A Operação Overlord, o Dia D e o Desembarque da Normandia
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- joaquimnery
- 5 de maio de 2013
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- Destaques Europa França
Em nosso segundo dia de viagem pela Normandia, tivemos surpresas maravilhosas, o que fez dele um dos momentos mais marcantes dessa viagem pela França. Entramos na região onde aconteceu o desembarque das tropas aliadas no litoral europeu, durante a Segunda Guerra Mundial. Cada curva da estrada era uma aula de história e fazia com que nos sentíssemos participantes do cenário de um filme.

A operação de Desembarque da Normandia aconteceu no dia 6 de junho de 1944, essa data ficou conhecida como o Dia D, termo utilizado para o dia do desembarque real. A ação recebeu o nome de Operação Overlord. A operação foi dividida em duas fases: A aterragem de soldados e paraquedistas, que envolveu cerca de 24 mil homens, entre britânicos, americanos, canadenses e franceses. O segundo grupo foi de infantaria que desembarcou nas praias da costa da Normandia envolvendo cerca de 160 mil homens.

Os 80 km de praia da costa da Normandia onde aconteceu o desembarque foram divididos em cinco setores que receberam os nomes de: Utah, Omaha, Gold, Juno e Sword. Essa região é cheia de museus e memoriais da Segunda Guerra Mundial. Fizemos a primeira parada no Memorial Pegasus, entre as cidades de Bénouville e Ranville.

O Memorial resgata a história da Operação Pegasus, o primeiro objetivo alcançado pelas tropas britânicas no Dia D, na Operação Overlord. O objetivo era tomar, sem destruir, a Ponte Pegasus (elevadiça), que liga a cidade de Bénouville a Ranville.

A ponte sobre o Canal de Caen foi tomada de assalto por soldados britânicos que pousaram de planadores. A operação foi um sucesso e concluída em apenas 15 minutos. Os aliados perderam apenas dois homens. Hoje a ponte original foi desmontada e transferida para o memorial/museu que fica ao lado.

Seguimos adiante para o nosso próximo objetivo: A cidade de Ouistreham, onde aconteceu a ação da Praia de Sword, nome de código dado pelos aliados para a ação dessa região. Aí em Ouistreham visitamos um bunker alemão usado no local durante a Operação Overlord.

O Bunker foi transformado em Museu, lá dentro havia toda a infraestrutura necessária para a sobrevivência, defesa e organização estratégica das tropas alemãs. A visitação do bunker nos permite entender um pouco mais da história da Segunda Guerra Mundial.

Saímos do Museu do Bunker Alemão e seguimos viagem, parando para uma homenagem e contemplação no cemitério dos soldados canadenses mortos na Operação Overlord, aí nas proximidades da Praia de “Sword”.

Seguimos adiante para a cidade de Arromanches-les-Bains, uma pequena vila no litoral da Normandia, onde existe hoje o Museu do Desembarque (Musée du Débarquement). Arromanches foi escolhida pelos aliados para a instalação de um dos portos artificiais (Mullberry) que foram utilizados para o Desembarque da Normandia.

O museu é impressionante pois nos mostra a estratégia, o planejamento e a tecnologia utilizada pelos aliados para a operação Overlord. Para viabilizar o desembarque em Arromanches, os aliados afundaram 18 navios mercantes antigos e um cruzador, nos recifes próximos da praia, que serviram como apoio para a atracação das primeira embarcações menores que chegaram no Dia D.

Logo depois, os primeiros portos artificiais, verdadeiros gigantes de concreto pesando entre 3000 e 6000 toneladas cada, com 220 pés de largura, 60 pés de altura e 52 pés de profundidade, foram chegando. Foram chamados de Fênix. Atravessaram o Canal da Mancha a uma velocidade de 4 milhas por hora, movimentados por três rebocadores cada. Foram 115 no total, foram planejados desde 1942, construídos na Inglaterra e transferidos para a costa da França no Dia D. Ainda hoje, partes remanescentes desses portos podem ser observados na Praia de Arromanches.

Dos portos para a praia foram construídas cabeças de pontes, que eram implantadas em frações de horas e pelas quais eram desembarcados milhares de equipamentos: tanques de guerra, caminhões, carros, etc. Estas estruturas eram plataformas de aço flutuantes, com quatro pilares nas extremidades próximas à praia, aderidas ao fundo do mar por pressão.

Existiam 4 caminhos flutuantes: um para veículos leves, como ambulâncias, jeeps, carros de comando, etc., outro para camionetes, outro para veículos carregados e outro ainda para veículos mais pesados, como tanques de guerra.

Com toda essa estrutura, no dia 12 de junho, seis dias após o Dia D, 220 mil homens já haviam sido desembarcados, assim como 39 mil veículos de todos os tipos e 110 mil toneladas de utensílios e bens.

