Nadando com os Botos-cor-de-rosa
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- joaquimnery
- 24 de maio de 2015
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- Amazonas Brasil
23 de abril de 2015.
Acordamos cedo pela manhã para ver o espetáculo do nascer do sol sobre o Rio Negro. Saímos às 5:45h, nos afastamos do Iberostar Grand Amazon e ficamos no meio do Rio Negro, numa das lanchas disponíveis no navio, aguardando o sol nascer.

Depois do nascer do sol circulamos por entre os igarapés nas margens do rio e voltamos ao navio para o café-da-manhã. Saímos em seguida para um dos passeios mais aguardados da viagem. Fomos nadar com os botos-cor-de-rosa.

Os botos aparecem em toda a bacia amazônica. O local onde os encontramos é uma plataforma de observação comandada por caboclos. Ficamos sobre uma plataforma submersa onde demos peixes para os botos enquanto eles fazem acrobacias.

O boto-cor-de-rosa tem a sua origem no Oceano Pacífico. No passado geológico da Terra, quando a Cordilheira dos Andes começou a se erguer, as águas da atual Bacia Amazônica começaram a correr para o Atlântico. Os dois oceanos, que antes estavam interligados, começaram a se separar. Os botos ficaram aprisionados na Bacia Amazônica e se adaptaram a essa nova condição.

O boto-cor-de-rosa é um mamífero dócil e de fácil convivência com os humanos. Tomar banho com os botos é uma prática comum entre os caboclos da Amazônia e a princípio não oferece riscos. Na Amazônia existe uma lenda associada aos botos, que serve para justificar uma gravidez fora do casamento.

Diz a lenda que durante as festas juninas, o boto-cor-de-rosa sai dos rios e aparece transformado em um jovem elegante e sedutor, vestido de branco e sempre com um chapéu para esconder o grande nariz, que não desaparece da sua cabeça, mesmo com a transformação.

O boto seduz as moças e levam-nas para o fundo dos rios. Em alguns casos as jovens aparecem grávidas alguns meses depois. Quando um jovem desconhecido aparece em alguma festa na Amazônia, costuma-se pedir para que ele tire o chapéu para que se tenha certeza de que não é o boto. Quando uma mulher na Amazônia tem um filho de pai desconhecido, costuma-se dizer que ele é filho do boto.

O boto possui a cabeça e o corpo bastante flexíveis. Ao contrário do seu parente do mar, não costuma fazer grandes acrobacias, no máximo, pequenos saltos.

Vive entre 30 e 40 anos, começa e reproduzir a partir dos 8 anos e tem crias de 3 em 3 anos.
Saímos da plataforma dos Botos e voltamos para o almoço no navio Iberostar Grand Amazon, passando mais uma vez por entre Igarapés e Igapós.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (2)
Marília
24 ago 2018Estive em Manaus a semanas atrás, estou relembrando de todos os passeios que fizemos e conhecendo alguns que não cheguei a realizar. Suas postagens são ótimas. Estou viajando nas suas informações.
Ilza
24 maio 2015Essas imagens é para
valorizar a natureza os animais!
Obrigada as imagens são lindas, deixou o meu domingo mais colorido.
Um forte abraço.