O espetacular Canal do Panamá
- 9174 Views
- joaquimnery
- 23 de abril de 2017
- 4
- América Panamá
10 de março de 2017
Dois dias na Cidade do Panamá
O nosso principal objetivo em visitar o Panamá era conhecer o Canal, que liga o Pacífico ao Atlântico. Quando planejamos a viagem para Cancun, a melhor opção aérea foi com a Copa Airlines, companhia panamenha, vimos nisso uma oportunidade para realizar esse sonho. Definimos ficar dois dias na Cidade do Panamá e cumprir essa etapa obrigatória na vida de um viajante pelo mundo.

O Casco Viejo do Panamá
Contratamos um tour no hotel, para uma visita guiada ao Canal do Panamá, além disso terminaríamos a manhã em um passeio panorâmico pela Cidade do Panamá e finalizaríamos na parte antiga da cidade, conhecida como “Casco Viejo”.

A Eclusa de Miraflores
Seguimos direto para a Eclusa de Miraflores, na região do Canal. São 12 quilômetros desde o nosso hotel, na zona hoteleira da Cidade do Panamá. Chegamos no Canal e fomos para o Centro de Visitantes, onde pudemos presenciar alguns navios atravessando a Eclusa de Miraflores e as manobras de abertura e fechamento das comportas, bem como a variação do volume de água dentro dessas eclusas.

O istmo do Panamá
O Panamá é um pequeno país localizado na América Central. Apelidado de “Ponte das Américas”, pois possui a formação geográfica de um istmo. Uma estreita faixa de terra interligando dois blocos continentais. É no Panamá, que o istmo fica mais estreito. No local onde foi construído o Canal a faixa de terra possui apenas 77 quilômetros separando o Oceano Atlântico do Pacífico.

A travessia do Atlântico para o Pacífico
Antes da existência do Canal do Panamá, qualquer navio que precisasse fazer a viagem da costa leste para a costa oeste dos Estados Unidos, obrigatoriamente dava a volta no extremo sul da América do Sul, no perigoso Cabo Horn, através da Passagem de Drake e do Estreito de Magalhães. O canal diminuiu imensamente o tempo dessa travessia e a distância, em aproximadamente 13 mil milhas. Esse foi o motivo que justificou o esforço gigantesco para a construção do Canal. Um navio que levava meses para ir de Nova York a São Francisco, passou a fazer a mesma viagem em aproximadamente 9 horas. Entre o tempo de espera e o cruzamento do Canal, pode levar de 20 a 30 horas.

Um canal artificial
O Canal do Panamá é artificial, possui aproximadamente 80 quilômetros de extensão. É fundamental para o comércio internacional. A ideia para a sua construção ganhou força após a inauguração do Canal de Suez, em 1869, ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e possibilitando a integração do Oceano Atlântico ao Oceano Índico.

A dificuldade na construção do canal
A França, através da Companhia Suez, de Ferdinad de Lesseps, que construiu o Canal de Suez, decidiu tentar construir o Canal do Panamá a partir de 1880. Após 20 anos de trabalho e de investimentos vultuosos, abandonou o projeto por falta de recurso, problemas de engenharia e assustada pela grande quantidade de mortos vitimados por doenças tropicais, em especial a malária e a febre amarela, que vitimou cerca de 20 mil pessoas.

A separação do Panamá
Em função dos entraves colocados pelo governo colombiano para a construção do canal, os Estados Unidos começou a financiar grupos separatistas, interferindo na geopolítica do Panamá, que se separou da Colômbia em 1903 e possibilitou o início das obras no ano seguinte. O projeto foi retomado pelos Estados Unidos, em 1904, após a independência do Panamá, que levou dez anos para a conclusão da obra. Foi inaugurado oficialmente em 15 de agosto de 1914.

