O Arquipélago das Anavilhanas
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- joaquimnery
- 26 de abril de 2015
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- Amazonas Brasil
19 de abril de 2015.
Saímos pela manhã para uma caminhada pelo calçadão da Ponta Negra, próximo ao Hotel Tropical de Manaus. O parque é maravilhoso e estava com uma multidão de pessoas de todas as idades passeando, fazendo atividades físicas e praticando esportes. Era um dia de domingo e portanto essa era um excelente opção de lazer familiar.

Na parte baixa do calçadão fica a Praia da Ponta Negra, uma praia de rio com algumas barracas de alimentos e bebidas, muito frequentada, sobretudo nos finais de semana.

Na volta da caminhada, decidimos participar de um voo de hidroavião sobre o Rio Negro. O passeio sai do píer do Hotel Tropical de Manaus. Existiam duas alternativas para o voo, uma mais curta, de apenas 30 minutos, que apenas faria um sobrevoo no Encontro das Águas entre os Rios Negro e Solimões e uma mais longa que sobrevoaria o Arquipélago das Anavilhanas e depois complementava o trajeto com o Encontro das Águas.

Decidimos fazer o passeio mais longo. Subimos o Rio Negro até encontrar o Arquipélago das Anavilhanas, o segundo maior arquipélago fluvial do Mundo, com cerca de 400 ilhas.

No caminho para as Anavilhanas sobrevoamos áreas da Floresta Amazônica e deu para ver a imensidão infinita do seu alcance. A mistura das árvores de várias espécies, que às vezes podem chegar a mais de 50 metros de altura, impressiona.

A Floresta Amazônica é a maior floresta equatorial do Planeta. Hidrófila (perfeitamente adaptada a regiões muito chuvosas), latifoliada (possui folhas largas e perenes) e heteróclita (possui uma grande heterogeneidade de vegetações).

A área ocupada pela Floresta Amazônica e pelo ecossistema amazônico, compreende o que no Brasil, chamamos de Amazônia Legal. Ela ultrapassa o território da Região Norte do país, pois invade os estados do Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. Esse conceito de Amazônia Legal, serve para definir uma legislação e uma política pública específica para essa região.

Boa parte da Amazônia Legal, ainda possui a floresta e o ecossistema muito bem preservados, sobretudo essa área ao norte dos estado do Amazonas e do Pará. A área, porém, mais impactada pela agropecuária é o arco-sul da região, formado pelos estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Pará e Maranhão, para onde se estende hoje a fronteira agrícola nacional.

A Amazônia Legal possui uma área territorial maior que todo o território da Europa Ocidental, além disso ela não é somente nossa, pois a Amazônia invade e também pertence a outros países da América do Sul, como: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Peru, Equador e Bolívia. Envolvendo portanto, uma boa parte dos países ao nosso redor.

O Arquipélago das Anavilhanas formam um impressionante conjunto de ilhas no baixo curso do Rio Negro, onde as águas escuras do rio descem muito lentamente, a uma velocidade de aproximadamente 1 km/h.

O Rio Negro nasce no Planalto das Guianas a mais antiga formação geológica das Américas, na região da Tríplice Fronteira, entre o Brasil, a Venezuela e a Colômbia. Nesse trecho do Arquipélago das Anavilhanas ele alcança a sua maior largura, possuindo cerca de 21 km de margem a margem. A profundidade média do seu leito é de 20 metros, mas em alguns trechos pode chegar a 100m.

As águas do Rio Negro são escuras, pois como ele é muito lento, possui pouca erosão nas margens, evitando a presença de partículas em suspenção. As suas águas são muito ácidas por possuir muita matéria orgânica em decomposição. É um rio com pouca vida, possui poucos peixes. O lado positivo é que isso também favorece a não existência de mosquitos, o que é um alívio para os visitantes e moradores ribeirinhos.

No passeio de hidroavião, pudemos ver muitas casas de ribeirinhos e pequenas tribos indígenas que já foram aculturadas e estão implantadas nas margens do rio.

Outro destaque que temos no sobrevoo são os hotéis de selva, que aparecem em alguns trechos ao longo do Rio Negro. Os destaques maiores ficam para o Hotel Anavilhanas, que hoje é considerado o melhor da região e o Hotel Ariaú Towers, o mais famoso.

