar as histórias desse dia maravilhoso no Parque Nacional Torres del Paine.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (2)
ROMANO ZAVALLONI
10 maio 2018Ótimas fotos, belos lugares e passeios muito interessantes.
Ainda vou conhecer um pouco a região sul da América do Sul.
Grato pelo envio da reportagem.
Anônimo
10 maio 2018Muito obrigada pelas “gélidas” partilhas, que aquecem o coração e a alma.
Cumprimentos.