O Templo de Luxor e o Complexo de Karnak
- 7444 Views
- joaquimnery
- 4 de julho de 2019
- África Destaques Egito
22 de abril de 2019
Saímos cedo para o aeroporto doméstico do Cairo, o segundo maior do Egito e que atende sobretudo a voos regionais. O Aeroporto estava um caos. Muita gente furando filas e muitos procedimentos de segurança, ainda bem que chegamos cedo e estávamos com o suporte da Agência, em caso contrário correríamos o risco de perder o voo. Voamos diretamente para Luxor. Uma hora de voo.

A cidade de Luxor fica nas margens do Rio Nilo, no médio curso do rio. Foi construída em torno das ruínas de Tebas, a capital do Império Novo (1550-1069 a.C.). Ficou famosa como um dos principais destinos turísticos do Vale do Nilo. As escavações arqueológicas comandadas pelos europeus a partir do século XIX e início do século XX e a consequente descoberta do túmulo de Tutankamon, aumentaram o interesse por Luxor, que passou a receber milhares de visitantes todos os anos, em busca da notável concentração de ruínas do Egito Antigo. Vive fundamentalmente do turismo.

Em Luxor começou a nossa aventura no Egito. Fizemos um cruzeiro de cinco dias subindo o Rio Nilo e depois voltamos para o Cairo, para as visitas finais. Seguimos direto do aeroporto para o navio, o excelente Sonesta St. George I. O navio é muito bom, o mais novo da frota do grupo Sonesta, que possui outros barcos e hotéis no Egito. É um dos mais elegantes dos navios de cruzeiro do Nilo. Possui um serviço all inclusive, spa, boas suítes, um bom restaurante e um excelente serviço com excursões guiadas.

Saímos à tarde para conhecer as principais atrações da Cidade de Luxor, construída ao redor dos magníficos templos de Luxor e Karnak, que já atraíam visitantes desde a época dos impérios grego e romano. A margem leste do Rio Nilo, onde o sol nasce, era para os vivos. Onde foram construídos os Templos e Palácios.

A margem oeste, onde o sol se põe, era para os mortos. Onde foram construídos os túmulos dos reis egípcios. É a Necrópole de Tebas. O sítio arqueológico mais rico do planeta. Na margem leste, Palácios e Templos religiosos, na margem oeste, tumbas e templos de mumificação.

O Complexo de Karnak
A primeira visita que fizemos foi ao Complexo de Karnak, onde fica o Templo de Amon-Rá, consagrado para o Rei dos Deuses. O Complexo era chamado pelos egípcios antigos de “Ipet-Isut”, “O mais perfeito dos lugares”.

Amon era o principal Deus de Tebas, juntamente com sua consorte Mut e o filho Khonsu. Formavam a tríade de Tebas.

O Templo é colossal. Possui inúmeros pátios, salões, estátuas e colunas gigantescas. Foi o mais importante do Antigo Império Egípcio. Diversos Faraós deixaram as suas marcas em Karnak, ao longo dos 1.300 anos de construção da sua estrutura.

Na entrada para o complexo de Karnak, uma enorme maquete reproduz o Templo de Amon-Rá e nos dá uma ideia sobre como era antes. A área do magnífico complexo é de 400 mil metros quadrados e envolve, além do Templo de Amon, um conjunto fantástico de outros templos, capelas, pilonos e obeliscos que testemunham a importância de Tebas para o Egito Antigo.

Durante a 18ª Dinastia, cerca de 80 mil homens trabalharam no Templo de Amon. Operários, guardas, sacerdotes e criados. Ficou soterrado pela areia do deserto por mais de mil anos, até começar a ser escavado em meados do século XIX. Até hoje continuam os trabalhos de escavação e restauração.

Na entrada do Templo, uma fileira de esfinges fazia a ligação com o Rio Nilo.

Um dos lugares mais impressionantes do Templo de Amon é o Grande Salão de Hipostilo, suportado por 134 colunas gigantescas, ricamente decoradas.

Na decoração das colunas, tetos e paredes, estavam desenhos de deuses, animais, escrita hieroglífica. Em alguns casos, as cores ainda persistem hoje em dia.

