Atravessando o Círculo Polar Ártico
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- joaquimnery
- 30 de agosto de 2020
- Europa Finlândia Suécia Super Destaque
17 de junho de 1996
Chegando a Estocolmo
Estávamos em Lisboa, de passagem para a Escandinávia. Saímos cedo para o aeroporto onde pegamos um voo para Estocolmo, com escala em Copenhague. Chegamos em Estocolmo às 15h e seguimos direto para o Hotel Scandic Malmen. Um bom hotel, com excelente localização, próximo ao centro histórico de Estocolmo e de onde pudemos fazer várias visitas a pé.

Depois de nos alojarmos, saímos para um rápido passeio de reconhecimento, a pé, pelo centro histórico de Estocolmo. Voltamos no final da tarde para uma reunião com o guia (Cláudio), que iria nos acompanhar nessa aventura pela Escandinávia. Tivemos uma reunião no lobby do hotel, onde o Cláudio nos deu as orientações da viagem para o dia seguinte.

Após a reunião, saímos mais uma vez a pé, para o Restaurante Zur Franziskaner, o mais antigo da Suécia, onde comemos salmão. Depois voltamos para o hotel para arrumar as malas para o dia seguinte, quando iria começar a nossa aventura em direção ao “Polo Norte”. Apesar dos relógios já estarem marcando 23h, o céu ainda estava claro, uma das características do verão dessas latitudes.

Além do Círculo Polar Ártico
18 de junho de 1996
O sol se pôs às 23h e nasceu às 3h. Acordamos às 6h da manhã para seguir a programação da excursão. Parte das nossas malas ficaram no hotel de Estocolmo, para onde iríamos retornar na semana seguinte. Chegamos no aeroporto de Aranda e pegamos um voo no avião de médio porte com destino a Kiruna, no norte da Suécia.

A Suécia possui incríveis paisagens naturais, com montanhas cobertas de neve, florestas, lagos (cerca de 100 mil) e milhares de ilhas no litoral do Mar Báltico, criando um mosaico de belezas naturais. Aproximadamente 15% do seu território fica acima do Círculo Polar Ártico. A população está concentrada na porção sul do país, onde o clima é mais ameno e as possibilidades agrícolas são maiores. Apenas 7% das suas terras são cultiváveis.

A cidade de Kiruna já fica na Região da Lapônia. É a mais importante cidade da Suécia, na região polar, fica a 68º de latitude Norte, portanto, além do Círculo Polar Ártico. Possui cerca de 18 mil habitantes. A sua economia está baseada na mineração de ferro. Chegamos a Kiruna e fomos visitar o prédio da prefeitura e a igreja da cidade. Duas edificações feitas de madeira e que são construções importantes na região.

Chegando à Lapônia
Seguimos de ônibus para a localidade de Jukasjavi, no coração da Lapônia Sueca. Visitamos uma interessante vila dos Lapões, preservada, com museus interessantes, onde conhecemos um pouco da cultura dessa comunidade.

A Lapônia corresponde à região norte da península da Escandinávia e possui áreas em 4 países: Suécia, Noruega, Finlândia e Rússia. Cerca de 100 mil lapões vivem nessa região. O povo lapão está perfeitamente ambientado às condições adversas do clima dessas extremas latitudes. Muitos são nômades e vivem do pastoreio das renas, outros são pescadores e vivem nas aldeias das áreas litorâneas.

Depois de passar por Jukasjavi, seguimos viagem com destino à fronteira com a Finlândia, onde chegamos à cidade de Enotenkio, conhecida como a “meca” dos lapões, onde ficamos hospedados no Hotel Hetta. À meia-noite em ponto, acordei para ver pela primeira vez o fenômeno do Sol-da-meia-noite. Para nós era tudo muito fascinante. Dei uma volta no hotel e tirei algumas fotos da beira de um lago ao lado para documentar a claridade da meia-noite.

Esse fenômeno é visível nas regiões polares, próximo à data do solstício de verão, que no hemisfério norte acontece na data de 21 de junho. Como já estávamos além do Círculo Polar Ártico e no dia 18 de junho, pudemos vê-lo. O sol está presente durante as 24 horas do dia e quando maior a latitude, maior a quantidade de dias em que o sol não se põe.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.