Johanesburgo e o Museu do Apartheid
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- joaquimnery
- 8 de junho de 2012
- África África do Sul Destaques
Tivemos mais um dia de muitos voos. Saímos do Acampamento Ongava Tented e pegamos um primeiro voo para Windhoek, com uma conexão, dessa vez num avião maior, para Johanesburgo.

Ficamos hospedados no Hotel Michelangelo. O hotel faz parte de um complexo moderno, denominado Sandton City, com vários hotéis, shopping, teatro e muitos restaurantes. Tudo isso fica ao redor da Praça Nelson Mandela.

A praça faz parte do complexo, possui uma série de restaurantes por todos os lados e em um deles, uma grande estátua de Nelson Mandela.

Jantamos no excelente restaurante do hotel.
A HISTÓRIA DO APARTHEID E DA ÁFRICA DO SUL
Pegamos um táxi pela manhã e fomos até o Museu do Apartheid. Tínhamos conhecido o museu em 2005, quando passamos dois dias em Johanesburgo, mas precisávamos voltar aí. O museu fica num complexo de entretenimento que compreende a Golden Reef, uma antiga mina de ouro, adaptada para museu e parque de diversões.

O impacto sobre o Museu do Apartheid já se dá desde a entrada, onde os visitantes são intimados a entrar por portas diferentes, uma exclusiva para brancos e outra para não brancos, como nos tempos do apartheid.

O museu é muito bem dividido. Conta um pouco da história da África do Sul, mas está dedicado enfaticamente à questão do apartheid.
Apesar dos portugueses terem chegado à costa do que é hoje a África do Sul no final do século XV, a história da colonização do país só começa a ganhar corpo a partir de 1652, com a chegada de Jan Van Riebeeck, da Companhia Holandesa das Índias Orientais, que fundou a Cidade do Cabo e iniciou a colonização holandesa na região.
Somente no início do século XIX, os ingleses chegaram à Cidade do Cabo e aí começou a colonização britânica na região. Com a chegada dos ingleses, os antigos colonos holandeses e outros grupos europeus que já residiam por aí migraram para o interior do que hoje é a África do Sul. Nesta região fundaram o Estado Livre de Orange e o Transvaal, que hoje são regiões da África do Sul.

Quando o ouro e o diamante foram descobertos no interior da África do Sul, os ingleses partiram para colonizar todo o território, o que resultou numa resistência dos antigos colonos holandeses, resultando numa feroz guerra civil denominada Guerra do Boers. Vencida pelos britânicos em 1906 e 4 anos depois criada a União Sul-Africana, sob o domínio do Império Britânico.
Como resultado cultural desse passado, o país passou a ter o inglês como idioma oficial, mas os antigos colonos holandeses utilizavam o Africans, uma mistura de holandês arcaico com um alemão primitivo. Ainda hoje esses são idiomas oficiais do país. Esse grupo ficou conhecido como africâners.
As primeiras leis de segregação racial e que deram origem à política do Apartheid surgiram no inicio do século XX, onde começaram a ficar claros as regras para brancos e para não-brancos. A expressão apartheid significa desenvolvimento em separado e esse era o conceito das leis que pretendiam separar inclusive fisicamente os brancos dos não-brancos.

O Museu do Apatheid conta todas essas passagens da história da África do Sul, enfatizando o período entre 1948 e 1994, quando a luta contra o apartheid ganhou mais ênfase sob a liderança de Nelson Mandela,.
Concluímos a visita ao museu e voltamos para o hotel. Fomos circular pela Praça Nelson Mandela, onde paramos para almoçar num restaurante africano. O menu foi filé de avestruz e filé de springbok (um antílope comum nessa região).

Á noite fomos no Butchers shop and grill, um tradicional restaurante de carnes de Johanesburgo de excelente qualidade. Fica também na Praça Nelson Mandela.
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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.