A Praça da Revolução, em Havana
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- joaquimnery
- 15 de setembro de 2019
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25 de agosto de 2019
Estávamos em Havana, fazendo um city tour por Havana Velha. Após o almoço, continuamos, num passeio em carro aberto. Num daqueles carrões que são um dos símbolos do país. De carro, fomos para os bairros mais distantes, para a região de Vedado, onde o maior destaque é a Praça da Revolução. Vedado foi um bairro planejado, do final do século XIX. Possui avenidas largas e passeios generosos. Se tornou um bairro residencial importante e hoje é o centro político e cultural de Havana.

A Praça da Revolução é um enorme descampado, em frente ao monumento em homenagem ao herói da independência de Cuba, José Martí. A construção do monumento a José Martí começou em 1953 e foi concluído em 1958, antes da Revolução Cubana.

É uma torre com 109 metros de altura, feito de mármore cinza, representando uma estrela de cinco pontas. Na base do monumento, existe uma estátua gigante do herói nacional e o memorial a José Martí, com um auditório para concertos e palestras.

Após a Revolução Cubana, essa praça se tornou o centro político, administrativo e cultural de Havana. As celebrações oficiais e desfiles militares atraiam multidões de mais de um milhão de pessoas para a Praça. Nos arredores da Praça da Revolução existem alguns prédios públicos como o Ministério do Interior, onde aparece uma imensa estátua em bronze, de Che Guevara.

No edifício do Ministério das Informações, que fica na outra esquina, aparece uma grande escultura de um perfil de Camilo Cienfuegos, outro líder da Revolução Cubana. No interior desse edifício fica o Museu Postal, que conta a história de Cuba.

Durante todo o período da ditadura de Fidel Castro, uma multidão costumava se reunir no meio da Praça da Revolução, para ouvir os intermináveis e famosos discursos de Fidel, alguns deles costumavam durar até sete horas.

Miramar e Malecon
Saímos da Praça da Revolução e circulamos pelo bairro de Miramar onde viviam as pessoas mais ricas de Havana até o final da década de 1950. Quando houve a Revolução, as casas e os carros foram abandonados pelos seus donos e confiscados pelo novo regime. Como propriedade do Estado, muitas permanecem abandonadas até hoje, outras foram transformadas em embaixadas estrangeiras ou repartições públicas.

Os carros foram reaproveitados pela população. Com o boicote comercial imposto pelos EUA e seguido por muitos outros países do mundo, não houve renovação da frota e esses carros continuam sendo utilizados até hoje, pelas famílias cubanas. Muitos deles se destinam a serviços turísticos. Os turistas adoram.

A ausência de peças de reposição levou ao improviso. Nesses carros são utilizadas peças americanas antigas, peças russas, peças europeias e outras desenvolvidas artesanalmente em Cuba. Os cubanos têm orgulho em dizer que eles são os melhores mecânicos do mundo. Fazem milagres para recuperar os carros americanos. Durante um determinado período só haviam carros americanos e russos no país.

Voltando para Havana Velha, paramos no Malecon, uma avenida larga e um grande passeio a beira mar que se estende por 7 km, desde o centro histórico até o bairro de Vedado. Mistura o passado e o presente de Havana.

Fizemos uma parada inusitada no início do Malecon, para assistir a um humorista popular, contratado pela agência de receptivo de Cuba. Um “Pescador de Piadas”. Achamos tudo muito estranho, mas interagimos e aceitamos como normalidade turística para Cuba.

O La Floridita
Ao final do City Tour, fomos até o Bar Floriditas, que ficava muito próximo do nosso hotel e é também um dos marcos de Havana. Foi aí que surgiu o Daiquiri e mais uma vez é famoso por ter sido um local frequentado por Ernest Hemingway. O bar é animado, bastante típico, o daiquiri é excepcional e vale muito a pena a experiência no La Floridita.


À noite fomos jantar num outro restaurante garimpado no Trip Advisor. O Restaurante Ivan Justo Chef. Localizado num casarão antigo, em Havana Velha. Fomos andando desde o hotel. O Ivan Justo é excelente. Uma decoração charmosa, cheia de antiguidades pescadas por Havana, onde provamos um leitão à moda espanhola. Excelente.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.