Itaipu, a segunda maior usina hidrelétrica do Mundo
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- joaquimnery
- 17 de novembro de 2021
- Brasil Paraná Super Destaque
19 de setembro de 2021
A Usina Hidrelétrica de Itaipu
Esse foi o nosso segundo dia inteiro na cidade de Foz do Iguaçu. No primeiro dia conhecemos e nos dedicamos ao complexo das Cataratas do Iguaçu. Hoje, saímos pela manhã para conhecer a gigantesca barragem de Itaipu e suas histórias. Itaipu é a segunda maior usina hidrelétrica do Mundo, perdendo apenas para a Usina de Três Gargantas, no Rio Yang Tsé Kiang, na China. Quando foi construída e inaugurada, era a maior. Permaneceu com esse título por 21 anos. A potência instalada de Itaipu é de 14 mil MW, enquanto Três Gargantas possui 22,5 MW.

A hidrelétrica fica anexa à cidade de Foz do Iguaçu (18 km). Foi viabilizada a partir da construção de uma grande barragem no Rio Paraná, no trecho da fronteira entre o Brasil e o Paraguai. Quando chegamos no centro de visitantes da Hidrelétrica de Itaipu, pegamos um ônibus de turismo, que leva os visitantes para conhecer a barragem. O gigantismo do projeto impressiona.

A construção
A construção surgiu como consequência de um grande acordo entre os dois países. Foi construída entre 1975 e 1982, no período da Ditadura Militar no Brasil e logo após um momento histórico da nossa economia, conhecido como Milagre Econômico Brasileiro. Período em que a economia do Brasil cresceu a taxas de até 14% ao ano. O rápido crescimento industrial e demográfico aumentou consideravelmente a demanda por energia elétrica, o que serviu para justificar o projeto da Usina de Itaipu.

Para viabilizar o projeto, foi criado uma empresa com capital binacional, através do Tratado de Itaipu, formada pela estatal de energia do Brasil e a estatal de energia do Paraguai, cada uma delas com direito a 50% da energia produzida. É a Itaipu Binacional quem opera a hidrelétrica. É a empresa líder mundial em produção de energia limpa e renovável. Caso uma das partes da sociedade não consuma toda a sua energia, pode vender ao outro sócio, o excedente, a preço de custo.

A construção da barragem formou um lago com 1350 quilômetros quadrados, que se estende desde a cidade de Foz do Iguaçu e Ciudad del Leste no Paraguai, até Guaíra e Salto del Guaíra (no Paraguai) que ficam 150 km a norte da barragem. O nome de Itaipu vem do idioma tupi-guarani e significa “pedra que canta”. A hidrelétrica possui 20 unidades geradoras com capacidade de 700 MW cada. A obra começou em 1975 e foi executada por um consórcio de construtoras lideradas pela brasileira Andrade Gutierrez.

A obra da barragem e hidrelétrica reuniu mais de 40 mil trabalhadores, chamados de “barrageiros” e removeu mais de 50 milhões de toneladas de terras e rochas para desviar o curso do Rio Paraná. A quantidade de concreto utilizado seria suficiente para construir 210 estádios do Maracanã. A quantidade de ferro e aço utilizado poderia construir 380 Torres Eiffel. A barragem possui 7,9 km de extensão e uma altura de 196 metros, que corresponde a um prédio de 65 andares.

Para viabilizar a construção, foi necessário, um acordo entre os três países que possuem terras na Bacia do Prata: Brasil, Paraguai e Argentina. A Argentina participou das negociações, pois qualquer alteração no fluxo das águas do Rio Paraná, influenciam na foz do Rio da Prata, onde fica Buenos Aires.

Depois de construída a barragem, o lago começou a ser formado, a partir de 1982, quando as comportas do canal de desvio foram fechadas. A primeira unidade geradora entrou em operação em 1984 e na sequência as outras foram implantadas, num ritmo de duas a três por ano, até março de 2007, quando a usina chegou ao formato atual.

Com a formação do lago houve um grande impacto ambiental na região. Toda a área do lago inundou florestas e áreas agricultáveis. Vários animais foram resgatados numa grande operação capitaneada por Itaipu. O impacto mais visível foi a inundação da cachoeira de Sete Quedas, localizada no município de Guaíra, uma das mais belas do Brasil. O município foi indenizado pela sua perda ambiental, mas questiona os valores recebidos como insuficientes.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.