Chegando a Havana, em Cuba
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- joaquimnery
- 8 de setembro de 2019
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24 de agosto de 2019
Saímos de Varadero para Havana numa viagem com 2,5 horas de duração. No caminho, chamou a atenção, a propaganda do governo, que sempre usa a imagem de Fidel Castro em outdoors na beira da estrada. Paramos no mirante da Ponte de Bacunayagua, sobre o Rio Yumurí, uma parada “obrigatória”. Construída no início da década de 60, é a mais alta do país, atravessando um despenhadeiro com 110 metros de altura.

No mirante da ponte existe um quiosque que vende, dentre outras coisas, a Piña Colada, um famoso coquetel comum no Caribe, feito com rum, leite de coco e abacaxi e nesse caso, servido no abacaxi. Provamos o drink à base de rum e fomos contemplados por uma boa música cubana. Cuba é um país bastante musical. A herança africana contribuiu muito para isso.

Chegamos à Havana e fomos direto para o excelente Gran Hotel Manzana Kempinski, localizado no coração da cidade, nos limites entre a Havana Velha e o Centro Havana. O Hotel Manzana Kempinski fica num edifício do século XIX que foi totalmente reformado e transformado num excelente hotel 5 estrelas administrado pela rede Kempinski. O edifício era um centro comercial no século XIX, denominado de Manzana de Gómez. Fica no coração da cidade histórica, ao lado do Parque Central.

O restaurante e bar localizado no “roof top” do hotel, tem uma vista espetacular do centro de Havana. Lá de cima dá para ver o belo edifício do Centro Asturiano, com suas torres características.

Havana
Havana é a capital e maior cidade de Cuba. Possui aproximadamente 2,4 milhões de habitantes. Fica na borda norte da Ilha. É uma cidade colorida, animada, com uma forte tradição histórica e cultural. Possui edifícios monumentais, grandes palácios coloniais, mas encontra-se bastante castigada pela pobreza e abandono econômico de Cuba.

Cuba possui uma localização estratégica, na entrada do Golfo do México. Era o porto mais seguro do Caribe nos séculos XVI e XVII e por isso foi a cidade que mais cresceu. Virou alvo preferencial de piratas e corsários, bancados pelos reis da Inglaterra, França e Holanda, na segunda metade do século XVI. Havana foi atacada e saqueada várias vezes pelos maiores piratas da época, por isso foi se tornando uma cidade bastante fortificada e passou a ser a capital de Cuba.

A grande riqueza arquitetônica está concentrada nas regiões de Havana Velha, Centro Havana e Vedado. Havana Velha fica numa área, que no passado era protegida por grandes muralhas. Ainda hoje é possível encontrar resíduos da antiga muralha de Havana. Se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade, título conferido pela UNESCO em 1982.

Na arquitetura da Havana Velha, predomina a influência hispânica da Andaluzia. É o maior núcleo colonial da América Latina. No século XIX, dividia com Buenos Aires, o título de cidade mais próspera da América Latina. Hoje encontra-se degradada, mas alguns prédios têm sido recuperados, muitas vezes com ajuda externa. Os trabalhos de restauração continuam.

Saímos do hotel e seguimos caminhando por Havana Velha. As ruelas estreitas e parcialmente destruídas, assustam a princípio, mas gradativamente vamos nos acostumamos, até porque não houve nenhum sinal de violência ou ameaça.

La Bodeguita del Médio
Fizemos uma primeira parada num local especial. A Bedeguita del Médio, um bar que se tornou famoso por ter sido uma das paradas obrigatórias do escritor americano Ernest Hemingway, que viveu em Havana, de 1939 a 1960 e se tornou um dos símbolos da cidade. Era aí na Bodeguita del Médio, que Hemingway tomava o “mojito”, um dos seus drinks favoritos. O “mojito” é “primo” da caipirinha, só que feito a base de rum e leva folhas de hortelã amassadas que acrescenta um frescor especial. Produzido a mais de 100 anos, é uma das marcas de Cuba.

O bar, que já foi no passado um depósito de bebidas, é muito simples, mas tem esse valor folclórico e histórico. As paredes possuem fotografias, pichações e autógrafos dos visitantes, incluindo alguns famosos. Os turistas entram ali, tiram umas duas fotos, provam um “mojito” e seguem os seus caminhos. Foi o que fizemos.

Hemingway, que ganhou o Prêmio Nobel de literatura em 1954, escreveu alguns dos seus romances mais famosos, na Finca La Vigia, a sua casa na beira de uma praia próxima a Havana. O autor do O Velho e o Mar, amava o mar e era apaixonado pela pesca do marlim, que fazia com pescadores locais, a partir do seu refúgio.

Continuamos andando por Havana Velha, passando pelos seus principais recantos, como: A Praça Vieja, a Praça das Armas e a Praça São Francisco.

À noite, pegamos um táxi e fomos até o Restaurante Los Naranjos, localizado na região de Centro Havana. Garimpamos o restaurante no Trip Advisor. São poucas as opções de restaurantes bons. O Los Naranjos poderia passar como razoável em outras cidades, mas em Havana, ele é excelente. Possui um atendimento muito simpático, a decoração é acolhedora e a comida é especial, com toques de culinária cubana.
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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.