Lima, a cidade de Pizarro
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- joaquimnery
- 18 de agosto de 2013
- América Destaques Peru
27 de julho de 2013
Em nosso segundo dia de Lima, saímos pela manhã para um city tour acompanhado pela excelente guia brasileira Elzinha Mayer (51-1)999-431-169, que nos impressionou pelo conhecimento da história das civilizações peruanas. Logo no caminho paramos para umas fotos no sítio arqueológico Huaca Pucllana, edificado pela Civilização Lima entre 200 e 700 d.C., uma das civilizações pré-colombianas do Peru, onde as escavações e pesquisas começaram em 1981 e continuam na grande pirâmide de adobe, com aproximadamente 25 metros de altura.

Existem vestígios arqueológicos da presença de civilizações diversas na costa do Peru desde 10.000 anos atrás, que estão reproduzidas em cerâmicas, cestos, ferramentas, tecidos e outros acervos culturais.

Chegamos ao centro histórico de Lima e tivemos dificuldade para circular, mesmo a pé. A polícia tinha isolado boa parte da área, pois estávamos na véspera da mais importante data nacional do Peru, o 28 de julho, data da independência. Havia boatos de manifestações das centrais sindicais e o governo não queria que isso estragasse a festa.

A independência do Peru foi conquistada pelas lutas do General San Martin, que vinha de empreitadas semelhantes na Argentina e no Chile e do General Simon Bolivar que havia declarado a independência da Venezuela e da Colômbia.

O trânsito em Lima é caótico em qualquer dia, mas na data do feriado nacional, com a maioria das ruas do centro obstruídas, a situação estava mais difícil ainda. O transporte público é lamentável. Os ônibus são velhos e não normatizados, sem fiscalização, cada cooperativa faz o que quer. Os táxis são igualmente velhos e muitos não possuem taxímetros visíveis o que faz com que fiquemos sempre com a sensação de que estamos sendo enganados.

O jeito foi seguirmos a pé até a Basílica e Convento de São Francisco, a primeira atração que iríamos visitar no centro histórico de Lima. Desde a fachada, o Convento de São Francisco impressiona. É um complexo colonial amarelo e branco, com um grande frontispício de pedra na parte central da fachada barroca, datado de 1664.

O complexo arquitetônico envolve a igreja, o convento, duas capelas complementares e as catacumbas do subsolo. A igreja original foi construída em 1557, mas destruída pelo terremoto de 1656 e reerguida com o formato atual em 1672.

Na visita ao convento chama a atenção o claustro e a grande quantidade de azulejos espanhóis produzidos em Sevilha e muito bem preservados.

Aí no Convento de São Francisco viveu São Francisco Solano, um dos Santos peruanos. A força da religião católica na Espanha deram ao Peru vários santos.

No subsolo do Convento aparecem as catacumbas, uma rede subterrânea de túneis interligados que servia como cemitério no período colonial. Nas Catacumbas, existem milhares de ossadas arrumadas simetricamente e dispostas de forma decorativa. Chama a atenção, um conjunto de cisternas cujo objetivo era reduzir o impacto das ondas sísmicas e com isso proteger a construção, dos terremotos tão comuns na região.

Saímos do Convento de São Francisco e seguimos a pé até a Praça Mayor ou Praça das Armas, que foi mandada construir pelo conquistador Francisco Pizarro no início do século XVI, é o local de fundação da cidade. Foi o coração do Império Espanhol na América em função da importância que o Peru tinha por causa da grande quantidade de ouro e prata. O prédio mais imponente da Praça é o Palácio do Governo.

Pizarro conquistou o Peru com expedições de 1524 a 1532, que vieram para descobrir o lendário reino, rico em ouro e prata que os espanhóis chamavam de El Dorado e que deveria ficar a sul da Colômbia e do Equador. Pizarro desembarcou no Peru em 1532 e encontrou o Império Inca dividido entre duas lideranças. O Inca Atahualpa estava em guerra contra o seu meio irmão Huáscar, que ficava em Cusco, numa disputa pela sucessão, após a morte do seu pai.

Pizarro prometendo aliança, se aproximou, prendeu e executou Atahualpa num dos episódios de traição mais famosos da história, com isso foi confundido com um Deus por Huáscar. Partiu para cima de Cusco e matou Huáscar colocando o seu outro irmão Manco Inca no poder, como um Imperador fantoche. Manco Inca ainda tentou uma revolta em 1536 e quase derrota os espanhóis. Fugiu para as montanhas e criou um reino paralelo em Vilcabamba, próximo a Machu Picchu, até a sua morte em 1544.

A Praça é totalmente cercada por prédios amarelos com balcões de madeira que imitam aqueles do período colonial. Aí ficam o Palácio do Arcebispo e a Prefeitura, além da Catedral de Lima. A Catedral que originalmente começou a ser construída por Pizarro em 1535, foi destruída por terremotos várias vezes. O formato barroco definitivo com duas torres laterais, ela só adquiriu em 1758.

No centro existe um belo chafariz de bronze encomendado pelo vice-rei do Peru em 1650.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.