A SERRA DO CORVO BRANCO
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- joaquimnery
- 6 de janeiro de 2019
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- Brasil Santa Catarina
27 de julho de 2018
O Hotel Serra Bela Hospedaria Rural, onde estávamos hospedados em Urubici, fica na estrada que leva à Serra do Corvo Branco, uma das atrações principais que planejamos visitar nessa viagem a Santa Catarina. Saímos do hotel e pegamos a direção da Serra. No caminho, paramos para visitar a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, uma atração importante da região da Serra Catarinense.

A gruta é um local de peregrinação religiosa, fica a 10 km do centro de Urubici, na localidade de Santa Terezinha, numa área de vegetação natural cercada de paredões rochosos e com uma pequena cascata com mais de 10 metros de altura, que cria um ambiente mágico para o sítio.

Na gruta existe um altar e uma pequena estrutura para missas e orações. Dezenas de imagens, fotos e agradecimentos foram sendo colocadas ali pelos fiéis que visitam a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. A primeira imagem a ocupar esse espaço foi a da Santa, colocada ali em 1944.


Saímos da Gruta e fomos adiante para a Serra do Corvo Branco. São 27 km pela rodovia SC-370, a partir de Urubici até a tomada da Serra pela parte de cima. O fluxo de veículos é pequeno, porque a estrada está parcialmente destruída e é utilizada basicamente por turistas. Essa foi a primeira estrada a ligar a região serrana ao litoral, porém hoje não é mais utilizada pelo fluxo normal de veículos.

O nome Serra do Corvo Branco se deve à presença na região dos urubus-rei, uma ave de plumagem branca com alguns detalhes coloridos, hoje, muito difícil de se ver e que, foi confundida no passado, com corvos. Já na chegada da parte mais alta da tomada da serra, os carros costumam parar para admirar a grande fenda que existe na rocha, por onde passa a estrada. Muitos visitantes param o carro na parte de cima e descem a pé os 300 metros que passam por dentro da “garganta”.

A “garganta” é uma imensa fenda, com 90 metros de altura, por onde a estrada passa. É considerado o maior corte em rocha arenítica do Brasil. Na parte de baixo da fenda existe um pequeno mirante, onde alguns carros param para fotografar a serra e muitos retornam daí, não se aventurando com a descida, pelas condições ruins da estrada.

Não foi o nosso caso. Descemos a serra, com uma pista estreita, com curvas muito acentuadas e parcialmente destruída. É necessário seguir bem devagar e com a máxima atenção. O fato de não estar chovendo naqueles dias ajudou bastante, pois é comum haver queda de barreiras na estrada da serra.

A estrada da Serra do Corvo Branco já foi considerada a mais perigosa do Brasil, mas hoje o movimento de veículos é muito pequeno. Quando chegamos na parte de baixo da descida, descemos do carro e pudemos admirar a paisagem e a imensidão da serra majestosa.

Fizemos a volta e subimos novamente a serra. Quando passamos pela fenda pudemos observar um dos fenômenos do Aquífero Guarani, o maior reservatório de água subterrânea do planeta, pois passamos por dentro dele. Do lado direito de quem sobe pela fenda, o paredão da rocha está sempre úmido, pois a água do aquífero fica permanentemente minando. O aquífero está sobre uma base rochosa com inclinação geral no sentido leste-oeste e por isso mina apenas de um lado.

Compramos queijos e salames numa barraquinha que fica ao lado do mirante da serra e nos despedimos dessa maravilha da natureza.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
mariel
06 jan 2019Booommm