O Monte Sião
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- joaquimnery
- 8 de junho de 2019
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13 de abril de 2019
O Shabbat
Estávamos no dia 13 de abril de 2019 e era um sábado. Fazer turismo aos sábados em Israel exige paciência e estratégia, pois esse é o dia sagrado da semana para os judeus. O Shabbat ou Sabat começa com o por do sol da sexta-feira e vai até o por do sol do sábado. É o dia de descanso para eles.

Começam a desacelerar na tarde de sexta. A partir das 17h nada mais funciona, comércio, atividades financeiras e serviços. O Shabbat deve ser um dia dedicado à harmonia das famílias com Deus, por conta disso, os judeus não trabalham aos sábados e tudo fica realmente fechado.

Em nosso hotel, havia um elevador para os judeus, onde não era possível escolher o andar durante o sábado de descanso. O elevador ficava programado para parar em todos os andares sucessivamente. No café da manhã, a máquina de café também não funcionava por causa do dia sabático.

O Shabbat nos forçou a ir a um restaurante grego, o Elias, que estava lotado de turistas do mundo inteiro, que assim como nós, estavam em busca de um restaurante aberto. Como Jerusalém é uma cidade de múltiplas culturas, dá sempre para procurar algum serviço funcionando entre os árabes e cristãos.

O restaurante fica ao lado e faz parte do maravilhoso Mosteiro de Mar Elias, um mosteiro ortodoxo grego, ao sul de Jerusalém, fundado no século 6 e restaurado após um terremoto em 1160.

A igreja possui uma coleção de pinturas ortodoxas maravilhosas. Segundo as tradições cristãs, o Profeta Elias descansou aqui depois de fugir da vingança de Jezabel.

O MONTE SIÃO
Depois do almoço seguimos para o Monte Sião, um dos lugares mais sagrados de Jerusalém. É lá que fica a Abadia da Dormição, onde acredita-se pode ter ocorrido a morte de Maria.

No interior da Abadia da Dormição, que também é chamada de Basílica da Ascensão de Maria, existe uma cripta com uma imagem da Virgem Maria em madeira e marfim, no seu leito de morte. Alguns cristãos acreditam, porém, que a morte e ascensão de Maria aconteceu próximo a Efeso, na Turquia.

Aqui também, no andar superior, aparece o Cenáculo, a sala onde aconteceu a Última Ceia, onde Jesus e os seus discípulos celebraram a festa da Páscoa.

Abaixo do Cenáculo fica uma sala um pouco maior que abriga o túmulo do Rei Davi. Apesar de poucos acreditarem ser esse o local exato do Túmulo de Davi, o local virou ponto de peregrinação, sobretudo para os judeus.

Numa alusão ao Monte Sião, lugar sagrado para os judeus, em função da presença da Tumba do Rei Davi, o termo sionismo passou a ser utilizado a partir do século XIX, para definir um movimento político da comunidade judaica mundial, sobretudo a europeia, de retorno do povo judeu à Palestina.

Voltamos para o hotel e saímos novamente às 18h. Estava tudo fechado. A solução foi andar pelo bairro árabe da Cidade Antiga de Jerusalém e aguardar o sol se por. Nesse dia 13 de abril, isso só aconteceu às 20h, quando as lojas dos judeus começaram abrir.

Fomos até o Shopping Mamila Mall e jantamos no bom restaurante Joy, no próprio Shopping.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.