Hong Kong, uma cidade inglesa na China
Chegamos a Hong Kong à noite e já nos surpreendemos positivamente com a estação de desembarque do Ferry Boat. Espetacular. Hong Kong é hoje em dia um Território Autônomo que pertence à China, mas tem uma gestão própria e independente, por isso para entrar em Hong Kong, mesmo vindo da China, é necessário passar pela imigração. Os próprios chineses precisam de visto para entrar em Hong Kong. A administração de Hong Kong é escolhida democraticamente pelos representantes distritais que elegem dois indicados e o governo da China define qual deles será o administrador e qual será o vice.

Seguimos direto para o excelente e bem localizado Harbour Grand Hotel. Tivemos uma grata surpresa. Estávamos exaustos e decidimos jantar aí mesmo no hotel. O restaurante Le 188o, que fica no 41o andar é maravilhoso e tem uma vista magnífica da baía e Hong Kong e dos arranha-céus da cidade.

No dia seguinte saímos para um city tour de reconhecimento da cidade. A primeira parada foi no Pico Vitória, a mais alta colina de Hong Kong, localizada a 552 metros de altitude. Para chegar até lá subimos uma estrada estreita e sinuosa.

O Pico Vitória, originalmente era um local exclusivo de residência dos ingleses, governadores e ricos comerciantes. Ainda hoje é o local escolhido pelos milionários da cidade e sem dúvida o melhor lugar para se viver na cidade.

Existe uma estrada estreita que dá acesso ao pico, além de muitas trilhas sombreadas, mas também pode-se chegar por lá através de um bondinho. Do alto do Pico Victória temos vistas maravilhosas da baía de Hong Kong e começamos a compreender um pouco a geografia do lugar.

O Território Autônomo de Hong Kong é formado pela Ilha de Hong Kong, a Península de Kawloon, que fica em frente, uma área conhecida como “Novos Territórios” e dezenas de ilhas menores que ficam na baía de Hong Kong. Os ingleses adquiriram o território de Hong Kong, como uma colônia, após a Primeira Guerra do Ópio de 1839 a 1842. Hong Kong foi uma indenização de guerra. Após a Segunda Guerra do Ópio, adquiriram a Península de Kawloon e ampliaram o território. Depois fizeram um acordo com os chineses e alugaram uma área anexa a Kawloon, denominada de Novos Territórios.

No acordo firmado entre ingleses e chineses desde a primeira Guerra do Ópio, já estava previsto a devolução de Hong Kong à China em 1997, mas havia a dúvida se a Inglaterra iria ou não cumprir o acordo. Durante a Guerra das Malvinas, entre Inglaterra e Argentina de 1982, os ingleses confirmaram à China que iriam manter o acordo de devolução. A consequência imediata foi uma forte fuga de capital e de pessoas de Hong Kong, temendo a integração com o comunismo chinês.

Para evitar mais perdas e fuga de capitais, a China fez um acordo com o governo de Hong Kong, para transformar a colônia, num território autônomo, mas com forte influência chinesa, por mais 50 anos. É assim que Hong Kong vive hoje. Hong Kong, apesar de ser um fortíssimo enclave econômico no sudeste da Ásia, depende muito da China, inclusive estruturalmente. Muito dos insumos para a sobrevivência do território vem de lá, inclusive a água. Isso sempre foi uma ameaça para o país.

A cidade possui um território pequeno, de apenas 1.104 quilômetros quadrados e uma população grande de mais de 7 milhões de habitantes, resultando numa área de enorme densidade demográfica (6.300 hab/km2). O resultado disso é uma cidade vertical e espremida entre prédios e montanhas.

A sensação que temos é que Hong Kong é bonita de se ver de fora da cidade: do mar, das montanhas e do alto dos prédios. Internamente a cidade tem uma urbanização caótica, quando comparamos com as outras cidades que vimos na viagem (Singapura, Tóquio, Pequim, Xangai, etc.).

Os apartamentos de 30 metros quadrados, reúnem famílias com 6 ou mais pessoas, apinhadas em cômodos pequenos e dormindo em beliche. A nossa guia em Hong Kong sinalizava, que em famílias maiores, as pessoas trabalhavam em turnos opostos para poderem compartilhar os mesmos beliches e com isso dobrar a capacidade de moradia dos pequenos apartamentos. O trabalho à noite em Hong Kong, também foi uma herança dos ingleses para poderem fazer negócios com o Ocidente, pois quando é noite em Hong Kong é dia na Europa.

A sensação que tivemos é que o cidadão de Hong Kong é muito grato aos ingleses e se sentem mais ingleses que chineses. A partir da implantação do comunismo na China e sobretudo durante o período da Revolução Cultural imposta por Mao Tsé Tung, muitos chineses fugiram para Hong Kong e esses ainda têm uma forte identidade com a China.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (8)
JOÃO TENREIRO
14 maio 2018CONHEÇO HONG KONG. CIDADE LINDISSIMA. PLAS 20,00 HORAS LIGAM TODAS AS LUZES DOS EDIFICIOS, O QUE NOS PROPORCIONA UM ESPECTACULO DE LUZ E COR. UMA CIDADE MUITO Á FRENTE.
Aparecido Silva
29 jun 2017Interessante conhecer no mundo lugares diferentes !
dorinha
22 abr 2017seria um sonho conhecer mais sei que jamais sera realizado.m
Julio Cesar Azevedo
05 mar 2017queria muito conhecer mas nao tenho condicoes financeiras se alguem se interessar em pagar tudo para mim ir agradeco.de coracao
Bandidos agridem violentamente estudante para roubar celular – Comando VP
15 jun 2016[…] estudante de Hon Kong- CHINA , veio a São Carlos para fazer intercambio, para prestar serviços comunitários a estudantes […]
Anônimo
17 out 2015gostei muito, estive la este mês, adorei pena ,foi o intenso calor e chuva.
Anônimo
03 jun 2015linda cidade que me deixou com vontade de visitar
Anibal borin
27 nov 2014Muito esclarecedor este documentário, obrigado parA quem o fez,anibal