Rinocerontes, completamos o “Big Five”
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- joaquimnery
- 1 de junho de 2012
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- África Destaques Namíbia
Março de 2012
O acampamento Ongava fica numa região que intercala uma savana aberta, com muitas pastagens e algumas áreas de densa vegetação arbustiva. A época que fomos não é a melhor para ver os animais, pois o capim está alto e tem água por todos os cantos. Os animais ficam mais espalhados e se escondem no meio do capim, mas estávamos com sorte.

Vimos um bom grupo de gnus, zebras e orix, o maior que tínhamos visto nessa viagem. Os animais herbívoros, muitas vezes, pastam e ficam juntos, apesar de serem espécies diferentes. São mais olhos para ver a presença de um predador.

Me Gusto, o nosso guia, nos ensinou, que os antílopes comem a parte mais alta do capim, os gnus a parte intermediária e as zebras a parte mais baixa, por isso não competem entre si e convivem bem nas mesmas pastagens.

Encontramos as pegadas dos rinocerontes. Na área da reserva Ongava existem aproximadamente 60 animais, entre Rinoceronte Brancos e Rinocerontes Negros. É muito difícil de encontrá-los, pois são poucos, ariscos e vivem isolados ou em pequenos grupos.
As pegadas que encontramos eram de dois dias atrás, continuamos seguindo trilhas, sempre em direção a áreas onde a comida preferida dos Rinocerontes existisse em abundância. Achamos pegadas fresca e fezes recentes, o que indicava que eles haviam passado por ali.
Já estava no fim da tarde, o sol se pondo, a luz ficando ruim, quando de repente, Me Gusto, com o olho de um guia de safari experiente, parou o carro, pediu para que todos ficássemos em silêncio e passou a sinalizar para uma moita a 100m de distância onde deveria estar o “Rino”.
Os rinocerontes saíram da vegetação mais densa e chegaram na estrada, eram três rinocerontes brancos, foi uma emoção imensa estar cara a cara com um animal espetacular.

Muito arisco, saíram correndo pela estrada, ainda tentamos persegui-los, mas foi em vão, se embrenharam pelo mato e os perdemos de vista. Para nós foi uma vitória. Completamos os “Big Five”. Na viagem vimos Leões, Leopardos, Búfalos, Elefantes e Rinocerontes, já podemos começar a voltar para casa.
Os Rinocerontes Brancos e os Negros, são, ambos cinza. A cor é a mesma e a denominação não tem nada a ver com a cor do bicho, foi um erro de interpretação no início da sua denominação pelos povos europeus. O rinoceronte branco tem uma boca maior, pois come capim, e por isso mais assustadora que o rinoceronte negro, que come arbustos e possui uma boca menor.

O primeiro naturalista a descrever a diferença, chamou o rinoceronte branco de “Wild Rhino”, (rinoceronte selvagem), pois tinha uma boca mais assustadora. Na Europa, aqueles que ouviram, entenderam como “White Rhino” (rinoceronte branco), em consequência, o outro passou a ser chamado de rinoceronte negro. Estórias da África, mas ambos são cinza escuro. Dos dois, o rinoceronte negro é menor e o mais agressivo.
Paramos para brindar o pôr-do-sol e voltamos para o acampamento. Na volta a tempestade estava se formando. Eram raios, relâmpagos e trovões para todos os lados. Já escuro, ainda vimos corujas e quase presenciamos uma caçada noturna de leões sobre impalas, chegamos para atrapalhar, o grupo estava no meio da estrada e a nossa presença desarmou o bote. Tivemos uma noite de tempestade tropical africana.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
Anônimo
10 jan 2015Joaquim Nery , como é bom ver estas reportagens , se tivesse no meu alcance, gostaria de visitar a africa e ver de perto esses animais, sei do perigo ,mas vejo um trabalho muito importante para as novas e futuras gerações.