Xangai, onde a China se encontra com a Europa
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- joaquimnery
- 24 de dezembro de 2013
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- Ásia China Destaques
Saímos de Xian com destino a Xangai para conhecer a mais moderna das cidades chinesas e a que mais nos impressionou. Xangai ou Shangai, é a maior cidade da China, com cerca de 20 milhões de habitantes em sua região metropolitana, fica localizada na costa leste do país, na margem do Rio Huangpu, no delta do Yang-tsé-Kiang, o maior rio do país. O aeroporto de Xangai está ligado ao centro da cidade por um Trem Bala, um dos mais velozes do mundo, que pode chegar a 430 km/h. A viagem que pode levar 2 horas de carro, em função dos engarrafamentos, é feita em 9 minutos com o Trem Bala.

Seguimos do Aeroporto para o bom Hotel Ramada, no caminho paramos para mais um almoço chinês, dessa vez um pouco melhor que os outros que tivemos na viagem, num antigo casarão em estilo francês.

Xangai, que significa “acima do mar”, foi uma vila de pescadores no passado que ganhou importância no século XIX, quando a China foi forçada a abrir os seus portos ao comércio com a Europa, cedendo às ambições comerciais da Inglaterra e a cidade foi transformada em porto livre a partir do final da Guerra do Ópio, com o Tratado de Nanquim em 1842.

A China teve que abrir o comércio e aceitar o tráfico de ópio com os países ocidentais. A cidade se transformou num grande centro financeiro e de comércio entre o Oriente e o Ocidente. Antes da Segunda Guerra Mundial, Xangai era o maior centro comercial e financeiro do extremo oriente. Parte da cidade tinha um controle europeu, inclusive com uma legislação própria, nas “concessões” francesa e inglesa, onde viviam os cidadãos estrangeiros em versões miniaturizadas dos seus países de origem.

Xangai se transformou numa colônia continental cosmopolita com forte influência inglesa e francesa. A década de 1930 foi o período de “ouro” da cidade, quando convivia com a sede de grandes bancos, e edifícios de escritório, inspirados em arquitetura europeia, às margens do Rio Huangpu, um dos braços do Delta do Yang-tsé-Kiang. Essa região se chama Bund e é um dos lugares mais charmosos da cidade.

O Bund é uma das principais marcas de Xangai. Fica no coração da antiga cidade colonial. Cheio de hotéis, bancos, escritórios e clubes, que foram símbolos das potências comerciais europeias. Caminhar pelas calçadas do Bund, na beira do Rio Huangpu é um excelente programa para quem visita Xangai.

Em Xangai foi fundado o Partido Comunista Chinês que assumiu o poder no país em 1949. Em 1945, com o fim da Segunda Guerra, a cidade foi ocupada pelos americanos, a pedido de Chiang Kai-Shek, para que não fosse tomada pelos comunistas, o que somente aconteceu em 1949. Com o regime comunista Xangai estagnou, a maioria dos estrangeiros e muitos empresários chineses abandonaram a cidade e seguiram para Hong Kong ou para Taiwan. Xangai somente voltou a crescer após as grandes reformas econômicas implantadas na China a partir de 1990 por Deng Xiao Ping. Desde 2005 Xangai se transformou no maior porto do Mundo.

A Região de Pudong, fica na margem do Rio Huangpu, do outro lado do Bund e é hoje a área mais moderna da cidade. Foi declarada uma ZEE (Zona Econômica Especial), pelo governo de Deng, recebendo incentivos e subsídios para atrair capital estrangeiro. Explodiu economicamente. Possui uma vida noturna animada, com bares, boates e restaurantes por todos os lados.

Xangai é hoje o principal centro representativo da modernidade, riqueza e pujança econômica da China. É uma cidade cosmopolita, com destaque na cultura e no design. Nos dias que estivemos por lá estava acontecendo a Xangai Fashion Week. Nos encontramos com frequência com as lindas modelos chinesas.

À noite fizemos um passeio de barco pelo Rio Huangpu para admirar o fantástico “Sky Line” noturno de Xangai, com alguns dos prédios maiores e mais modernos do mundo dando um show de iluminação.

Após o passeio de barco seguimos para o fantástico restaurante francês, M On The Bund (imperdível), localizado num terraço do Bund, de frente para o Rio Huangpu, de onde se tem uma vista espetacular da moderníssima Península Pudong com os seus arranha-céus modernos. A clientela do restaurante, era na sua maioria formada por ocidentais.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
Anônimo
23 jun 2017a CHINA é a maior poluidora do MUNDO
joaquimnery
25 dez 2013Obrigado Alda. Se precisar de ajuda e sugestões será um prazer participar. Um abraço.
Aldalice Gedeon ( Alda)
25 dez 2013Nery, ler seus ‘Posts’ sobre uma viagem que tivemos o privilégio de termos realizado recentemente , é uma dádiva ,por que além de relembrar detalhes que muitas vezes passaram desapercebidos , aprendemos a parte histórica e suas observações são sempre oportunas. Quero fazer esse ano o mesmo roteiro com algumas alterações que certamente enriquecerão o programa,e o seu blog será meu guia na organização do roteiro! Acho que vale apena investir nesse destino , ainda mais agora que estou “craque” kkk