O Pukara de Quitor, a pré-história atacamenha
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- joaquimnery
- 14 de março de 2016
- Chile
31/12/2015
Todos os passeios que tínhamos contratado a partir de Salvador foram realizados até o dia 30 de dezembro. A partir daí tínhamos que fazer programações próprias. No dia 30 passamos numa agência recomendada a partir do Brasil e reservamos um passeio para o dia 31. Iríamos ao Salar de Tara, uma das atrações famosas da região. A Ayulli foi a agência contatada. No dia seguinte eles furaram conosco. Marcaram para nos pegar no hotel às 9h. Esperamos até as 11h, quando eles informaram que não seria possível realizar o tour, pois o motorista/guia havia perdido a chave do carro. Já tínhamos pago de véspera. Eles nos devolveram os valores pagos, mas perdemos a manhã.

Desistimos do Salar de Tara. Alugamos duas bikes e decidimos pedalar pelo Atacama. A altitude, as trilhas de barro, a poeira intensa dificultavam a pedalada, mas a sensação de liberdade compensou todo o esforço. Amamos a pedalada.

Seguimos por uma trilha mais próxima, de aproximadamente 8 km de ida e volta. Fomos até as ruínas arqueológicas da pré-história atacamenha de Pukara de Quitor.

A palavra pukara, de origem quéchua, quer dizer “fortaleza” e é isso que temos por lá. A fortaleza é do século XII e serviu como uma área de proteção dos povos atacamenhos dessa região, contra inimigos e invasores.

Hoje quando visitamos as ruínas, podemos ter uma ideia do que foi aquela fortaleza, há 700 anos, antes da invasão dos incas, que dominaram os povos atacamenhos antes da chegada dos espanhóis. Existem caminhos entre as ruínas que se pode subir, lembrando que em altitude, esse esforço é de tirar o fôlego.

O Pukara de Quitor está localizado em uma área estratégica, na encosta da montanha, de onde se tem belas vistas dos arredores.

Na entrada das ruínas existem hoje duas grandes cabeças esculpidas na rocha e que foram implantadas ali em homenagem às civilizações pré-colombianas do Atacama.

Um grande arco, também esculpido na rocha completa o sítio de Pukara de Quitor.

Como tínhamos perdido a manhã por conta da agência Ayulli, voltamos para o hotel, mas ficamos com as bicicletas para devolver no dia seguinte. Fomos descansar, pois à noite íamos para a festa de réveillon em San Pedro de Atacama. À noite fomos para uma ceia de Ano Novo no Restaurante El Blanco.

O El Blanco é dos mesmos donos do La Casona, que tínhamos ido na noite anterior e não gostamos. O El Blanco, porém é excelente. Tivemos uma bela ceia em família e mais tarde fomos à festa no La Casona que fica ao lado, e interligado ao El Blanco.

À meia-noite saímos do restaurante e fomos para a Rua Caracoles onde estavam a maioria das pessoas da cidade e dos turistas. Quase todas as festas aconteciam aí.

Uma das tradições do Reveillon é a queima de bonecos com fogos de artifício. Semelhante ao nosso judas do sábado de aleluia. Ficamos um pouco na festa e seguimos para o hotel. Já estávamos em 2016.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.