A Epopeia de Amundsen e o Museu do Barco Fram
- 1634 Views
- joaquimnery
- 1 de outubro de 2016
- Destaques Europa Noruega
05.07.2016
A Prefeitura de Oslo
Saímos do Parque Vigeland, seguimos até a Prefeitura de Oslo, um belo prédio de tijolos marrom escuro, que se ergue imponente na cidade, que por sua vez, não possui outros edifícios muito altos. No interior da prefeitura é que acontece a cerimônia de entrega do Prêmio Nobel da Paz. Os demais Prêmios Nobel são entregues em Estocolmo, na Suécia, mas o da Paz é entregue em Oslo, na Noruega. Quando o Prêmio Nobel foi criado, a Noruega pertencia à Suécia e por isso, esse prêmio significativo, o da Paz, continuou sendo entregue em Oslo.

O salão principal, da Prefeitura (Radhus), inaugurada em 1950, possui uma decoração extravagante e viva, com pinturas de artistas modernos noruegueses, retratando um pouco a história do país. É um marco arquitetônico para a cidade.

O Nobel da Paz
Alfred Nobel, que inventou a dinamite, criou o prêmio Nobel da Paz como uma compensação para os danos de guerra que a dinamite causava. Além do Prêmio Nobel da Paz, criou também o Prêmio Nobel para a física, a química, a medicina e a literatura. Todos os outros são entregues em Estocolmo. O Nobel da Paz é entregue em Oslo.

A Península dos Museus
Após a visita à prefeitura, seguimos para a Península Bygdoy ou Península dos Museus, onde estão localizados vários dos museus de Oslo. O primeiro que visitamos foi o Frammuseet, o Museu do Barco Fram, que retrata as aventuras do navegador norueguês Roald Amundsen (1872-1923), o primeiro homem a chegar ao Polo Sul.

Amundsen
Amundsen, no final do século XIX e início do século XX, travou uma disputa intensa com outros navegadores, sobretudo ingleses pela conquista dos polos norte e sul. Tentou chegar ao Polo Norte, através de uma estratégia mal sucedida, colocando o seu barco para ficar preso à calota polar do norte, que conseguia movimenta-lo ao longo do tempo. Por erro de cálculo de Amundsen, ou por inconsistência dos movimento do gelo polar, ele passou perto, mas não conseguiu chegar a polo Norte. Desistiu do barco, tentou chegar a pé, mas não conseguiu. Recuou. Quando se preparava para tentar de novo, o polo foi conquistado por um navegador inglês.

A aventura de Amundsen
Amundsen partiu então para tentar chegar ao Polo Sul. Quando chegou na Antártida, descobriu que o navegador inglês Robert Falcon Scott já estava no continente tentando chegar por lá. Scott seguiu andando e levou consigo pôneis resistentes a clima frio. Esse foi o seu grande erro. Amundsen levou cachorros adaptados a puxar trenós. Chegou primeiro. Quando Scott chegou ao polo, já encontrou a bandeira da Noruega fincada no gelo.

Os pôneis de Scott
Amundsen conseguiu voltar para relatar o seu feito, Scott não. Os pôneis de Scott foram morrendo de frio e de fome. Caminhando sobre o gelo os seus homens foram morrendo e a sua aventura terminou em tragédia. Todos morreram no retorno.

O Museu do barco Fram
No Museu está exposto o barco Fram, projetado em 1892, com o qual Amundesen chegou à Antártida e de lá partiu para conquistar o Polo sul em 1911. O barco foi construído especialmente para isso, com uma tecnologia própria para suportar o fato de ser aprisionado pelo gelo, sem se quebrar.

O irlandês Ernest Shelcketon
Outro terceiro navegador participava dessa corrida para a conquista dos polos, foi o irlandês Ernest Shelcketon, que perdeu a corrida para os rivais e tentou outro feito titânico. Como o polo já havia sido conquistado por Amundesn, Shelcketon tentou ser o primeiro navegador a atravessar a Antártida andando. Não conseguiu, mas foi protagonista de uma aventura e façanha heróica. O seu barco ficou preso no gelo e ele precisou voltar andando para solicitar resgate para a sua tripulação. Schelcketon conseguiu resgatar a todos os companheiros, vivos. Se tornou um herói nacional.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.