Chegando ao Laos
- 1331 Views
- joaquimnery
- 12 de junho de 2011
- Ásia Destaques Laos
21.04 – Jinghong – Luang Mantha
Saímos de Jinghong com destino ao Laos. Na saída passamos pelos bairros periféricos da cidade e cruzamos o Rio Mekong (Rio Mãe), que aqui já é largo e começa a ficar navegável. Pegamos a estrada que liga Kunming a Bangkok, uma excelente auto-estrada, passando por montanhas, com dezenas de túneis de proporções chinesas.
A estrada passa por uma área de florestas tropicais, muitas delas já deram lugar a plantações de seringueira, a grande riqueza da região. Foram três horas até chegarmos à fronteira.
Estávamos preparados para o pior, pois a informação que tínhamos era de que a fronteira com o Laos era um caos. Não foi assim. Uma hora depois já estávamos no Laos.
O Laos é um país pequeno, com aproximadamente 6,5 milhões de habitante. Fica no centro da Península da Indochina. Não tem acesso ao mar, o que dificulta a sua vida, porém é a fronteira vital entre vizinhos barulhentos (Vietnã, Camboja, Myanmar e Tailândia).

O fato de possuir grandes rios navegáveis diminui um pouco a falta que o mar faz, sobretudo porque o Mekong é um rio gigantesco, passa por todos esses vizinhos, nasce na China e tem no Laos a sua maior extensão.

A história do Laos foi marcada por grandes conflitos, até tempos mais recentes. Se envolveu bastante, sem querer, na Guerra do Vietnã, pois foi área de refúgio dos Vietcongs e por isso, foi implacavelmente bombardeado pelos americanos.
Foi disputado por ingleses e franceses no período colonial do século XIX, acabou sendo colônia francesa e centro de produção de borracha para a metrópole.
Até hoje é um país fundamentalmente agrícola e o cultivo da seringueira é a sua principal riqueza, além de cana-de-acúcar, arroz, dentre outras lavouras.

Almoçamos num lugar muito pobre na beira da estrada e a primeira parada foi numa vila em condições semelhantes. Bateu um desespero e a sensação que só iríamos ver pobreza extrema.

Atravessamos a fronteira e seguimos pela estrada em direção a Luang Namtha. A estrada é razoável, mas não tem a qualidade das chinesas.
AS VILAS POBRES DAS MINORIAS ÉTNICAS DO LAOS SÃO AS PRINCIPAIS ATRAÇÕES TURÍSTICAS DE LUANG NAMTHA

Chegamos a Luang Namtha e fomos para o nosso hotel o Boat Landing Guesthouse. As coisas e impressões não mudaram muito. Luang Namtha tenta ser uma reserva ecológica, mas sofre a pressão das vilas ribeirinhas o que dificulta o controle sobre a reserva. É uma região de turismo de aventura, porém não tivemos acesso às atrações, provavelmente por não serem muito atraentes assim.

O nosso hotel era na margem do rio, formado por cabanas de pau e bambu, sem muito conforto. Banheiro no quarto, porém sem água no vaso, sem ar condicionado, não fez falta, pois a temperatura estava agradável e com energia fornecida por reatores solares.
Começamos a tirar férias das férias, não tínhamos muito que fazer. Bateu saudade de casa e a vontade de voltar logo. Ainda faltam 9 dias.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.