A MESQUITA KOUTOUBIA EM MARRAKECH
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- joaquimnery
- 2 de agosto de 2018
- Marrocos
12 de abril de 2018
Passamos o dia inteiro visitando a Medina de Marrakech. Saímos andando do hotel em direção à Mesquita Koutoubia, a mais importante da cidade e um dos referenciais de templos religiosos do Marrocos. A mesquita não pode ser visitada internamente. O acesso é proibido para não muçulmanos. O seu nome significa Mesquita dos Livreiros, numa alusão aos vendedores de livros que costumavam ficar nos arredores do templo, quando da sua construção.

A mesquita do século XII possui um imenso minarete com 70 metros de altura, é a construção mais alta de Marrakech e pode ser vista de qualquer canto da cidade. Acabou se tornando uma referência na arquitetura internacional.

O minarete da Mesquita Koutoubia serviu de protótipo para a construção da Mesquita de Sevilha, que mais tarde foi destruída e no seu local foi construída a Catedral da cidade. O alto minarete foi transformado na torre La Giralda, que marca a Catedral. A Mesquita de Rabat também foi inspirada na de Marrakech, mas jamais foi concluída. O minarete foi transformado na Tour Hassan de Rabat, no Marrocos.

Escavações feitas nos arredores da Mesquita confirmaram que o primeiro templo implantado aí foi demolido pois não estava inteiramente alinhado com Meca. Os detalhes arquitetônicos da atual mesquita construída pelos almoádas são rebuscados e de uma beleza sem igual.

No alto do minarete, os alto-falantes chamam os fiéis para rezar, 5 vezes por dia. Quando isso acontece, os muçulmanos ajoelham-se em direção a Meca para orar.

Logo após a mesquita existe um grande e bem cuidado jardim que se torna área de lazer para os cidadãos de Marrakech. Como não podemos visitar a mesquita, o passeio no jardim é uma boa alternativa.

No meio do jardim os turistas são abordados pelos coloridos vendedores de água, personagens folclóricos que lembram uma tradição antiga da cidade onde a água sempre foi um produto escasso. Os vendedores de água sempre estiveram presentes nos mercados de Marrakech, hoje sofrem a concorrências da água mineral na garrafinha e se transformaram em personagens do folclore da cidade, que os turistas adoram fotografar. Os vendedores oferecem água fresca armazenada numa bolsa de couro de camelo e servem em copos de bronze, em troca de algumas moedas.

Voltamos para o interior da Medina e seguimos até os muros da ruína do Palácio el Badi, ou Palácio do Imcomparável. Construído no século XVI pelo sultão saadiano Ahmed al-Mansur para comemorar a vitória sobre Portugal na batalha de Alcácer-Quibir, o palácio hoje se encontra em ruínas.

Fizemos apenas uma visita externa, mas que permite entender a grandiosidade do lugar. Após a queda dos Saadianos e ascensão da dinastia Alauíta, o palácio entrou em decadência. Resta apenas um grande pátio interno e algumas ruínas dos edifícios.

Ao lado do Palácio Badi, entramos numa típica farmácia de produtos naturais de Marrakech, para uma exposição detalhada sobre as ervas e produtos curativos do Marrocos, em especial o óleo de argan. Faz parte do turismo de compras e ninguém resiste aos cosméticos, perfumes, hidratantes e outros produtos naturais.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.