A história do Canal do Panamá
O canal passou a pertencer aos Estados Unidos, que detinha também, o controle sobre as suas margens. Adquiriram a posse da faixa ao redor do Canal, incluindo uma distância de 5 milhas para cada lado. Toda a área era uma base militar norte americana. Após conflitos envolvendo militares americanos e estudantes panamenhos, foi assinado um acordo em 1977, o Tratado Torrijos-Carter, onde a zona do Canal passaria por uma administração conjunta entre os dois países, até 1999 e a partir daí, finalmente seria gerenciado e operado pelo governo do Panamá, através da Autoridade do Canal do Panamá, uma agência do governo. Com a passagem do Canal para os panamenhos eles herdaram também uma completa infra-estrutura de ferrovia, rodovias, duas hidrelétricas, uma base aérea, e vilas militares.

A engenharia do Canal do Panamá
O Canal do Panamá foi uma das maiores e mais difíceis obras de engenharia já realizadas no mundo até então. Como o território do Panamá é montanhoso, foi necessário escolher cuidadosamente o seu trajeto. Mesmo assim, ele somente se tornou possível através de um engenhoso sistema de eclusas e construção de lagos artificiais.

A estratégia do Lago Gatun
Os navios saem do Oceano Atlântico, sobem eclusas, onde são elevados a 26 metros de altura, até chegar ao nível do Lago Gatun. Um lago artificial criado para diminuir o esforço na construção do Canal e nas escavações. Depois de atravessar o Lago Gatun, os navios descem uma eclusa até o Lago Miraflores, também artificial, localizado a 16 metros de altura, e seguem viagem por mais canais e eclusas até chegar ao Oceano Pacífico.

O padrão Panamax
A eclusa mais estreita do Canal original possui uma largura de 33,5 metros, o que condicionou, durante muito tempo, a indústria naval a construir navios com largura máxima de 33 metros, para que eles pudessem passar pelo Canal do Panamá. Esse padrão é denominado Panamax. Largura de 32,3 metros, comprimento de 294 metros e calado de 39,5 metros.

A ampliação do Canal do Panamá
Com o surgimento dos superpetroleiros e supernavios de carga, o Canal do Panamá passou a viver um novo desafio. Aumentar a largura e profundidade para possibilitar navios maiores. A partir de 2007, começou a construção de um novo canal, inaugurado em 2016, com a passagem do supercargueiro Cosco Shiping Panamá, de bandeira chinesa. Esse novo canal possibilita a passagem de navios com até 49 metros de largura e 366 metros de comprimento, abrindo novas e gigantescas possibilidades para o Canal do Panamá. Os atuais navios que podem passar por esse novo e mais largo canal, são chamados de Post-Panamax.

O pedágio
O pedágio cobrado para os navios que atravessam o Canal do Panamá é a principal riqueza do país. Hoje, passam aproximadamente 15 mil navios por ano. O pedágio é calculado em função do peso e das dimensões do navio.

O Centro de Visitantes de Miraflores
Além de visitar o Canal, quem vai ao Centro de Visitantes de Miraflores, pode assistir a um filme que mostra e conta as histórias da construção do Canal do Panamá, além de visitar exposições sobre biodiversidade do local, fotos da época da obra, etc.

Leia mais:
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (4)
antoniocaser
28 dez 2018O Canal do Panamá não é nenhum “espetáculo”, é a MAIOR EXPLORAÇÃO do planeta já criada pelo homem.
Antonio Caser
28 dez 2018O Canal do Panamá não é nenhum “espetáculo”, é a MAIOR EXPLORAÇÃO do planeta.
Angela Antunes
24 abr 2017Olá!
Muito bom esse post. Muito esclarecedor, uma verdadeira aula. Obrigada. Abraços. Ângela Antunes.
Josie Delfino
24 abr 2017Muito bom texto, adorei!! Dá pra sentir mesmo a sua paixao ao descrever cada momento da sua viagem e nos deixa com uma vontade imensa de seguir os seus rastros rsrs parabéns Joaquim!!!