O Hotel Ariaú foi construídos em torres suspensas de madeira e possui uma grande integração com a floresta.

Na volta passamos sobre a Ponte Rio Negro, com 3,6 km de extensão que sai de Manaus através de uma estrada do outro lado do rio, mas que não consegue ir muito longe. A ponte sempre foi muito questionada como uma obra “faraônica”, pois a estrada vai apenas até o município de Novo Airão, que fica a 195 km de Manaus.

Em muitos trechos ao longo do Rio Negro podemos ver estreitas faixas de areia branca, onde aparecem as praias do rio, que são utilizadas como opções de lazer pelos moradores de Manaus.

Na volta do passeio de hidroavião, sobrevoamos o fenômeno dos “Encontro das Águas”, entre os rios Negro e Solimões. A coloração barrenta do Rio Solimões contrasta com a coloração escura do Rio Negro e os dois rios, a princípio não se misturam, por causa da diferença de densidade entre as duas águas. O contraste é evidente e gera um fenômeno natural interessante.

Os rios permanecem juntos e separados por muitos quilômetros. Somente mais abaixo é que as águas dos dois rios vão se misturando. O Rio Solimões é o próprio Rio Amazonas. Ele nasce no Peru, no alto da Cordilheira dos Andes, nas nascentes do Rio Ucayali. Na prática são dois rios peruanos, o Ucayali e o Marañon, que se encontram para formar o Solimões. O rio entra no Brasil com o nome de Solimões e somente passa a se chamar Amazonas a partir do encontro com o Rio Negro.

Voltamos do sobrevoo de hidroavião e ficamos um pouco no Hotel. Na parte interna do Tropical de Manaus existe um pequeno zoológico, cujo destaque é a presença de uma onça-pintada.

Decidimos ir ao centro histórico. Paramos no Shopping de Manaus para almoçar e seguimos até o Teatro de Manaus que estava fechado. As ruas desertas e degradadas do centro histórico de repente pareceram ameaçadoras. Bêbados e prostitutas pelas ruas. Fomos aconselhados a sair dali e voltamos para o hotel.

À noite fomos para o restaurante Picanha Mania, especializado nesse tipo de corte de carne. Parece uma boa churrascaria de uma cidade do interior.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (6)
joaquimnery
14 jun 2016Olá Raissa,
Para que eu posa autorizar, preciso saber qual o projeto e qual a foto que lhe interessa. Preciso também que seja dado crédito ao autor e que assim que o material seja editado, vocês me enviem um exemplar para arquivo.
Um abraço,
Joaquim Nery
Raissa Figueiredo
13 jun 2016Olá, Joaquim.
Sou da Editora e Distribuidora Educacional S/A que produz livros para a educação básica.
Você autoriza o uso de imagens do seu blog em livros didáticos?
Att.
Raissa Figueiredo
William Fialho
29 jul 2015Muito obrigado pelas informações Joaquim. Abraço
joaquimnery
28 jul 2015Olá Willian,
Você contrata no próprio Hotel Tropical. Eles têm um stand lá para isso. Não é necessário reservar previamente. Como o passeio é curto eles têm várias saídas por dia. Ligando para o hotel eles te informam o valor atualizado. O passeio é imperdível.
Um abraço
Joaquim Nery
William Fialho
27 jul 2015Boa tarde Joaquim, excelente relato. Planejo uma viagem para Manaus e gostaria de saber detalhes sobre o voo sobre Anavilhanas. Você contrata o voo no próprio hotel Tropical? Tem que agendar previamente? Qual o número de pessoas a bordo? Qual o valor por pessoa? Atenciosamente, William Fialho
014-32614863
27 abr 2015Adoro todas estas coisas, são maravilhas que euqueria ver de perto, ter o praser de sentir, tudo isso, mais infilismente minhas condições financeiras não o permitem, para um silplis aposendado do inss,, que que DEUS TI ABENÇOE SEMPRE QUE POSSA VIAJAR E MOSTRA O QUE ALGUMAS PESSOAS JÁ MAIS TINHA, ou tem condições de ver ao vivo,; Abraços Batista Nunes