Lhamas, alpacas, guanacos e vicunha: Os camelos dos Andes
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- joaquimnery
- 20 de agosto de 2013
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- América Destaques Peru
Saímos cedo de Lima, onde pegamos um voo para Cusco. A viagem é cheia de expectativa, pois passa sobre a Cordilheira dos Andes e possibilita uma bela vista lá de cima. Ainda no aeroporto de Cusco, o guia Carlos, que ficaria conosco nos próximos 5 dias, nos encontrou e seguimos direto para o Vale Sagrado do Incas.

Seguir direto para o Vale Sagrado é uma estratégia interessante para quem tem tempo e quer se adaptar melhor à altitude, pois o Vale fica a aproximadamente 2.700 metros acima do nível do mar e portanto um pouco mais baixo que Cusco, a 3.400 metros de altitude.

O Mal da Altitude, Mal da Montanha ou “Soroche” pode pegar em qualquer um. Não existe preparação física que possa ser feita para evitar os desconfortos. Atletas ou não têm as mesmas chances. Algumas pessoa sofrem mais que outras e por razões desconhecidas. Dor de cabeça, falta de ar, enjoou e mal estar em geral são os sintomas mais comuns. O correto é fazer as coisas bem devagar até que o seu organismo esteja adaptado, em dois dias ele se acostuma. Em casos mais graves, todos os hotéis estão equipados com oxigênio que pode ser utilizado.

Outra boa dica é tomar o chá de coca, algumas vezes ao dia. Não é alucinógeno e é terapêutico contra o Mal da Montanha. Tome bem devagar.

O Vale Sagrado seria o nosso destino nos próximos dias o que facilitaria a adaptação ao Mal da Altitude. Fica próximo a Cusco, cercado por montanhas e se estende por cerca de 140 km. É formado por muitos rios que nascem das montanhas e desaguam no Rio Urubamba que serpenteia pelo meio do vale. O sedimentos trazidos pelos rios transformaram essa terra numa área muito fértil, o que ajudou no desenvolvimento da Civilização Inca.

A grande fertilidade do solo, associado a um clima estável e com água o ano inteiro, onde se planta até hoje, sobretudo o milho, foi a base da economia agrícola Inca, e foi o que batizou a área como Vale Sagrado. Em toda a região existem inúmeros sítios arqueológicos e povoados indígenas. Muitas variedades de milho são produzidas aí, acredita-se que é o melhor milho do Peru.

A estrada é bonita e possui alguns mirantes especiais de onde se tem uma bela vista do Vale. Fizemos uma primeira parada na localidade de Awanacancha, onde existe um centro de artesanato e pode-se visitar uma pequena criação de lhamas, alpacas, guanacos e vicunhas.

As lhamas são animais andinos fundamentais para a vida do povo peruano. Pertencem à família dos camelos, possui uma pelagem lanosa. Os Incas já domesticavam esses animais para serem utilizados para transporte de carga, produção de lã, carne e couro. Dos quatro parentes dos camelos que vivem nos Andes, as lhamas são os maiores.


As vicunhas são menores e possuem uma pelagem muito fina e de alto valor comercial, é considerada a lã de melhor qualidade que existe, por isso esteve à beira da extinção. Juntamente com o guanaco, são animais selvagens, difíceis de serem domesticados.


Os guanacos também têm pelagem mais curta. Vivem nos altiplanos andinos, a 4.000 m de altitude, desde o Peru até a Patagônia Argentina. Podem ficar até 4 dias sem beber água.

As alpacas são menores que as lhamas e maiores que os guanacos e vicunhas, possuem uma pelagem longa e macia. Sào facilmente domesticáveis e isso acontece na região, onde a criação de alpacas fornece a lã.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (4)
renangeographia
26 out 2021Interessantes informações sobre os Andes
Maria Fracinete de Carvalho
01 maio 2017É tudo fantástco. Os mirantes, as montanhas, os rios. Os caprinos variados que povoam as
alturas. As mulheres hipercoloridas, em suas vestimentas. O artesanato.A simplicidade daque-
le povo.. fracicar
JOAQUIM LUIZ MAGALHAES
18 out 2016CONGRATULATION, VERY GOOD YOUR PHOTOS, EXCELLENT.
Anônimo
24 ago 2014Onde estao os tchulipas???