Atacama, O Deserto mais seco do Mundo
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- joaquimnery
- 21 de fevereiro de 2016
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- Chile
28 de dezembro de 2015
Chegamos a San Pedro de Atacama no final da tarde do dia 27. Ficamos hospedados no Hotel Altiplânico. Os hotéis em San Pedro não são sofisticados. Obedecem a uma arquitetura que se integra à cidade. O Altiplânico é assim. Excelente para o padrão da região. Possui um bom restaurante, com pratos elaborados e criativos e os quartos obedecem a uma arquitetura de lodge. O único fator negativo é que fica um pouco distante do centro da cidade. Como no Atacama o clima é extremo, uma distância de pouco mais de um quilômetro pode fazer a diferença em caminhar, no rigor do inverno ou do verão.

Como o nosso hotel ficava um pouco distante da cidade, decidimos ficar aí. Jantamos no Altiplânico e deixamos para conhecer San Pedro no dia seguinte.

Conhecer o Deserto do Atacama era um desejo antigo. O Atacama é o Deserto mais seco do Mundo. Uma região para ser considerada desértica precisa ter menos que 250mm de pluviosidade por ano. O Atacama possui uma média de 50mm. Em alguns lugares do deserto, não chove a cerca de 500 anos.

O motivo de ser assim uma região tão árida é que o Atacama reúne os três fatores necessários para que uma região seja desértica. Está localizado numa faixa subtropical, o Atacama é cortado pelo Trópico de Capricórnio. As faixas subtropicais são áreas de alta pressão atmosférica e isso dificulta a formação de umidade.

É banhado por uma corrente marítima fria, a Corrente de Humboldt. As correntes frias impedem a passagem da umidade que vem do mar, pois antecipam as precipitações para o oceano. É cercado por uma cordilheira de montanhas, a Cordilheira dos Andes. Uma cordilheira de montanhas retém umidade, provoca precipitações nas encostas e o resultado de tudo isso é um deserto extremamente seco.

Pela manhã, saímos para um dia inteiro de atividades nos arredores de San Pedro de Atacama. O primeiro destino foi a Laguna Tebinquiche, mas antes paramos para conhecer e fotografar os Olhos do Salar, uma formação exótica no meio do deserto.

Os Olhos do Salar (Ojos del Salar) são duas grandes crateras localizadas no meio do deserto, cuja origem é desconhecida. Acredita-se que a água do subsolo dissolveu o sal da rocha e isso deu origem a essas formações, ou que pode ter sido consequência da queda de um meteorito na região. A água dentro dos Ojos del Salar é de um azul profundo e isso atrai visitantes e fotógrafos.

Saímos daí e seguimos até a Laguna Tebinquiche. Uma lagoa no meio do deserto, formada pela água do degelo das montanhas. As bordas salgadas e as salinas que se formam nos arredores da Laguna Tebinquiche dão um toque especial para as fotografias.

Ao fundo, o vulcão Lincancabur, forma a moldura mais famosa da região dos arredores de San Pedro de Atacama e contrasta com o colorido da Laguna Tebinquiche.

Saímos daí e seguimos para a Laguna Cejar e a Laguna de Pedra, localizadas a 25 km de San Pedro de Atacama, a atração mais esperada dessa manhã. A alta concentração de sal nessas duas lagunas impede que as pessoas afundem. Esse é o grande atrativo do passeio.

O banho é gelado, mas imperdível. As pessoas boiam nas águas do lago e a sensação de flutuação é incrível. Evite que a água caia nos olhos ou na boca, pois o sal pode arder bastante.

Na saída do banho, é importante tirar o sal do corpo, o mais rapidamente possível, hoje em dia existem duchas localizadas nas proximidades das lagunas. Leve chinelo para caminhar nos arredores, pois os cristais de sal podem provocar pequenos acidentes.


Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
flaviabraga
22 fev 2016maravilhoso