Saímos de Arromanches e seguimos adiante.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (10)
Romano Zavalloni
28 nov 2015Grato pela atenção. Vi as IMAGENS E FIQUEI COMO SE LÁ JA ESTIVESSE ESTADO.
COMO ESTE ANO NÃO FOI POSSÍVEL IR,, PRETENDO IR EM ABRIL-2016.
JÁ ESTIVE NA FRANÇA NA REGIÃO ONDE AS BOMBAS VOADORAS, V1 E V2 ERAM LANÇADAS SOBRE a INGLATERRA. Foi um acontecimento sem igual.
Romano Zavalloni
Graciete Reis
26 nov 2015Percorri a Normandia por duas vezes e em ambas estava em Arromanches no dia 6 de Junho . Estive no 49º e 50º aniversario do desembarque, onde assisti as celebracoes . Tive tambem a oportunidade de visitar todos os museus por onde passei . Nos cemiterios que tambem visitei , prestei as minhas singelas homenagens aos militares tombados nas batalhas da Normandia . ~Meu Deus , quase todos eram uns meninos ainda . Deram a vida para que fossemos livres . .Adorei tambem a vila de Sainte Marie du Monde , onde cada casa , cada parede tem uma historia para contar . E Sainte Mere Eglise onde ainda hoje o boneco vestido paraquedista se mantem pendurado na torre da igreja para que nao nos esquecamos do infeliz paraquedista cujo paraquedas ficou preso na torre , e que veio, algum tempo depois a ser a ser alvejado e morto pelas tropas alemas. ADOREI ESTAS VIAGENS (33 3 35 dias respectivamente). .Nao foram apenas viagens de turismo ,Fora tambem uma fantastica licao de historia ..
Romano Zavalloni
02 jun 2015Em relação a ir para a Normandia, terei que transferir a viagem para MAIO-2016. COM AS CONSIDERAÇÕES DOS AMIGOS, JÁ TENHO UMA IDÉIA MAIS CLARA DE COMO LÁ CHEGAR.
SERÁ EMOCIONANTE PASSAR POR LOCAIS ONDE A HISTÓRIA RECENTE DA EUROPA FOI
CONSTRUÍDA. PARTIREI DA ITALIA E COM UM CARRO ALUGADO IREI ATÉ “AS PRAIAS DO
DESEMBARQUE.
.
Anônimo
01 jun 2015Todas as guerras sao estupidas
joaquimnery
31 out 2014O ideal é que você siga até Paris e de lá pegue um carro e siga para o litoral da Normandia. Você pode também contratar uma excursão a partir de Paris e aí não precisa dirigir. Se precisar de ajuda entre em contato com a noss Agência de viagens contato@viaalegria.com.br , fale com Carol.
Romano Zavalloni
30 out 2014Apreciei a explanação. Pretendo visitar o local em Maio-2015- vou ficar na Itália, assim é de lá que
vou partir. Estou sem idéia como lá chegar: Alugar um carro, contratar a excursão na Itália? Aqui
em S.Paulo EXISTEM CIAS.DE VIAGENS QUE FAZEM O ROTEIRO, MAS COMO TUDO NO
BRASIL, MUITO CARO. VAMOS EM 2 PESSOAS, EU E MINHA MULHER. CASO POSSA ME AJUDAR COM UMA ORIENTAÇÃO, MUITO FICARIA AGRADECIDO.
Rigoberto Ramsey
25 maio 2013Galerinha… problema serissimo para visitar os locais de desembarque do dia DSei que não trata-se de um roteiro muito convencional… mas chegando lá entendi “na pele” o motivo pelo qual nosso amigo realizou essa aventura de carro… simplesmente não tem outro jeito de chegar… além de os proprios moradores do local não saberem explicar direito nada sobre nada…Alerta aos mochileiros de plantão… é uma furada… o jeito mais certo… é realmente alugar um carro em Bayeux e “meter as caras”… por que se depender da galera local… bem como de alguma explicação sensata do povo do “Museu da Invasão da Normandia”… pode esperar sentado… você volta para casa sem nada ver…Bayeux para a praia de Omaha… são 24km… simplesmente a mulher do museu mandou eu pegar um taxi… dizendo ela ser o unico geito… ao consultar um taxista mal humorado na estação de trem… vi que realmente andar de taxi na Europa é “fumo” grande… me cobrou a bagatela de 50 Euros para ir e mais 50 Euros para voltar… vejam que absurdo… andar 24 km de taxi é mais caro do que o trem de Paris para Bayeux (em torno de 300 km) que me custou 60 Euros (ida e volta)Para mim foi o trecho mais decepcionante da viajem… não pelo lugar… mas pela dificuldade imensa para obter informações da população local… impressionantemente omissos.
Marcos Faerman: o filho rebelde do novo jornalismo patropi. Seu talento foi devastado pela cocaína – Jornal Opção | SCOMBROS
06 maio 2013[…] Reblogged from Um Pouquinho de Cada Lugar – Joaquim Nery: […]
anisioluiz2008
05 maio 2013Reblogged this on O LADO ESCURO DA LUA.
Moysés Fraga
05 maio 2013Emocionante! Imagens belíssimas, texto envolvente! Parabéns!