Santa Cruz Cabrália e o Ilhéu da Coroa Vermelha
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- joaquimnery
- 20 de dezembro de 2020
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- Bahia Brasil Super Destaque
Santa Cruz Cabrália
17 de outubro de 2020
Estávamos no Eco Resort Arraial D’Ajuda, em Porto Seguro. Tiramos o dia para revisitar Santa Cruz Cabrália e o Ilhéu da Coroa Vermelha. Já fazia alguns anos que tinha estado por lá e queria levar os netos para conhecer. As lembranças de Cabrália e da Coroa Vermelha eram muito positivas e queríamos ver novamente. Convencemos um casal de amigos (Perla e Dr. Pedro Paulo) a seguir conosco com os filhos adolescentes (David e Gabriel) e partimos para o nosso dia de resgate cultural desse pedaço da história do Brasil.

Pegamos a balsa que atravessa o Rio Buranhém desde o nosso hotel até Porto Seguro e lá do outro lado, pegamos dois táxis. Fizemos um acerto prévio com os motoristas para ficarem o dia inteiro à disposição e seguimos para Santa Cruz Cabrália. São 25 quilômetros desde o cais de Porto Seguro até o sítio histórico de Cabrália, por uma boa e bela estrada litorânea, a BR 367, que fizemos em 40 minutos.

Toda essa região é conhecida como a Costa do Descobrimento, uma das áreas turísticas mais importantes da Bahia, que compreende os municípios de Santa Cruz Cabrália, Belmonte, Porto Seguro e Eunápolis. A região foi tombada em 1999. Ao longo de todo o caminho existem vários resorts e hotéis, porém a fama maior fica para as excelentes barracas de praia que existem por aí. Promovem entretenimento o ano inteiro. Toa Toa, Barramares e Axé Moi, estão entre as mais famosas. O serviço de bares e restaurantes é excelente e no verão as barracas fervem com shows de Lambada, Música Sertaneja, Axé Music e muita festa.

O centro histórico de Cabrália
Quando chegamos a Santa Cruz Cabrália, seguimos direto para o pequeno sítio histórico da cidade. Cabrália, juntamente com Porto Seguro e Prado, foram os primeiros locais visitados pelos portugueses quando chegaram ao Brasil em 1.500. Foi em Santa Cruz Cabrália que foram realizadas as duas primeiras missas no Brasil, por Frei Henrique de Coimbra. A primeira no Ilhéu da Coroa Vermelha e a segunda na foz do Rio Mutari.

A cidade possui dois níveis. A parte baixa na foz do Rio João de Tiba, foi implantada pelo navegador português Gonçalo Coelho, em 1503, que chegou à Baía Cabrália, na segunda expedição portuguesa que veio ao Brasil e a parte alta no atual centro histórico, foi fundada em 1580, para melhor proteger a comunidade dos ataques indígenas e de invasores.

Aí na parte alta fica a pequena Igreja de Nossa Senhora da Conceição, do século XVII, além da Casa da Câmara e Cadeia, do século XVIII, onde funcionava o centro de governo da cidade.

Contratamos um guia local que nos contou os detalhes da cidade histórica e nos ajudou a entender melhor o sítio de Cabrália. As ruínas de um Colégio Jesuíta do século XVI também podem ser visitadas. Na parte do fundo da Igreja existe um cemitério, de onde se tem vistas maravilhosas da foz do Rio João de Tiba.

Na outra margem do rio dá para ver a vila de Santo André, que ficou famosa por sediar a delegação alemã que veio para a Copa do Mundo de Futebol no Brasil em 2014.

O Ilhéu da Coroa Vermelha
Depois de visitar o centro histórico de Santa Cruz Cabrália, começamos a fazer o caminho de volta para Porto Seguro. Paramos para visitar o Ilhéu da Coroa Vermelha, há 6 quilômetros de Cabrália (16 km de Porto Seguro), local onde foi celebrada a primeira missa no Brasil por Frei Henrique de Coimbra. Coroa Vermelha é um distrito de Cabrália. Essa parada foi a maior decepção da viagem. Já tinha visitado a Coroa Vermelha há 20 anos e lembro que o local era paradisíaco. Uma pequena península avançada, com água calmas ao redor, onde os portugueses fincaram a primeira cruz e rezaram a primeira missa.

Hoje a Coroa Vermelha foi totalmente desfigurada. Invadida por um comércio desorganizado, feio e que cria uma completa obstrução da vista para o mar. O Memorial da Primeira Missa, bem como a réplica da cruz feita para o ato religiosos ficam completamente apagados pelo comércio desorganizado.

A região é ocupada pelos índios Pataxós da aldeia Txag’ru Mirawê, que residem próximos à Coroa Vermelha. Tudo por lá é de mal gosto e parece “fake”. Para ver o mar, é preciso se embrenhar por entre as barracas locais.

Saímos da Coroa Vermelha e começamos a volta para Porto Seguro. Paramos para almoçar em uma das excelentes Cabanas que existe na orla e após o almoço voltamos para o Eco Resort Arraial D’Ajuda para aproveitar ainda o final da tarde.

À noite fomos jantar no Arraial D’Ajuda. Caminhamos um pouco pela Rua do Mucugê, onde ficam a maior parte dos restaurantes e lojas charmosas do vilarejo.

Chegou ao fim a viagem para Itacaré e Arraial D’Ajuda
18 de outubro de 2020
Fizemos a viagem de ida num ônibus confortável da Zutur. O nosso grupo era formado por 18 pessoas. Como a viagem de volta para Salvador era muito longa (13 horas), e na ida tivemos alguns desconfortos com os netos, decidimos voltar de avião. Infelizmente não conseguimos passagens para todos. A maior parte do grupo voltou de ônibus, no final do dia. Aproveitamos o dia no hotel, onde conseguimos com facilidade um “late check out”. À noite voltamos para Salvador. Uma hora de voo.

- Arraial D'Ajuda
- Axé Moi
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- Cabrália
- Casa da Câmara e Cadeia
- Coroa Vermelha
- Costa do Descobrimento
- Eco Resort Arraial D’Ajuda
- Frei Henrique de Coimbra
- Gonçalo Coelho
- Igreja de Nossa Senhora da Conceição
- Ilhéu da Coroa Vermelha
- Pataxós
- Porto Seguro
- Rio Buranhém
- Rio Mutari
- Rua do Mucugê
- Santa Cruz Cabrália
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- Toa Toa
- Txag’ru Mirawê
- Zutur
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (2)
joaquimnery
30 dez 2020Obrigado Iracema. Feliz ano Novo!!!
Iracema
20 dez 2020Joaquim, estou acompanhando tuas postagens há bastante tempo. Nesse lugar morei por dois anos. É muito lindo mesmo.