O BAIRRO JUDEU DE PRAGA
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- joaquimnery
- 21 de junho de 2017
- República Tcheca
08 de maio de 2017
O Bairro Judeu de Praga fica ao lado da Cidade Velha. É denominado de Josefov, em homenagem ao Imperador José II que realizou grandes transformações no bairro e derrubou as muralhas do Gueto. Hoje, o acesso se dá por uma ampla avenida, bastante movimentada, com algumas das mais importantes lojas de grife da cidade. As principais marcas do Mundo aparecem por aí.

Os Judeus começaram a ocupar essa região desde a Idade Média, no século X, quando aumentou muito o número de judeus em Praga, em função do êxodo vindo dos países do ocidente e outros vindos do Império Bizantino. Os grupos acabaram vivendo conjuntamente nessa área, onde foram formados Guetos. Ao longo da história, sempre foram perseguidos e sofreram opressões legais.

A primeira visita que fizemos aí foi à Sinagoga Pinkas, fundada em 1479 pelo Rabino Pinkas, uma das muitas que existem no bairro e a mais visitada. Hoje a Sinagoga foi transformada em uma espécie de Museu. Nas sua paredes foram escritos os nomes dos 77.297 judeus mortos a partir do Campo de Concentração de Terezín, na antiga Tchecoslováquia.

Nas salas anexas aparecem uma exposição de desenhos infantis, feitos pelas crianças judias presas nos Campos de Concentração. Os desenhos são angustiantes. Passam uma ideia sobre o turbilhão de sentimentos que aquelas crianças guardavam dentro de si.

No lugar onde hoje aparece a Sinagoga Pinkas existem vestígios de ocupação desse o século XI. Banhos rituais eram realizados ali. A estrutura gótica tardia do saguão principal da Sinagoga é muito bonita.

Na saída da Sinagoga Pinkas, entramos direto no Velho Cemitério Judeu de Praga, uma importante atração turística do bairro. Os judeus, na Praga medieval, por mais de 300 anos, somente podiam ser enterrados aí. O cemitério foi fundado em 1478. O espaço era pequeno para os séculos de restrição aos enterros dos judeus. Estima-se que existam aí, cerca de 12 mil lápides, com 100 mil pessoas sepultadas, amontoadas umas sobre as outras.

O resultado é o conjunto desordenado de milhares de lápides sobrepostas em várias camadas. Às vezes chegam a doze níveis estratificados de sepulturas. O cemitério funcionou como a única opção para o enterro dos judeus.

Saímos do Cemitério Judaico e continuamos pelas ruas do Bairro Judeu, que é um verdadeiro museu a céu aberto. Fomos até a Sinagoga Staranová ou Sinagoga Velha–Nova, construída em 1270 e a mais importante e antiga da cidade. É também a Sinagoga mais antiga da Europa. Judeus do Mundo inteiro vão a Praga para conhecer a Sinagoga Velha-Nova.

A arquitetura gótica da sinagoga foi a primeira nesse estilo, na cidade de Praga. Preservada, ela sobreviveu a vários incêndios, demolições, massacres contra judeus e guerras continuadas. É um local de forte devoção religiosa.

Foi aí que pregou o Rabino Löw, o mais famoso Rabino de Praga medieval. O Rabino Löw viveu em Praga no final do século XVI. Estudioso e culto, acreditava-se que o Rabino Löw tinha poderes mágicos.

Existe uma lenda sobre os judeus de Praga que fala sobre o Golem, um ser de barro criado pelo Rabino Löw. O Golem era agressivo e assustador. Segundo a lenda, o seu cadáver foi colocado nos telhados da Sinagoga Velha-Nova e está lá até hoje.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.