Conhecendo a história de João Pessoa
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- joaquimnery
- 1 de maio de 2022
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14 de fevereiro de 2022
A capital da Paraíba
A capital do estado da Paraíba passou a se chamar Parahyba do Norte a partir de 1654, com o fim da invasão holandesa no Nordeste brasileiro. A denominação de “João Pessoa” veio como uma homenagem ao político paraibano João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, assassinado em 26 de julho de 1930, na cidade de Recife. João Pessoa era presidente da Paraíba, cargo equivalente ao de governador, e candidato a vice-presidente da República, na chapa encabeçada por Getúlio Vargas.

O maior político da Paraíba
Foi o maior político da Paraíba e um dos mais importante do Brasil, no século XX. O assassinato de João Pessoa foi o estopim para o desencadear da Revolução de 30, que colocou o Getúlio Vargas no poder e marcou o fim da República Velha. A partir da sua morte, o nome da capital foi mudado, bem como a bandeira do Estado, em sua homenagem. A bandeira passou a usar as cores vermelho e preto, em sinal de luto e a palavra NEGO, numa alusão a uma das passagens da vida do político.

A assassinato de João Pessoa e a Revolução de 30
O assassinato de João Pessoa pelo advogado João Dantas na Confeitaria Glória, no centro de Recife, possuiu razões passionais e políticas e transformou o político paraibano num mito nacional. Esse fato mudou a história do Brasil, pois possibilitou a disseminação do getulismo. João Pessoa, como candidato a vice na chapa de Getúlio, tinha perdido as eleições para Júlio Prestes, em março de 1930. As denúncias de corrupção nas eleições e o assassinato de João Pessoa foram usadas por Getúlio e seus aliados para estimular uma insatisfação que levou ao movimento revolucionário de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís e impediu a posse de Júlio Prestes.

João Pessoa se transformou em um mito nacional
O corpo de João Pessoa foi transladado desde Recife até o Rio de Janeiro, entre julho e outubro daquele ano, em navio de cabotagem, parando de porto em porto para que as populações de cada cidade portuária pudessem render homenagens ao político paraibano, que, por conta disso se tornou um mito nacional. Esse movimento foi idealizado pelo comunicador paraibano Assis Chateaubriant que passou a ter grande influência política no Brasil.
Os aliados de João Pessoa impuseram uma versão política ao assassinato e ligaram o fato a um descontentamento dos coronéis paraibanos com as reformas do então governador do estado. A versão passional conta que João Pessoa mandou a polícia da Paraíba invadir o escritório do seu rival político, João Dantas e sequestrar documentos que o incriminassem. Nos documentos revirados, foram encontradas cartas de amor entre João Dantas e sua amante, a professora Anayde Beiriz. As trocas de ofensas entre os dois, nos principais jornais da Paraíba aumentaram o ódio e levaram ao assassinato do político paraibano. Várias cartas de João Dantas foram publicadas nos jornais de João Pessoa. A exposição da relação entre eles feriu a honra da professora Anayde e aumentou o ódio em João Dantas. João Dantas e o seu cunhado, que foi considerado cúmplice no assassinado, foram presos em Recife e encontrados mortos dentro das suas celas na prisão. A versão sobre suicídio jamais foi aceita. Anayde Beiriz se refugiou num asilo, no Recife e morreu envenenada, também com sugestão de suicídio.

O Farol do Cabo Branco
Depois de visitar o centro histórico de João Pessoa, seguimos para o litoral sul em direção à Praia do Coqueirinho. No caminho paramos no Farol do Cabo Branco, que simboliza o extremo oriental do continente americano. Por esse motivo, João Pessoa é denominada a “Cidade do Sol”, pois é aí que o sol nasce primeiro, no Brasil continental.

O Farol do Cabo Branco fica no alto de uma falésia, próxima à Ponta Seixas, de onde se tem belas vistas do litoral. Possui formato triangular. É um marco geográfico, mas não é usado com fins náuticos.

A Praia do Coqueirinho
Do Farol do Cabo Branco, seguimos para a Praia do Coqueirinho. Paramos no alto de uma falésia, no mirante do Coqueirinho, com excelentes vistas para a praia, com um mar azul incrível.

O Canyon do Coqueirinho
Depois descemos até a barraca Canyon do Coqueirinho, localizado numa praia quase que privativa, ao lado de uma falésia erodida com aparência de cânion. A praia em frente é linda, mas o mar é muito forte e não dá para arriscar um banho.

O Reserve Garden
À noite fomos até o Restaurante Reserve Garden, com uma excelente ambientação e um bom cardápio.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.