Gêiseres de El Tatio, os contrastes do Atacama
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- joaquimnery
- 13 de março de 2016
- Chile
30 de dezembro de 2015
Acordamos muito cedo para iniciar a jornada em direção a uma das maiores atrações do Deserto do Atacama. A visita aos Gêiseres de El Tatio acontece pela manhã bem cedo. Os visitantes precisam chegar lá antes do sol nascer, para poder observar o contraste visual da condensação do vapor superaquecido que brota da terra.

O carro nos pegou no hotel às 5h da manhã, ainda estava escuro, e seguimos para os Gêiseres de El Tatio localizados 90 km de San Pedro de Atacama e a 4.320 metros de altitude. No caminho são muitos carros de turismo levando os visitantes para o mesmo destino. Quando chegamos por lá, a temperatura era de 6 graus negativos.

O espetáculo visual da condensação do vapor acontece ao amanhecer. São dezenas de fumarolas que saem pelas fendas no solo, jorrando poderosos jatos de vapor. O conjunto de gêiseres de El Tatio é o terceiro maior do Mundo

A região de El Tatio está sobre uma enorme cratera de um vulcão adormecido, mas que pode acordar a qualquer momento. A bacia geotermal está cercada de vulcões pontiagudos. A atividade é enorme, com concentrações de gêiseres e fumarolas.

Os gêiseres são fenômenos de águas termais que ficam sobre caldeiras vulcânicas, superaquecidas e que “explodem” de vez em quando. Alguns deles possuem intervalos regulares de erupções. Em El Tatio existem cerca de 40 gêiseres e mais de 70 fumarolas. A água pode subir em colunas que chegam a 10 metros de altura e com temperatura de até 85 graus.

Outra atração de El Tatio é o banho de água termal, numa caldeira com temperatura de 45 graus centígrados. Os turistas trocam de roupa num frio de seis graus negativos, no verão e até 20 graus abaixo de zero no inverno e se jogam nessa piscina natural de água termal. A diversão é garantida.

Depois da visita aos gêiseres, tomamos um bom café-da-manhã servido aí mesmo pela agência que nos levou ao local.

Quando voltamos dos gêiseres de El Tatio, passamos pela região pantanosa do Vulcão Putana, com uma grande concentração de aves do Atacama: patos, gansos, etc. As águas desse pequeno pantanal vêm do vulcão e das montanhas que ficam ao redor.

Voltando para San Pedro, paramos no Povoado Machuca, com as suas casas de barro e telhado de palha, típicas do Deserto do Atacama. Machuca tem apenas uma rua e no meio do povoado a pequena igreja colonial é um charme à parte.


A população local se dedica à criação e ao pastoreio de lhamas com as suas múltiplas utilidades. Da lhama extraem a lã, aproveitam a carne e utilizam para transporte. Degustamos churrasquinho de lhama no Povoado Machuca. A carne é macia e saborosa.

Saímos do Povoado Machuca e voltamos para San Pedro de Atacama. No caminho passamos pela floresta de cactos. Uma área com grande concentração de cactos gigantes, típicos do lugar.

Voltamos para San Pedro de Atacama e à noite fomos jantar no Restaurante La Casona, um dos mais conhecidos de San Pedro. Pedimos uma parrilhada achando que seria uma boa opção, pois é típico dessa região do Chile. Foi uma péssima escolha, estava muito ruim. O churrasco brasileiro não tem igual (o argentino concorre um pouco, mas é argentino).

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.