Hatshepsut, a Faraó Mulher
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- joaquimnery
- 13 de julho de 2019
- África Destaques Egito
23 de abril de 2019
O Vale dos Reis foi o local escolhido para abrigar dezenas de túmulos de Faraós do Médio e Novo Império do Egito Antigo. As mulheres e filhos dos Faraós eram enterradas no Vale das Rainhas, alguns quilômetros mais a sul. A única exceção foi para a Rainha Hatshepsut, esposa de Tutmés II. A mulher que por mais tempo reinou no Egito Antigo e construiu o seu túmulo separado das outras esposas dos faraós.

Estávamos no Vale dos Reis e após visitar as principais tumbas, seguimos para o Túmulo da Rainha Hatshepsut. Um dos locais mais visitados no Vale dos Reis, pela importância arqueológica que tem e pela sua grandiosidade.

Hatshepsut viveu no início do século XV a.C. é a mais conhecida das faraós mulheres. Era a filha mais velha de Tutmés I. Casou com o seu meio-irmão, Tutmés II. Após a morte de Tutmés II, como o seu enteado Tutmés III era ainda uma criança, Hatshepsut assumiu o trono e se tornou Faraó. Foi a faraó mulher que por mais tempo reinou no Egito. Assumiu como regente, porém mais tarde governou por conta própria, por 22 anos. O reinado de Hatshepsut foi um período de grande prosperidade econômica para o Egito Antigo e de uma relativa paz. A imagem de Hatshepsut foi muito retratada como uma faraó de barba.

O final da vida e reinado de Hatshepsut não é conhecido. O seu nome foi apagado dos templos, 20 anos após o início do reinado de Tutmés III. Existe uma teoria que relata o fato de ter sido assassinada por Tutmés III ou a sua ordem. O seu nome pode ter sido apagado também por ordem de Amenhotep II, o sucessor de Tutmés.

O túmulo de Hatshepsut fica incrustado numa grande falésia. Escavado numa rocha em Deir al-Bahri. Foi descoberto na segunda metade do século XIX e é uma das principais atrações do Vale dos Reis. Foi danificado por Ramsés II e seus sucessores. Mais tarde foi transformado em um mosteiro cristão, daí o nome árabe de Deir al-Bahri, que significa “Mosteiro Setentrional”.

No alto da primeira escadaria, as colunas do pórtico em volta do terraço superior foram decoradas com estátuas de Hatshepsut representada como Rei, com barba. Muitas dessas homenagens foram destruídas pelos Faraós que a sucederam. Algumas delas foram reconstruídas.

Num dos templos anexos, a Capela de Anúbis possui grandes murais bastante coloridos. Um deles é o relevo que representa Tutmés III fazendo oferendas ao Deus-sol, Rá.

O Templo é gigantesco. Se destaca na paisagem desértica. Possui vários terraços imponentes, interligados por grandes escadarias. Começou a ser construído no oitavo ano do seu reinado. As escavações arqueológicas continuam sendo processadas e revelam uma decoração suntuosa.

Após a visita ao Templo da Faraó Hatshepsut, saímos para conhecer uma loja que produzia artesanatos de pedras do Egito. Assistimos a uma demonstração da produção e seguimos adiante.

O Vale das Rainhas
Seguimos para o Vale das Rainhas onde eram enterradas as rainhas dos Faraós do Egito Antigo e os seus filhos. Esse local fica um pouco a sul do Vale dos Reis. Possui uma grande quantidade de túmulos das esposas dos Faraós. São mais de 80. O mais famoso é o da Rainha Nefertari, mas que não estava disponível para visitação.
Visitamos duas tumbas. A da Rainha do Faraó Ramsés III, Iset Ta-Hemdjert que foi enterrada junto com o seu filho, o Príncipe Amonherhepshep que morreu criança e um feto de cinco meses que pode ter sido posto ali como um ritual de renascimento. Visitamos também a Tumba da Rainha Titi.

Deixamos o Vale das Rainhas e voltamos para o navio Sonesta St. George I onde almoçamos e iniciamos a navegação pelo Rio Nilo. Ao longo do Cruzeiro pelo Nilo, chama a atenção as grandes áreas agrícolas ao redor.

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Começamos a subir o rio em direção a Aswan. Ao longo da navegação, o navio é “perseguido” pelos vendedores ambulantes que vêm com barcos na beira do navio e gritam para os hóspedes que estão no deck da piscina oferecendo os seus produtos. Caso algum hóspede aceite a negociação, eles jogam o produto para dentro do barco a aguardam o pagamento, que também é arremessado de volta.

Um dos aspectos que mais nos incomodou no Egito, foi o desagradável assédio dos ambulantes. Tanto nos sítios arqueológicos, como na entrada e saída do navio. À noite paramos na cidade de Esna, que iríamos visitar no dia seguinte.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.