A CIDADE PERDIDA DE CHICHEN ITZÁ
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- joaquimnery
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- México
06 de março de 2017
Passamos pela Pirâmide da praça central e seguimos direto para o local do “Jogo de Pelotas”, um dos principais destaque da cidade de Chichen Itzá. Nesse campo acontecia uma das mais tradicionais e importantes competições esportivas dos povos maias. O jogo funcionava como uma espécie de ritual.

Dois times ficavam no campo e precisavam fazer passar uma bola de borracha, por um aro muito pequeno instalado no alto de uma muralha. A bola somente podia ser arremessada com o antebraço, ombro ou com o quadril. Os jogos eram acompanhados por um ritual de sacrifício humano.

Todos os detalhes sobre o “Jogo de Pelotas” aparecem desenhados nos elementos decorativos entalhados nas muralhas que cercam a quadra onde aconteciam os jogos. Os sacrifícios eram feitos com guerreiros inimigos e visavam realimentar a terra para prover a fertilidade agrícola e favorecer o crescimento do milho. Os sacrifícios eram essenciais para manter o funcionamento do Universo.

O Deus maior dos maias é a Kukulcán, a Serpente Emplumada. O Deus tem o corpo de uma serpente e asas próximas à cabeça. A arquitetura e engenharia da praça central de Chichen Itzá, permite ouvir um eco que imita o chocalho de uma serpente e o canto de um pássaro, em pontos opostos. Muitos atribuem esse fenômeno a uma tentativa dos maias em chamar pelo seu Deus maior.

Outra construção imponente da cidade de Chichen Itzá, é o Templo das Mil Colunas, ou Templo dos Guerreiros. Um enorme palácio ricamente decorado com cabeças de serpentes e com cerca de mil colunas de sustentação que dava a volta em todo o prédio. Esse templo era utilizado como um grande mercado popular e também nas cerimônias de sacrifício humano.

O ponto negativo que vimos na visita a Chichen Itzá foi a grande quantidade de ambulantes espalhados pelo sítio arqueológico. Esse é um fenômeno relativamente recente e começou a acontecer após a estatização do sítio. Os vendedores oferecem diversos tipos de artesanatos, nem sempre de boa qualidade ou bom gosto.

Os ambulantes se distribuem de forma desorganizada, sujam e degradam o ambiente e constrangem o visual magnífico das ruínas. Na sua maioria são descendentes dos maias e isso torna o controle dessa “feira livre”, mais difícil para o governo.

A última visita que fizemos no sítio arqueológico de Chichen Itzá, foi ao magnífico observatório astronômico dos maias. Uma prova arqueológica da engenhosidade dos maias na perseguição à compreensão do Universo. Utilizando apenas a observação visual, os maias tinham conhecimentos astronômicos muito maiores que os seus contemporâneos europeus.

Conseguiram calcular com precisão impressionante o ciclo lunar e solar, setecentos anos antes dos europeus. Sabiam que a Terra era redonda e que o Sol não era o centro do Universo, coisa que os europeus só vieram a admitir no século XVII.

Saímos da cidade maia de Chichen Itzá com a “alma lavada” e pegamos mais 200 quilômetros de estrada na volta para Cancun. Como tínhamos ido de excursão deu para dormir um pouco no retorno. Chegamos no hotel à noite e jantamos por aí mesmo, no bom restaurante Venezia do Hotel Riu Península Cancun.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.