A caminho de Varadero

21 de agosto de 2019

Aproveitamos uma promoção da COPA Airlines, que possui um voo saindo direto de Salvador para a Cidade do Panamá e marcamos uma viagem para Cuba, local que há muito gostaríamos de conhecer. A Agência Via Alegria (www.viaalegria.com.br) cuidou dos detalhes. Foram seis noites em Cuba. Deixamos três noites para a região de Varadero e três noites para Havana. Nesta ordem.

Decidimos começar por Varadero e deixar Havana para o grande final. O voo faz uma escala rápida na Cidade do Panamá e segue para Havana. É necessário visto para entrar em Cuba, mas é bastante simples. Basta ir ao Consulado de Cuba com passagem aérea, indicação de hospedagem e certificado de vacina contra a febre amarela, pagar uma taxa e o visto é obtido na hora. Em Salvador fica no bairro da Barra.

Chegamos em Havana e já havia um motorista nos esperando para o translado até Varadero. Foram 6,5 horas de voo para a Cidade do Panamá, uma hora de conexão e mais 2,5 horas da Cidade do Panamá até Havana. De Havana para Varadero, mais 2,5 horas de carro, numa excelente estrada, com um motorista cuidadoso, que nos acompanhou nos translados e nos ajudou a entender um pouco mais sobre o país.

Seguimos direto para o Hotel Iberostar Varadero. A região de Varadero fica 150 km a leste de Havana, na parte norte da Ilha de Cuba. É um paraíso de sol e mar, com águas quentes, de um azul incrível e areias que de tão brancas parecem artificiais.

É o principal balneário de Cuba. Fica na estreita Península de Hicacos, com 19 quilômetros de extensão de uma das praias mais belas do mundo. Na realidade a península é uma ilha que quase toca o continente. Fica ligada por uma ponte levadiça e isso dá ainda mais exclusividade a Varadero.

A cidade de Cárdenas é a mais próxima. No final do século XIX, algumas famílias ricas de Cárdenas começaram a adquirir terrenos na Península e construir casas de veraneio. Varadero virou a praia da moda desde aquela época. A revolução cubana confiscou todas as propriedades privadas. As casas de Varadero passaram a ser propriedades do Estado.

Hoje a Península possui dezenas de resorts de grande porte que atendem a turistas de várias partes do mundo, sobretudo canadenses e europeus. Os resorts possuem bandeiras internacionais. A maioria deles de bandeira espanhola, como a rede Iberostar e a Rede Meliá, dentre outras. O clima tropical possibilita o turismo o ano inteiro, mas no verão o fluxo é maior.

Os resorts de Varadero

O governo cubano é o verdadeiro dono dos hotéis. As redes europeias são parceiras comerciais do governo, que tem a maior parte do negócio. Os funcionários dos hotéis são funcionários do Estado. Recebem um salário padrão, algo em torno de 30 dólares por mês e estão integrados ao sistema geral de trabalho de Cuba.

Salários baixos e funcionários públicos criam a dificuldade de gestão dos resorts. Os funcionários ficam ávidos por gorjetas e isso se torna quase que uma obrigação. Para eles é uma complementação salarial necessária e para os turistas um constrangimento quase que obrigatório. O nosso motorista/guia fez uma série de relatos sobre roubos nas dispensas dos hotéis. Queijos, presuntos e outros produtos são roubados e vendidos nas cidades para cidadãos cubanos que não encontram esses produtos nos mercados. Hotel “sem dono” e funcionário desmotivado e sem fiscalização de gestão.

Os hotéis convidam os turistas a ficarem por aí. Quase todos eles são de regime “all inclusive”. Quem quiser passear pela península pode alugar um carro de passeio, ou mesmo usar os transportes disponíveis. Um ônibus de dois andares que circula no mais belo estilo das cidades turísticas mundiais, pegar um passeio de charrete ou um cocotáxi, um táxi lambreta em forma de coco.

Um banho de mar dos deuses

Colocamos as malas no quarto e fomos nos deliciar com uma praia maravilhosa. A Ilha de Cuba é cortada pelo Trópico de Câncer. O clima tropical garante banho de mar o ano inteiro.

As águas dos entornos da Ilha são formadas pelo acúmulo de águas quentes trazidas pela Corrente Equatorial Norte, que sai da costa da África, atravessa o Oceano Atlântico, ficando ainda mais quente e esbarra no Golfo do México. Aí ela adquire mais força e sai em direção à costa noroeste da Europa (Ilhas Britânicas). Na saída banha o litoral de Cuba, possibilitando um banho de mar dos deuses. É essa mesma água quente que ajuda na formação dos furacões do hemisfério norte. A temporada dos furacões coincide com o verão, mas nem sempre acontece. Dá para ir sem medo de ser feliz.