O primeiro safari fluvial no Pantanal
12 de junho de 2023
A temperatura despencou em Porto Jofre
Estávamos em Porto Jofre, na Pousada Santa Rosa. A localidade fica próxima ao Parque Estadual do Encontro das Água e é considerada o melhor lugar do mundo para observação de onças-pintadas. Fomos lá para isso. Demos azar, pois entrou uma frente fria assustadora. A temperatura caiu de 37 graus para 7 graus em apenas um dia. Não estávamos preparados para um frio tão intenso e quase desistimos. Depois decidimos nos agasalhar melhor e aproveitamos mais os passeios. Faz parte do dia a dia dos viajantes. O frio intenso dificultou os programas, mas conseguimos sobreviver e foi muito bom.
O Rio São Lourenço
Pegamos uma lancha rápida com casco de alumínio, conduzida por um “piloteiro”, adaptada para safaris fluviais, e começamos a subir o Rio São Lourenço, na divisa entre os estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O Rio São Lourenço é afluente do Rio Paraguai, o principal rio que corta o Pantanal do Mato Grosso. Havia uma névoa sobre a água, que deixava a manhã ainda mais enigmática.
As garças-brancas
Seguimos adiante até o Rio Três Irmãos que compõe a hidrografia da região, com dezenas de outros rios e braços de rios. O espetáculo, por enquanto estava por conta dos ninhais de garças-brancas. Centenas delas voando para todos os lados. Essas garças costumam viver na beira dos rios e lagos do Pantanal. Chegam a medir pouco mais de um metro de altura.
Um voo elegante e inconfundível
Possui um voo elegante e inconfundível. Alimenta-se de peixes, mas na ausência deles, pode comer de quase tudo. Roedores, anfíbios, répteis e até lixo. Aparece em quase todo o território brasileiro.
Os corixos
Depois de duas horas de navegação, entramos nos canais denominados de corixos, são cursos d’água sazonais comuns na região do Pantanal e que aparecem normalmente após os períodos de cheias, quando os grandes rios transbordam e ocupam leitos abandonados de outros rios afluentes. Os corixos contribuem para as inundações do Pantanal. Como são áreas mais protegidas, é muito grande a quantidade de aves e animais que existem por aí.
O Corixo Negro
Chegamos ao Corixo Negro, uma área especial, bastante abrigada, onde o frio diminuiu um pouco e esperávamos encontrar a onça-pintada. O Corixo Negro é uma área de fauna espetacular. Muitas aves que vivem aí por conta dos grandes cardumes do canal de água.
Frio e chuva no meio do rio
Tínhamos saído tarde, por conta da viagem lenta pela Transpantaneira cheia de atoleiros. Circulamos até o final da tarde, mas não vimos onças. O nosso guia e o “piloteiro” decidiram voltar, pois o frio estava intenso e não deveríamos aguardar a noite chegar no rio. Na volta o “piloteiro” acelerou o barco e a sensação de frio aumentou ainda mais, pois começou a chover e esses barcos não possuem cabines.
Vulneráveis ao frio intenso e à chuva
Ficamos vulneráveis ao frio intenso e à chuva. De calça jeans e sem casacos impermeáveis, não estávamos preparados para essas condições. Foi muito desagradável e o fato de não termos visto as onças, o nosso objetivo principal, gerou uma frustração. Ver animais na natureza passa por essas possibilidades. O Pantanal não é um Jardim Zoológico. Nessa região próxima a Porto Jofre, a chance de ver onças-pintadas é grande, mas depende um pouco de sorte.
Com fé, veremos a onça
Desistimos, voltamos para a Pousada Santa Rosa e nos preparamos para a tentativa do dia seguinte. O sofrimento do frio na volta, chegou a ameaçar a nossa decisão de continuar. No dia seguinte iríamos nos preparar melhor e tínhamos fé que teríamos um pouco mais de sorte.
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