VARANASI – A cidade dos Deuses
- 3078 Views
- joaquimnery
- 13 de outubro de 2010
- 8
- Ásia Índia Destaques
Ficamos hospedados no Hotel The Gateway de excelente qualidade. Saímos à tarde para um tour panorâmico pela cidade. Varanasi é conhecida como Kachi, cidade da luz. Está situada na margem oeste do Rio Ganges e é a cidade hindu mais sagrada da Índia, com tradições religiosas que remontam a mais de 3 mil anos.
Varanasi é a cidade de Shiva, mas a impressão que temos é que é de Todos os Deuses. Não conheço outro lugar no mundo de tão intensa religiosidade e isso se vê em todos os becos e cantos de Varanasi.

A Índia é um dos países mais religiosos do mundo. Induístas, budistas, jainistas, siquistas, muçulmanos e cristãos convivem, nem sempre de forma pacífica nesse país onde existem milhões de Deuses, a sensação que temos é que por aqui todas as coisas e sentimentos são Deuses. De todos eles Shiva é um dos mais adorados e respeitados e Varanasi é a cidade de maior veneração.

A presença de Shiva e da deusa Ganges faz de Varanasi uma cidade de religiosidade máxima. Ela não é famosa pelos templos e sim pela grande manifestação espiritual que possui.
Durante o tour panorâmico deu para perceber que Varanasi é uma cidade confusa e que reúne milhares de peregrinos durante todo o ano. Visitamos o Templo da Mãe Índia, um templo dedicado à deusa Índia. Esse templo possui um imenso mapa no centro com toda a formação do relevo do país.


Na seqüencia, passamos pela universidade de Varanasi e seguimos em direção às Ghat para assistirmos às manifestações religiosas.

As Ghat correspondem às escadarias do Ganges, ladeadas por templos e santuários, onde acontecem as manifestações religiosas e em muitas Ghat as cerimônias de cremação, cobrem mais de 6 km às margens do Rio Ganges. Chegar ao centro dessas manifestações é uma experiência incrível, pois milhares de pessoas se dirigem ao mesmo destino todos os dias. Ladeadas por templos e santuários, as Ghat ecoam o ciclo interminável de rituais hindus.


Pegamos um barco para assistirmos à cerimônia do entardecer. Seguimos até um centro de cremação nas margens do Ganges, onde as fogueiras são colocadas lado a lado para o culto de cremação dos mortos.


Voltamos para a cerimônia do culto religioso para a Deusa Ganges. Assistimos o início do culto no barco e depois nas escadarias da Ghat. A cerimônia é embriagante. Impossível não se deixar levar pela energia que emana daquele lugar. As pessoas, turistas ou não, ficam absolutamente envolvidas pelos sons, cânticos e luzes das cerimônias.

Após a cerimônia voltamos ao hotel. A saída das Ghat é um caos absoluto. Milhares de bicicletas, pessoas, motos, tuc-tucs, carros, etc, num ambiente absolutamente diferente. Em volume de pessoas, a sensação é que ali acontece um “carnaval de salvador” a cada dia.

Varanasi não é uma cidade de templos e sim de espíritos.
Jantamos no excelente restaurante indiano do Hotel
13.03.2010
Acordamos às 5h para visita às Ghat pela manhã. Pegamos um barco e fomos para o rio assistir as pessoas se banharem no rio Ganges no nascer do sol. Mais uma vez impressiona a religiosidade hindu.



O nascer do sol no Rio Ganges observando os rituais de adoração religiosa daquele povo é algo inesquecível. Os barcos vão passeando pelas Ghat enquanto as pessoas pagam promessas ou simplesmentes banham o corpo na água do rio sagrado, para obterem graças nas suas vidas.



Seguimos depois pelas ruelas imundas ao lado das Ghat para chegar ao templo de Shiva, o Vishwanath, onde não podemos entrar, mas apenas observar do lado de fora. Lá dentro, mais demonstração de intensa religiosidade.
O caminho dos becos até o Templo de Shiva é algo inesquecível e às vezes assustador. Becos de 1,5m de largura onde você divide o espaço com vacas, macacos, mendigos e sem nenhuma higiene básica. Num determinado momento temos que deixar todos os pertences para continuar em direção ao templo. Só podemos seguir com dinheiro e passaporte e nada mais. Deixamos tudo (máquina fotográfica, celular, bolsas, etc.), enrolado num tapete de uma loja do beco. Na volta estava tudo lá sob a proteção de Shiva.
O templo possui uma cúpula com 990 kg de ouro e fica num local escondido e com acesso deprimente.
Depois fomos para o aeroporto para pegarmos um vôo para Katmandu.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (8)
joaquimnery
05 jun 2013Olá Cris,
Adorei o seu depoimento e testemunho. Varanasi é um dos lugares mais impressionantes que já visitei. A energia antropológica que paira no ar é única.
Um abraço,
Quinho
Cristina Baumgarten
05 jun 2013Lindas fotos e deliciosos relatos! Dá saudade desta terra encantada, onde estive em 1989, em viagem prevista para durar 03 semanas que se estendeu por quase 4 meses. Em Varanasi, passei alguns dias em uma pousadinha sem-estrelas onde ocupava o espaço mais barato: um armário com chave para guardar a bagagem de dia, e uma cama de armar na lage, disponível a partir das 18 horas. Dormíamos sob a luz das estrelas. Aos primeiros raios de sol, um luxo ocidental: café com torradas, manteiga e geléia, servido na cama. Logo depois, caminhada coletiva até as Ghats para passeio de barco. Para os mais “corajosos” – ou imprudentes, banho no Ganges (ah, sim, posso dizer com orgulho: eu nadei no Ganges!)
Maria Helena Vieira
19 mar 2013Estou encantada com a India(Varanasi),sou muito apegada em coisas antigas,esse costume mim fascina,um dia quem sabe vou lá.
joaquimnery
01 maio 2012Olá Alexandra,
Que bom que você gostou. A Índia é um lugar encantador e apaixonante. Os lugares de visitação turística são muito bem cuidados apesar da pobreza dos entornos. Espero que você aproveite bastante a sua viagem.
alexandragramos
01 maio 2012Estou aqui apaixonada pelo relato dessa viagem surpeendente. Tenho uma viagem marcada para esse distino e estou aqui me enriquecendo com informações preciosas para minha viagem. Obrigada por partilhar algo tão gostoso com todos nós. Suas dicas, com certeza, me ajudarão muito.
joaquimnery
19 out 2010Por incrível que pareça, apesar da intensa poluição que mata aos poucos o Ganges, não tem mau cheiro. a desordem é total.
Viviane de Santana Vidal
19 out 2010Fotos Lindas. Mas em muitas delas dá para ver um pouco de “desordem”.
Curiosidade: Não tem mau cheiro?
Beijossss
Cati
15 out 2010Sensacional, Quinho!
Posso imaginar um sentimento diferente nesta cerimônia.
beijos