Machu Picchu, “A Cidade Perdida dos Incas”
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- joaquimnery
- 27 de agosto de 2013
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- América Destaques Peru
31 de julho de 2013
Acordamos bem cedo, antes do sol nascer e seguimos para Machu Picchu, A Cidade Perdida dos Incas. Teríamos um dia de fortes emoções. O objetivo era ver o sol nascer no interior das ruínas e ver a luz lentamente iluminar a face das montanhas que cercam o “santuário”.

Subimos direto para a “Cabana do Guardião”, uma espécie de sentinela avançada da antiga cidade. É de lá que se tem as melhores vistas do conjunto completo de Machu Picchu. O dia estava maravilhoso e a luz ajudava nas fotos. A melhor época para conhecer Machu Picchu é de abril a novembro, quando o tempo seco favorece a visita. De dezembro a março chove bastante e pode haver problemas de acesso às ruínas.

Machu Picchu, que significa “Velha Montanha” no idioma antigo dos Incas (quéchua), é uma construção espetacular. Um conjunto de ruínas de uma cidade pré-colombiana, escolhida pela UNESCO, como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade e hoje, considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.

Quem visita Machu Picchu pode ter a opção de subir a trilha da montanha que compõe o complexo (Huayna Picchu). Precisa comprar um ticket especial e reservar com antecedência, pois são apenas 400 pessoas por dia e costuma estar esgotado com alguns meses de antecedência. 200 pessoas sobem entre 7 e 8 horas da manhã e outras 200 entre 10 e 11 horas. Se tiver chance vá no horário mais cedo pois o sol pode castigar. A trilha é difícil, mas não impossível. Não tínhamos comprado os tickets e ficamos de fora desse programa.

A cidade fica localizada no topo de uma montanhas a 2.400 metros de altitude, no Vale do Rio Urubamba. Foi mandada construir por Pachacútec, o nono e o mais importante dos Incas, que reinou de 1438 a 1471, para ser uma morada real escondida e protegida e/ou um santuário de orações.

Os conquistadores espanhóis não conheceram Machu Picchu e por isso as ruínas da cidade sobreviveram ao tempo e aos saques. A “Cidade Perdida dos Incas” só foi revelada ao mundo em 1911 depois que foi “descoberta” pela expedição do historiador americano Hiram Bingham, patrocinada pela Universidade de Yale.

Hiram Bingham veio à América do Sul para realizar estudos sobre Simon Bolívar e sobre o General San Martin que comandaram as batalhas pela independência da América Espanhola. Bingham foi a Cusco e lá teve notícias sobre a existência de uma capital dos Incas (Vilcabamba), escondida no meio da floresta e que foi o centro de resistência dos Incas na luta contra os espanhóis.

Na tentativa de encontrar Vilcabamba, Hiram Bingham seguiu mata a dentro, passando por desfiladeiros entre as montanhas e guiado por camponeses que conheciam os caminhos de Machu Picchu, chegando lá em 24 de julho de 1911. Quando chegou a Machu Picchu, a cidade estava invadida pela floresta e infestada de cobras. As ruínas impressionaram e Hiram Bingham se dedicou a estudar Machu Picchu nos anos seguintes, realizando expedições em 1912, 1914 e 1915. Escreveu um livro sobre a “descoberta”, denominado A Cidade Perdida dos Incas.

Hiram Bingham retirou de Machu Picchu centenas de caixas com objetos de cerâmica, bronze, cobre, prata e pedra. Esse objetos traduzem a essência da cultura Inca e possuem um valor inestimável. Foram encaminhados à Universidade de Yale nos EUA, que havia patrocinado as expedições.

Os peruanos têm um caso de amor e ódio de Hiram Bingham, pois reconhecem a importância das suas expedições, no sentido de ter revelado ao mundo e ao próprio Peru as riquezas de Machu Picchu, mas acham que os objetos foram saqueados. Hoje reivindicam da Universidade de Yale e do governo americano que devolvam o acervo. No governo de Barak Obama alguns objetos começaram a ser devolvidos e hoje encontram-se em Cusco, enquanto aguardam a construção de um museu em Machu Picchu.

Machu Picchu foi abandonada pelos Incas no início do século XVI e ainda não estava totalmente concluída. A grande maior parte do que existe hoje foi reconstruído, estima-se que apenas cerca de 30% é original.

A cidade tem duas grandes áreas. Uma agrícola representada pelos terraços que aparecem como escadarias construídas na declividade do terreno e lugares de armazenamento de alimentos e outra urbana, representada por casas, templos, praças, etc.

Tudo em Machu Picchu impressiona, mas chama a atenção a perfeição com que os blocos de pedra eram encaixados uns nos outros, sem o uso de argamassa. Algumas estruturas evidenciam os conhecimentos de astronomia dos Incas, como a determinação das posições de solstícios de verão e de inverno.

A cidade foi construída com uma técnica que lhe protegia dos terremotos comuns na região e um sistema de drenagem que evitava desmoronamentos por causa da chuva. Várias camadas de pedras com tamanhos diferentes eram sobrepostas permitindo a infiltração e escoamento natural da água da chuva em canais de drenagem.

Finalizamos a visita a Machu Picchu no final da manhã. Pegamos o ônibus para Água Calientes onde tomamos o trem Vistadome para Cusco. São quatro horas de paisagens dramáticas e estonteantes.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
Anônimo
19 ago 2014realmente excelente seu artigo. Obrigado. Ivone
Jonas Cavalcante Ferreira
25 abr 2014Em breve estaremos ai.
arnelino teixeira
15 nov 2013simpresmente maravilhoso .eu gostaria e muito em faser uma visita a esse lugar lindo .mas eu acho isso muito impocivel eu um dia vou la nem que for no sonho mas eu vou.