A entrada do Salão de Hipostilo é guardada pelo Colosso de Ramsés II, uma gigantesca estátua do Faraó egípcio, com uma das suas filhas a seus pés.

Na parte externa do Complexo de Karnak começa a Avenida dos Carneiros, com um grande conjunto de esfinges, com cara de carneiro, que fazia a ligação entre os Templos de Karnak e o Templo de Luxor.

O Templo de Luxor
Após a visita ao Complexo de Karnak, saímos para o Templo de Luxor, localizado na margem leste do Rio Nilo, no centro da cidade. O Templo de Luxor também é consagrado à tríade Tebana formada por Amon, Mut e Khonsu. É um exemplo espetacular da arquitetura egípcia faraônica. Foi concluído pela 18ª Dinastia, pelo Faraó Amenófis III e ampliado pelo Faraó Ramsés II, na 19ª Dinastia.

O Templo de Luxor foi ocupado também pelos conquistadores do Egito, como Alexandre, o Grande e por militares romanos. Apesar disso, conseguiu manter a fidelidade da sua arquitetura original, mesmo tendo ficado soterrado por centenas de anos pelas areias do deserto e camadas de lama depositadas pelo Rio Nilo.

Uma vila inteira chegou a ser construída sobre a lama e areia que cobriam o templo. Em 1881, o arqueólogo Gaston Maspero redescobriu o Templo em boas condições. Para que as escavações fossem feitas, a vila teve que ser transferida, com exceção da Mesquita de Abu al-Haggag, do século XIII, construída sobre a lama acumulada por muitos anos. A Mesquita fica hoje numa posição elevada dentro do Templo. Isso nos dá uma ideia do volume de lama que estava depositada sobre a estrutura.

Uma das antecâmaras do templo foi transformada em Igreja Católica, pelos romanos, no século IV. Nesses lugares, os relevos egípcios foram destruídos, receberam rebocos e pinturas novas, feitas pelos cristãos.

A presença da mesquita e de uma igreja católica no interior do Templo de Luxor gerou o apelido de “Templo da Humanidade”, por ter Mesquita, Igreja Cristã e Templos Egípcios misturados no mesmo local.

Do lado de fora do Templo de Luxor fica a Avenida das Esfinges, com 2 km de extensão, ligando a entrada do templo ao Complexo de Karnak. Os trabalhos de restauração e escavação da Avenida das Esfinges continua.

Na entrada do Templo de Luxor fica um grande portal, com pilones laterais decorados com cenas da vitória de Ramsés II sobre os hititas, na batalha de Qadesh.

Na frente do portal aparecem duas imagens colossais de Ramsés II e um grande obelisco de granito rosa, com 25 metros de altura. O obelisco formava um par com outro que foi removido e doado aos franceses. Hoje fica na Place de La Concorde, em Paris. Foi um presente do governante egípcio Mohamed Ali ao povo francês.

As estátuas de Ramsés II aparecem por todos os cantos do templo. Algumas delas estão intercaladas por grandes colunas de sustentação.

As grandes colunas erguidas por Amenófis III formam uma avenida dentro do templo com 14 unidades de cada lado. Algumas das colunas têm a forma do papiro e isso dá uma característica própria ao Templo de Luxor.

No interior do Templo de Luxor aparece uma imagem de Tutankamon. Faraó egípcio que morreu muito jovem.

Saímos do Templo de Luxor e voltamos para o navio Sonesta St. George I, onde jantamos.

- Alexandre o Grande
- Amenofis III
- Amon
- Amon-Rá
- Avenida dos Carneiros
- África
- Batalha de Qadesh
- Cairo
- Colosso de Ramsés II
- Complexo de Karnak
- Cruzeiro no Nilo
- Egito
- Egito Antigo
- Faraós
- Gaston Maspero
- Hititas
- Ipet-Isut
- Karnak
- Khonsu
- Luxor
- Mesquita de Abu al-Haggag
- Mut
- Necrópole de Tebas
- Obelisco
- place de la concorde
- Ramsés II
- Rio Nilo
- Salão de Hipostilo
- Sonesta St. George I
- Tebas
- Templo de Luxor
- Tríade de Tebas
- Tutankamon
- Vale do Nilo
- Vale dos Reis
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.