A Fortaleza Sacsayhuamán em Cusco
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- joaquimnery
- 1 de setembro de 2013
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- América Destaques Peru
A primeira visita que fizemos em Cusco foi ao maravilhoso conjunto de ruínas Incas de Sacsayhuamán, o sítio arqueológico, que é um impressionante exemplo da arquitetura militar dos Incas. O conjunto é composto por três grandes muralhas formadas por rochas gigantescas e perfeitamente encaixadas, a característica maior da arquitetura e engenharia dos Incas.

Algumas dessas rochas chegam a pesar até 350 toneladas e foram trazidas para Sacsayhuamán por caminhos de dezenas de quilômetros. O encaixe perfeito das rochas eliminava o uso de argamassa e nem uma faca fina consegue penetrar nas junções entre elas.

As muralhas, que possuem mais de 300 metros cada uma e até 5 metros de altura, são superpostas e construídas em zigue-zague, como uma característica de defesa, pois um invasor que tentasse escalar uma delas deixava as suas costas desprotegidas pelos ângulos da construção.

Cusco foi construída, por ordem de Pachacútec, com a forma de um puma. A cidade era o corpo e Sacsayhuamán era a cabeça, onde as muralhas eram os dentes.

Em frente à fortaleza existe uma grande praça que era usada para cerimônias religiosas e militares. Toda a população de Cusco poderia viver dentro da fortaleza, na hipótese da cidade ser atacada por inimigos.

Em 1536 os espanhóis venceram os Incas e ocuparam Cusco e a fortaleza Sacsayhuamán. Depois disso transformaram Sacsayhuamán em uma pedreira e destruíram boa parte da sua estrutura, sobretudo as pedras menores que foram usadas nas construções coloniais das igrejas e mansões da nova cidade sobre domínio da Espanha.

Saímos de Sacsayhuamán e fomos até o sítio arqueológico Tambomachay, uma construção Inca dedicada à Deusa Água e representada por uma série de patamares, nichos e fontes que testemunham a adoração dos Incas pela água.

Em seguida paramos para fotografar o sítio arqueológico Puca Pucara, uma espécie de posto de controle sobre a entrada e saída das pessoas de Cusco.

Seguimos até o sítio arqueológico Quenko, que significa labirinto no idioma quéchua (dos Incas). Em Quenko existe um templo em homenagem a Pachamama, a Deusa Terra, a mais adorada pelos Incas.

Todos esses sítios arqueológicos ficam nas colinas nos arredores de Cusco. Descemos da colina e fomos conhecer os Templos de Koricancha, em Cusco, que hoje estão integrados à Igreja e Convento de Santo Domingo. Koricancha foi um dos lugares mais impressionantes que os Espanhóis encontraram em Cusco.

Koricancha foi o Templo mais rico dos Incas, significa “Cercado Dourado”, no idioma Quéchua. Foi construído em homenagem ao Deus Sol (Inti). As suas paredes eram totalmente revestidas de ouro e pedras preciosas. No grande jardim em frente ao Templo existiam estátuas de ouro e prata em tamanho natural.

Os espanhóis se encantaram com Koricancha, retiraram todo o ouro e a prata logo após a conquista da cidade. Fundiram tudo ali na frente e transformaram em barras que eram enviadas para a Europa.

A Igreja e o Convento de Santo Domingo foi construída sobre os muros de Koricancha. Os terremotos que destruíram o Convento e a Igreja, preservaram os muros Incas de Koricancha, que construídos de forma inclinada e trapezoidal, eram feitos à prova de terremoto.

Saímos de Koricancha e fomos até a Catedral de Cusco, que reina sobre a Praça das Armas, a maior da cidade. A Catedral começou a ser construída sobre o Palácio do oitavo Inca, Viracocha, em 1560, mas levou cerca de cem anos para ser concluída.

O granito vermelho utilizado foi retirado do sítio arqueológico Sacsayhuamán. Ao lado da Catedral existem duas igrejas interligadas. À esquerda fica a Igreja do Triunfo, a primeira igreja de Cusco e que foi construída, para simbolizar a vitória da Espanha, sobre um dos principais prédios Incas. À direita da Catedral fica a Igreja da Santíssima Trindade.

Em todo o conjunto religioso existe uma grande quantidade de santos, pinturas sacras e altares de ouro e prata. As imagens de Cristo usando um saiote Inca está presente em vários altares e os Porcos da Índia (Cuí), um alimento e oferenda típico dos Incas, fazem parte da Santa Ceia. Ambos representam a influência Inca nas artes sacras de Cusco.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
joaquimnery
14 jul 2018Obrigado Solange. Acompanhe o blog.
Solange H. da Silva
13 jul 2018Sua descrição é perfeita!
Miriam Leda Berardi
15 fev 2014Visitei o Peru, sua publicação fico exelente, parabéns!