UMA TOURADA EM SEVILHA
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- joaquimnery
- 25 de agosto de 2018
- Espanha
17 de abril de 2018
Depois de visitar a Plaza de España em Sevilha, pegamos um táxi e seguimos para a Praça de Touros. Durante a Feira de Abril, existem touradas todas os dias da semana. Como estávamos aí, decidimos assistir a um desses espetáculos com a curiosidade voltada para o folclore e beleza plástica da Feira de Abril, o grande festival de Sevilha.

Já tinha assistido a uma tourada antes, em Madri, há dez anos. O espetáculo é impactante, as emoções são desiguais. Muitos dos que ali estavam torciam e comemoravam cada movimento do toureiro, mas para quem não está acostumado, fica uma profunda e incômoda sensação de covardia. Naquele dia existiriam 6 “corridas de touro”. Quando o espetáculo começa, é bonito ver o desfile dos cavaleiros, em belos animais e a entrada dos toureiros, com toda a pompa e ritual.

Depois da apresentação dos toureiros e dos cavaleiros, é a vez do Touro, que entra imponente, correndo assustado na arena e mostrando toda o sua força. Um belo animal. Impressiona pela força e vitalidade. Os touros, normalmente são da raça Miura, animais fortes e com pelagem negra ou marrom. Existem fazendas na Espanha especializadas na criação de touros Miura para serem usados em touradas.

A arena estava lotada, não cabia mais ninguém e a semana seria assim todos os dias. Conseguimos um ingresso numa posição desconfortável, de frente para o sol, mas resistimos o quanto deu. Os toureiros posam para fotografias e dão autógrafos, são grandes estrelas, verdadeiras celebridades.

O Touro já entra na arena com um objeto perfurado no dorso. O objetivo é fazê-lo sangrar e perder energia. O toureiro faz algumas performances, mas rapidamente se afasta para dar espaço aos cavaleiros, que começam a enfiar lanças no dorso do animal, diminuindo cada vez mais a sua força.

Depois que o touro está visivelmente debilitado é que o toureiro se aproxima e faz manobras mais próximas ao animal. Faz pose de coragem, mas se protege no esgotamento ao qual o touro foi submetido.

Na sequência, alguns toureiros auxiliares começam a enfiar lanças enfeitadas no dorso do touro, até que o animal totalmente debilitado começa a se entregar e desiste de lutar.

Nesse momento o toureiro principal se aproxima e faz os passos coreografados da tourada, demonstrando coragem por estar tão próximo do animal que cambaleia, mas resiste. Quando o touro está se entregando, já sem forças, o toureiro enfia a espada matadora entre as suas vértebras e o animal morre subitamente. Às vezes o toureiro não consegue abater o animal com presteza e nesse caso o espetáculo é ainda mais agressivo, pois o touro fica lutando contra a morte por mais alguns instantes.

Na quarta tourada que assistimos, o touro conseguiu pegar a perna do toureiro principal, que teve que ser atendido no meio da arena, ficou ferido e voltou apenas no final, para matar o touro.

Quando morre, o touro cai no chão da arena e fica no público a nítida impressão de um ato de covardia. Finalmente entra uma carroça e o arrasta para fora. Assistimos a 4 touradas de um total de 6, depois desistimos e saímos antes do final do “espetáculo”.

Encontramos Monica e Dra. Marise e fomos jantar no bom restaurante Abades Triana na beira do rio, em frente à Torre de Oro. Após o jantar, Dr. Eduardo Nery e Dra. Marise voltaram para o hotel e seguimos eu e Monica para ver a Feria de Abril à noite.

Havia uma multidão na feira, que fica mais animada à noite. Cavalos e carruagens desaparecem e começam as festas em cada uma das tendas, com música ao vivo e muita dança flamenca. Amamos a Feira de Abril.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.