Chegando a La Paz, por Maíra Nery
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- joaquimnery
- 3 de janeiro de 2014
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- América Bolívia Destaques
Esta viagem foi realizada por Maira Nery em novembro de 2013.
Ao vir morar em Rio Branco, capital do Acre, decidi que iria aproveitar o momento para conhecer os países da América do Sul que, apesar de vizinhos, estão um pouco distantes do litoral. Agora nossos vizinhos estão bem pertinho, o que torna tudo mais fácil. A Bolívia e o Peru, por exemplo, estão a mais ou menos 200 quilômetros de Rio Branco.

O primeiro lugar escolhido foi o Salar de Uyuni. Para ser sincera, nunca tinha ouvido falar. Mas ao chegar aqui, vi as fotos de colegas que haviam ido e me encantei! A viagem toda foi montada em torno da visita ao salar. Tínhamos 10 dias de férias e então decidimos por La Paz, Lago Titicaca e Salar de Uyuni.

Como estamos em Rio Branco, nossa viagem partiu de Cobija, cidade boliviana que faz fronteira com Brasiléia no Brasil. Chegamos em Brasiléia um dia antes do voo, pois este saía cedo, às nove da manhã. Aproveitamos e fomos a Cobija comprar o soroch pills, remédio recomendado para ajudar com os efeitos da altitude de La Paz.

O remédio ajudou muito, nada de dor de cabeça ou vômitos, mas é impressionante como você sente o efeito da altitude assim que desce do avião. Ainda assim, levaram uns 15 minutos para a sensação de tontura sumir. Já o cansaço ao andar não passa. Recomendação dos bolivianos em La Paz: “Caminar despacito, comer poquito y dormir solito” (caminhar devagarzinho, comer pouquinho e dormir sozinho).

No aeroporto, pegamos um táxi até o Hostal que íamos nos hospedar e fica no centro da cidade. Curiosidade em relação aos táxis: não há taxímetro ou tabela. O preço é dado pelo motorista na hora. Do aeroporto ao centro, eles normalmente cobram entre 60 e 70 bolivianos e dentro da cidade, pagávamos cerca de 15 bolivianos por viagem.

No caminho do aeroporto para o centro, já dá pra ter uma ideia de como é a cidade. La Paz é cercada de montanhas e o aeroporto fica no alto. Montanha a baixo, a vista da cidade é impressionante: todas as montanhas que rodeiam a cidade são tomadas de casas, todas em tijolo aparente, deixando a cidade em um tom ocre e com uma aparência de uma grande favela.

Trânsito caótico, com muitos ônibus e vans circulando. Os ônibus são pequenos e coloridos, bem típicos da cidade. Tem certo charme.

Por onde se olhe, é possível ver as típicas bolivianas, normalmente senhoras, com os chapéus de coco, saias coloridas e tranças enormes. O pano que carregam nas costas é usado para carregar crianças ou coisas, como se fosse uma bolsa.

Pichações e cartazes de protesto também são muito comuns. Estão em todos os lugares. No entanto, ao conversar com os motoristas, eles dizem que creem que o país tenha melhorado com Evo Morales no poder.

Chegamos no Loki hostal por volta das 2 da tarde. Fizemos o check in e fomos conhecer um pouco do centro da cidade. Destino: calle de las brujas. Fomos caminhando em direção a rua das bruxas, bem despacito como recomendado. Aproveitando o tempo em La Paz que estava bastante agradável durante o dia, chegando a fazer 22 graus.

Na realidade, a calle de las brujas é um conjunto de ruas, todas próximas. O nome vem justamente dos produtos que são comercializados e chamam atenção dos turistas: feto de lhama, bebês de lhama empalhados, estrelas do mar, ervas das mais variadas e uma enorme variedade de produtos semelhantes, todos voltados para bruxaria e oferendas a pachamama, a mãe terra. Além de todos esses produtos, é na rua das bruxas que encontramos artesanato típico da Bolívia como casacos, luvas, meias e gorros de lã de lhama, jóias de prata e os mais diversos souvenires, todos em torno da figura da lhama. Pechinchar sempre dá resultado!

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (4)
joaquimnery
14 mar 2017Oi, Gustavo! Havíamos comprado a passagem aérea pela Aerocon, mas perdemos o voo porque nos atrapalhamos com o fuso horário. Na época, o Acre adotava uma hora a menos do que a Bolívia para ficar com o horário mais próximo ao de Brasília. Chegando no aeroporto, compramos um outro voo e fomos pela TAM, uma cia aérea boliviana (Transporte Aereo Militar, se não me engano). O avião da TAM é um boing, o voo foi bem tranquilo. O retorno para Cobija foi de Aerocon. Eu, que não sou das mais corajosas para voar, não recomendo. Avião minúsculo que mal cabia uma pessoa em pé dentro. Além dessas duas companhias aéreas tinha Amaszonas e a BOA. A Amaszonas é excelente e faz a rota para Uyuni. Compramos todos os voos pela internet.
Gustavo
09 mar 2017Relato muito interessante. Gostaria de saber como foi o voo de Cobija a LaPaz (empresa aérea e média de preços), se possível.
Grato pela atenção
Gustavo
joaquimnery
21 fev 2015Olá Sara,
De Cobija para Rio Branco é possível ir de ônibus de carreira, mas prepare-se para uma condição de transporte muito simples e popular. Existem também os táxis lotação, que você compartilha com outros viajantes, talvez esta seja uma melhor opção.
Um abraço,
Joaquim Nery
SARA MARTÍNEZ
20 fev 2015Boa tarde Joaquim! Gosto muito de seu blog pois viajar é a minha paixao! =)
Sou uma espanhola que está a morar no Brasil, e vou comeÇar uma viagem no Amazonas, Perú e Bolivia nos meses de MarÇo e Abril. Tinha lido o post da sua filha de quando foi de Rio Branco a La Paz e gostaría de saber cómo posso viajar de La Paz a Rio Branco do jeito mais económico. Minha ideia é apanhar um voo de La Paz a Cobija, e de Rio Branco até Recife, mais nao acho como ir de Cobija a Rio Branco. Você conhece se tem onibus, transfer, lotaÇao…, que fai ese percurso?
Muito obrigada e parabéns pelo blog,
Sara