A Pirâmide Maia de Chichen Itzá
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- joaquimnery
- 9 de abril de 2017
- América Destaques México Super Destaque
06 de março de 2017
Chegamos à cidade perdida de Chichen Itzá no início da tarde. Estava chovendo bastante, compramos uma capa de chuva nas mãos dos vendedores ambulantes que enchem a entrada do complexo e com isso aliviamos um pouco os efeitos da tempestade, que passou rapidamente.

O Centro de Visitantes na entrada do complexo possui uma boa infraestrutura, mas estava impraticável, pois vários ônibus chegavam na mesma hora, e com a chuva, a entrada estava caótica. Depois de algumas dificuldades iniciais provocadas pela chuva, conseguimos entrar e nos encontramos com o nosso guia para o início da visita tão esperada.

Chichen Itzá foi uma das maiores cidades erguidas pela civilização maia, no final do período clássico, entre o ano 600 e o ano 1.200. Hoje, o sítio arqueológico do que foi a antiga cidade maia, encontra-se ainda muito bem preservado, sobretudo nas suas atrações principais. Fica a 200 km de Cancun, na Península de Yucatan.

Chichen Itzá é um dos sítios arqueológicos mais visitados do México. Recebe cerca de 1,5 milhões de visitantes por ano. Patrimônio Cultural da Humanidade, declarado pela UNESCO desde 1988. A principal atração é a grande Pirâmide Maia, denominada de El Castillo, escolhida recentemente como uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo Moderno, é o Templo de Kukulcán, o Deus maior dos maias. Fica sitiada no centro da cidade maia e possui 30 metros de altura.

A Pirâmide é formada por várias plataformas quadradas, superpostas. Em cada lado da sua estrutura existe uma escadaria com 91 degraus, totalizando 364. Somando-se a esses, o degrau único que existe na entrada do templo, temos 365 degraus, que é exatamente o número de dias do calendário maia e do movimento de translação da Terra ao redor do Sol. Os maias eram craques em astronomia.

A Pirâmide Maia de Chichen Itzá é uma prova arquitetônica dos conhecimentos avançados que os maias tinham no campo da astronomia. Esses conhecimentos eram necessários na estratégia de sobrevivência dos maias, pois orientavam os fluxos de plantio e colheita agrícola.

O conhecimento do calendário anual, dos movimentos de rotação e translação, e das estações do ano eram vitais para a sobrevivência do povo maia. O maior fenômeno da Pirâmide acontece nos dias dos equinócios, 21 de março e 21 de setembro, quando começam as estações de primavera e outono respectivamente e milhares de turistas vão a Chichen Itzá para presenciar a aparição da serpente emplumada, Kukulcán, o Deus maior dos maias, na lateral da pirâmide.

Os degraus da pirâmide possuem detalhes triangulares, que quando refletidos pela luz do sol, nos dias dos equinócios, possibilitam a formação do desenho de uma serpente na lateral do “El Castillo”. Muitos pesquisadores entendem que esse fenômeno simboliza o início da nova estação do ano e uma sinalização para que os maias iniciassem um novo ciclo de cultivo agrícola.

Os mistérios da Pirâmide de Chichen Itzá colaboram para a confirmação dos conhecimentos astronômicos dos maias. Várias pirâmides foram construídas de forma superpostas. Uma envolvendo a outra. Antigamente era permitido subir nas escadarias das pirâmides, inclusive de uma das que ficavam no interior da principal. Hoje é proibido e isso ajuda na preservação do monumento.

A região de Chichen Itzá é muito quente. No dia que visitamos, demos sorte, pois quando chegamos estava chovendo e o dia nublado deu um alívio na temperatura.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.