A Cratera do Ngorongoro na Tanzânia
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- joaquimnery
- 2 de novembro de 2015
- África Tanzânia
11 de agosto de 2015
Chegamos à Cratera do Ngorongoro, na Tanzânia, no final da tarde. A região é uma Área de Conservação Nacional. É um conceito um pouco diferente de um Parque Nacional, pois nas Áreas de Conservação é possível a convivência e exploração econômica por parte dos grupos que vivem na região, obviamente respeitando as regras de preservação ambiental.

A Cratera do Ngorongoro é uma das maiores atrações turísticas da Tanzânia. O Ngorongoro é um vulcão extinto, de bordas altas e profundas. No interior da cratera a topografia plana cheia de vegetação gramínea é um paraíso para os animais herbívoros que não precisam sair daí e que por sua vez, são uma forte atração para os predadores. No Ngorongoro a cadeia alimentar e a “farra” da vida, estão completas. Isso faz da cratera um dos lugares mais fascinantes da África.

O Ngorongoro é um lugar de pastagens e caça dos guerreiros Masai. É apelidado de “A Arca de Noé”, devido à grande variedade e quantidade de animais que vivem dentro do vulcão extinto. Acredita-se que quase todas as espécies de animais da África aparecem aí representadas, num ecossistema pouco afetado pelo homem.

O vulcão está a 2.236m acima do nível do mar e é considerado a maior caldeira vulcânica desmoronada do planeta. Possui cerca de 20 km de diâmetro e uma superfície de 300 quilômetros quadrados. Os paredões que descem ao fundo da cratera têm 600 metros de altura. Esse paredões retêm a umidade e tornam a região muito chuvosa.

A altura dos paredões dificulta a entrada e saída de alguns animais, como a girafa, que por possuir pernas longas e desengonçadas, raramente são vistas no Ngorongoro. Como o ecossistema é equilibrado e a vegetação é exuberante o ano inteiro, muitos animais não precisam sair da cratera. Os leões, por exemplo, chegam a apresentar problemas de consanguinidade por causa de múltiplos cruzamentos dentro do mesmo grupo, o que diminui a resistência genética e torna o grupo mais vulnerável.

No fundo da Cratera existem apenas elefantes machos e solteiros, pois as fêmeas andam em grandes grupos e no Ngorongoro não haveria comida suficiente para grupos assim. As rotas migratórias das manadas de elefantes evitam a Cratera.

Na borda da Cratera, existe uma estrada que circunda toda a área, e 4 hotéis em posições diametralmente opostas. Dos hotéis é possível ter uma bela vista da região. A região pode ser visitada o ano inteiro, porém os meses de abril e maio são mais chuvosos, danificam estradas e pode haver interrupção do acesso ao interior do Ngorongoro.

Dos hotéis partem as Land Rover e Jeeps, para os safaris. Ficamos hospedados no excelente Hotel Serena Lodge Cratera do Ngorongoro, que possui uma vista espetacular para a cratera.

À noite, antes do jantar, assistimos a uma apresentação folclórica dos Masai que vivem próximos ao hotel. No dia seguinte iríamos descer ao fundo da cratera para fazer um safari fotográfico de dia inteiro.


Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.