O Museu da Revolução Cubana
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26 de agosto de 2019
Seguimos andando pela manhã até o Museu da Revolução Cubana, localizado no prédio onde funcionava o palácio presidencial do antigo governo de Cuba. O Museu é simples, mas importante para o país. Conta a história da Revolução Cubana de 1º de janeiro de 1959, com muitas fotos, recortes de jornais da época e objetos utilizados pelos guerrilheiros.

O edifício onde está instalado o museu foi inaugurado em 1920 e funcionava como residência dos presidentes da república cubana até 1965. A arquitetura tem elementos neoclássicos e foi decorado pela Tiffany de Nova York.

Alguns salões especiais do palácio estão sendo restaurados.

Fidel Castro
A ênfase maior está no culto aos líderes da Revolução, em especial: Fidel Castro, Raul Castro, Che Guevara e Camilo Cinfuegos.

Fidel Castro nasceu em Mayarí, a leste de Cuba, em 1926. Era filho de um imigrante e rico fazendeiro espanhol. Se formou em Direito e começou a lutar contra o regime de Fulgêncio Batista ainda na faculdade. Foi um dos estrategistas da guerrilha revolucionária e se tornou o líder máximo da Revolução Cubana. Foi um grande orador e político. Implantou uma ditadura comunista no país que continua até os dias atuais. Assumiu o governo de Cuba em 1961 e ficou 47 anos no poder, tendo passado o governo ao seu irmão Raul Castro em 2008. Morreu em Havana em novembro de 2016, com 90 anos.

Raul Castro
Raul Castro é o irmão mais novo de Fidel e participou ativamente da luta revolucionária. Foi um dos sobreviventes do barco Granma, que saiu do México com os guerrilheiros que iniciaram a luta contra Batista. Participou do governo desde a sua origem. Como Ministro da Defesa de Cuba, assinou com Kruschov, o tratado para a implantação de mísseis nucleares em Cuba, na década de 60, fato que elevou ao máximo a temperatura da Guerra Fria. Raul assumiu o poder em Cuba, com a saída de Fidel, em 2008 e governou até 2018, quando passou o “bastão” para Miguel Días-Canel, o atual presidente do país.

Che Guevara
Ernesto Che Guevara era um médico argentino, que conheceu Raul Castro e posteriormente Fidel, quando esses viviam no México e começavam a organizar o movimento guerrilheiro que tomou o poder em Cuba, em 1959. Participou ativamente da luta revolucionária e assumiu vários cargos no novo governo revolucionário. Deixou Cuba em 1965 para participar da luta armada no Congo e depois na Bolívia onde foi morto, com 39 anos, quando liderava um movimento revolucionário naquele país.

Camilo Cienfuegos
Camilo Cienfuegos foi um dos comandantes da Revolução Cubana. Também saiu do México com o Granma e comandou uma das colunas que partiram da Sierra Maestra para conquistar a Ilha em 1959. Fez parte do governo por muito pouco tempo, pois desapareceu misteriosamente em outubro de 1959.

A morte de Camilo Cienfuegos é um dos mistérios não resolvidos da Revolução Cubana. Ele era o mais popular dos líderes da Revolução. Camilo era amado pelo povo e pelos seus comandados. O povo cubano se identificava com a simplicidade de Camilo e isso incomodava aqueles que estavam no poder. Camilo foi mandado por Fidel Castro para uma missão em Camagüey. Na volta para Havana o avião desapareceu e nunca foram encontrados os seus vestígios. Opositores do regime especulam que Camilo Cienfuegos pode ter sido assassinado pelo regime, pois poderia representar uma ameaça à liderança de Fidel Castro.

O Barco Granma
Na área externa do Museu existe um pavilhão de cimento e vidro dedicado ao Barco Granma. Em 25 de novembro de 1956, um grupo de 81 revolucionários guerrilheiros partiram do México a bordo de um pequeno barco, o “Granma”. Três dias depois de aportarem na Ilha, foram atacados pelas tropas do governo e poucos sobreviveram, dentre eles, os principais líderes do movimento: Fidel Castro, Che Guevara, Raul Castro e Camilo Cienfuegos. O barco fica numa área protegida, mas com uma exposição muito ruim. Não dá para ver quase nada da sua estrutura.

Também na área externa do Museu, fica um espaço dedicado a algumas relíquias relacionadas com a tentativa de Invasão da Baía dos Porcos. Em abril de 1961, um grupo de contrarrevolucionários cubanos, que viviam exilados nos Estados Unidos, juntamente com mercenários treinados pela CIA, tentaram invadir a Ilha, num local conhecido como Baía dos Porcos. A tentativa foi fracassada, pois o governo de Cuba soube da movimentação antes dela ocorrer e conseguiu rechaçar a tentativa de invasão.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.