Cefalú, uma grata surpresa às margens do Mar Tirreno
- 2567 Views
- joaquimnery
- 16 de novembro de 2014
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- Destaques Europa Itália
29/09/2014
Pela manhã e fomos até a sede da Hertz, que fica bem próxima ao hotel, pegar os carros que nos acompanhariam em nossa aventura pelo sul da Itália. Éramos três casais e pegamos dois carros. Teríamos cerca de 3 mil quilômetros pela frente pelas estradas da Sicília, Calábria, Basilicata, Púglia, Campânia e Lazio até voltarmos a Roma.

Deixamos Palermo para trás e seguimos para Cefalú, que entrou no roteiro na última hora, como recomendação de um italiano paciente de Dr. Alberto Vasconcelos, um dos nossos companheiros de viagem. A viagem entre Palermo e Cefalú é de aproximadamente 70 Km.

Decidimos passar antes em Bagheria, que é quase um bairro de Palermo. A ideia era conhecer as imensas mansões barrocas e as Vilas de Bagheria, que foram construídas como casas de veraneio para ricos comerciantes de Palermo. Não foi uma boa ideia. A cidade estava cheia de lixo, havia algum problema com a relação entre a prefeitura de Bagheria e a companhia que recolhe o lixo local. Estacionamos os carros na praça principal, fizemos algumas fotos e seguimos adiante.

Chegamos a Cefalú e fomos direto para o Hotel Baía Del Capitano, localizado nos arredores da cidade. O hotel fica numa área de praias e serve de apoio para visitantes que querem essa opção. Não era a nossa, queríamos conhecer a cidade. Deixamos as malas no hotel e seguimos adiante.

A chegada a Cefalú já chama a atenção. Da estrada dá para ver a cidade colorida, aos pés da imensa Catedral, com tons terrosos e a imensa rocha que domina a paisagem e compõe um cenário deslumbrante. Era nessa imensa rocha, La Rocca, que ficava o antigo Templo de Diana. Começamos a achar que tínhamos feito uma boa opção em mudar o roteiro, diminuindo um dia de Palermo e trocando por Cefalú.


O GPS nos levou direto para o Centro Histórico. Sem querer entramos numa área de tráfego restrito e acabamos estacionando o carro por aí, num local que sabíamos não ser permitido estacionar, mas como existiam outros carros no local, decidimos parar. Não foi uma boa ideia, no final deste “post” te conto porque.

Seguimos a pé em direção à orla de Cefalú. Um dos destaques da cidade são as suas praias maravilhosas e calmas. A praia que fica em frente ao centro histórico é uma enseada de águas quentes e paradas nesta parte do Mar Tirreno. Estávamos no final de setembro. Era uma segunda-feira, mas o outono aqui demora a chegar e por isso a praia estava cheia de banhistas.

Parte da praia de Cefalú é interrompida pela vila do centro histórico, que num determinado ponto ocupa o lugar em frente ao mar. Andamos pelos becos e ruas apertadas do centro histórico onde existe uma grande quantidade de lojas de artesanato, restaurantes, bares e galerias de arte.

Chama a atenção o símbolo da Sicília, o Tríscele, que está exposto em todas as formas de artesanato. No Tríscele existem três pernas humanas entrelaçadas e flexionadas passando uma ideia de simetria rotacional em volta da cabeça de uma Medusa. O Tríscele da Sicília é denominado de Trinácria (três pontas) e faz alusão às três pontas da ilha, que possui forma triangular. É uma imagem alegre e fantasiosa, representa bem o espírito siciliano.

Seguimos caminhando até a praça onde fica a imensa Catedral Normanda de Cefalú, uma das mais belas da Sicília, no alto de uma colina e abaixo da imensa rocha que marca a cidade. Na fachada principal uma escadaria completa o conjunto da Catedral.

O imenso Duomo começou a ser construído por Rogério II em 1131, para ser o principal templo religioso da Sicília. Não é, mas tem o seu esplendor. Nos mosaicos magníficos destaca-se o Cristo Pantocrator, como uma obra prima bizantina.

Voltamos até a praia do Velho Porto e ficamos ali aproveitando o final de tarde. Barracas de praia e sombreiros dão um toque latino a Cefalú.

Decidimos esperar anoitecer e jantar no centro de Cefalú, pois estávamos encantados pela cidade. Escolhemos um restaurante com uma bela varanda sobre o mar. Existem dezenas deles nessa área da cidade.

Após o jantar voltamos para pegar os carros e seguir para o hotel. Para surpresa nossa, os carros não estavam mais lá. Haviam sido rebocados pois tínhamos estacionado em local proibido. Bateu um desespero momentâneo, achávamos que a solução seria complexa e demorada (como teria sido no Brasil) o que prejudicaria a viagem no dia seguinte. Encontramos com um policial no local que foi nos dando a solução. Chamou um táxi e nos encaminhou até a garagem para onde os carros tinham sido levados. A garagem ficava fora da cidade, na estrada, que estava escura e abandonada. Descemos do taxi, que nos orientou a esperar ali, no escuro e no meio da estrada, por algum policial que iria aparecer em 5 minutos. Ficamos apreensivos, mas 5 minutos depois o policial apareceu, pagamos uma multa de 60 Euros por carro e saímos dali com a moral abatida, mas com a sensação de que temos que respeitar as regras de trânsito sempre.

Voltamos para o Hotel Baía del Capitano. No dia seguinte seguiremos viagem.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
nereo
17 jan 2015Parabens,bateu a saudade da terra dos meus pais,aonde passei as maiores epocas de ferias na minha vida e ainda continuem morando os familiares por parte do pai.Un trabalho bonito,real,descrito e fotografato verdadeiramente !….”sicilia,terra aonde as arrolhas dos vinicultores substituiram as balas dos mafiosos,vencendo assim o seu povo com ajuda do estado o medo e a omiçao”