Uma visita à Chapada Diamantina em 2023
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- joaquimnery
- 6 de maio de 2023
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28 de abril de 2023
BR 324, a Bahia não merece uma estrada assim
Saímos de Salvador para uma escapada de sete dias visitando a Chapada Diamantina, destino encantador e carregado de atrações. Estávamos em dois carros e num grupo de seis pessoas. Eu, Mônica, Renata, Édson, Tess e Mateus, num programa organizado pela http://www.viaalegria.com.br. Após a parada para um excelente café-da-manhã no Restaurante Maria Antônia, a 40 km de Salvador, seguimos pela BR 324 em direção a Feira de Santana. A estrada é péssima, apesar de pedagiada. São 116 km em duas pistas estreitas e malcuidadas, com muitos buracos e lombadas. A BR 324, liga a capital do estado da Bahia à maior cidade do interior. Salvador a Feira de Santana. Possui tráfego intenso e mesmo assim não é digna da importância que tem. Um absurdo.

BR 116, a estrada continua ruim
Depois seguimos pela BR 116 (Rio-Bahia) no sentido Sul, percorrendo mais 125 km em direção à cidade de Milagres. A estrada continua muito ruim. Está duplicada até a ponte que atravessa o Rio Paraguassu, mas as condições também não são boas, para a importância da estrada, pelo grande movimento de veículos, sobretudo de caminhões e pelo fato de ser um eixo essencial de ligação entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. A BR 116 liga o Rio Grande do Sul ao Ceará. O pior trecho da rodovia é o da Bahia. Uma vergonha.

De Milagres a Mucugê
Antes de chegarmos a Milagres, paramos numas barracas de artesanato que ficam na beira da estrada, próximas à localidade de Itatim, para “esticar” as pernas e comprar algumas lembranças do artesanato local. Logo depois, seguimos por rodovias estaduais, até chegar a Mucugê. Foram duas rodovias, a BA 046 e a BA 245. Estas duas estradas estão em bom estado e o tráfego de caminhões é quase inexistente. Foram mais 217 km até chegar a Mucugê. Esse foi o melhor trecho da viagem. No total, percorremos 457 km em aproximadamente 7 horas de Salvador a Mucugê. O que fomos ver por lá vale muito a pena e valoriza cada quilômetro percorrido.

A Pousada Mucugê
Seguimos direto para a Pousada Mucugê. Uma boa opção de hospedagem e localizada no ponto mais central da cidade.

Mucugê
Mucugê é uma cidade que parou no tempo por muitos anos. Teve a sua fase mais importante, no final do século XIX e na primeira metade do século XX. Os primeiros garimpeiros chegaram aí, em meados do século XIX. O cascalho do leito dos rios era muito rico. Foi uma das áreas que mais produziu diamantes na história da mineração baiana. Foi a partir daí que a Chapada recebeu o nome de Diamantina.

O garimpo do diamante
É uma das cidades mais antigas da Chapada Diamantina. Foi fundada no século XVIII. A descoberta das jazidas de diamante na região aconteceu em 1844. Quando a notícia chegou na capital, houve uma corrida do ouro para a região de Mucugê e os garimpos começaram a se estabelecer. Em 1948, já tinha cerca de 30.000 habitantes. A maioria trabalhava com o ouro e os garimpos se espalhavam pelos Rios de Contas e Paraguassu. Mais tarde, a descobertas dos ricos garimpos de Lençóis espalharam a população por toda a região.
A decadência da mineração do diamante
A decadência da mineração do diamante começou no final do século XIX, foi quando surgiram as primeiras lavouras e criações de gado nos arredores da cidade. A coleta da sempre-viva foi uma atividade econômica importante e complementar durante uma boa parte do século XX.
O conjunto arquitetônico de Mucugê
O conjunto arquitetônico de Mucugê, formado por casarões e sobrados da segunda metade do século XIX, foi tombado pelo patrimônio histórico do país em 1980. A arquitetura dos casarões e sobrados está bem preservada.

O Restaurante Paraguassu
Saímos à noite para jantar no Restaurante Paraguassu, da excelente Pousada Refúgio da Serra. O restaurante é comandado pelo Chef André Chequer, possui um serviço bem treinado, cortês e eficiente, um cardápio variado, bastante elaborado e saboroso, valorizando os sabores da Chapara Diamantina. É uma experiência imperdível na região.

Leia mais:
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
Demócrito M. Santos
13 maio 2023Concordo plenamente, a 242 é uma vergonha, é um tapa na face do cidadão. Rodovia péssima, trânsito intenso, asfalto ruim. É um absurdo manter a Via Bahia.
Bruno Pereira Santos
08 maio 2023Uma sugestão é seguir na 116 e pegar a estrada do feijão (BA 052) até Ipirá e de lá pegar a BA 233 até Itaberaba. As duas estradas estão em excelente condições de tráfego. Costumo sempre ir por esse percurso.
Paulo cezar
07 maio 2023Espero que a cidade de Mucugê continue como está, patrimônio preservado com o tempo, sem grandes complexos de hotelaria e residências. Que a vegetação, a fauna e a flora nunca sejam alteradas.