Konya, a Terra dos Dervixes
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- joaquimnery
- 4 de dezembro de 2011
- Ásia Destaques Europa Turquia
Saímos de Pamukkale e continuamos a viagem em direção à região central da Turquia, com destino à Capadócia. Estávamos na Anatólia Central. Uma região árida, porém de solos férteis e com muitas paisagens agrícolas no caminho. A maior parte do trigo da Turquia é produzido aí.

Toda a Turquia é bastante castigada por terremotos e por onde passamos é possível ver vestígios de destruições provocadas por esse fenômenos da natureza.

Na Anatólia Central, a caminho da Capadócia que era o nosso principal destino no interior da Turquia, tivemos uma parada em Konya. Uma cidade com cerca de 2 milhões de habitantes e que tem mais de 2 mil anos de existência.

A parada em Konya é obrigatória, pois a cidade é um centro de peregrinação muçulmana. É lá que está a tumba de Jalal Ad-Din Muhammad Rumi, um místico “sufi”, também conhecido como Mevlana. A presença da tumba de Mevlana faz de Konya um centro de peregrinação. Mevlana fundou a ordem que leva o seu nome e morreu em Konya em 1273.

O sufismo é uma corrente islâmica que procura encontrar uma relação própria com Deus e para isso usa música, dança e meditação. O uso da música e da dança é considerado uma prática ilegal para muitas correntes islâmicas, que consideram a doutrina sufi, como uma doutrina herética.

A ordem Mevlana do sufismo prega a tolerância, a compreensão e a misericórdia e muitas vezes são representadas pelos “Dervixes”. São praticantes do sufismo que procuram uma relação direta com Deus a partir da música e da dança.
Os Dervixes quando dançam, rodopiam sem parar por cerca de 10 minutos, como forma de meditação. Parecem que estão flutuando. Quando terminam, devido à meditação, seguem caminhando sem ficar tontos. Ao dançar, os dervixes colocam as palmas da mão, uma para cima e outra para baixo, que simbolizam a benção do céu e a comunicação com a terra.

Konya é a cidade mais religiosa da Turquia. No mês de novembro, reúne dervixes do mundo inteiro. O Museu Mevlana, onde está o mausoléu é um espaço sagrado. Nele aparecem tapetes, manuscritos, instrumentos musicais e uma incrível coleção de belas cópias do alcorão.


Chegamos à Capadócia no finalzinho da tarde. Logo na chegada a paisagem impressiona, pelas formações rochosas exóticas no caminho até o hotel. Paramos para tirar fotos nas primeiras “Chaminés de Fadas” que vimos e ficamos na maior expectativa sobre como seria o dia seguinte.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.