O Muro de Berlim
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- joaquimnery
- 21 de outubro de 2012
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- Alemanha Destaques Europa
Hoje, continuamos com sorte. O tempo estava maravilhoso e o céu azul possibilitou boas fotos. Saímos para um tour de carro, com uma guia equatoriana, que tinha morado no Brasil e falava português. O objetivo era percorrer alguns lugares diferentes em relação aos passeios mais comuns da cidade.

A ênfase do dia foi sobre o período da Guerra Fria, quando a cidade permaneceu dividida em duas partes (Berlim Ocidental e Berlim Oriental). A decisão de dar a Berlim o mesmo tratamento da Alemanha do pós-guerra, quando o país ficou dividido em pedaços sobre a influência de URSS, EUA, França e Reino Unido, criou na cidade um clima de incerteza e fez dela um dos principais ícones da Guerra Fria.

No início a separação entre Berlim Ocidental e Berlim Oriental era feito por cercas de arame-farpado. A fragilidade da cerca e as constantes fugas de cidadãos da Berlim Oriental (comunista) para a Berlim Ocidental (capitalista) motivaram a construção de um muro separando os dois pedaços e isolando o território da Berlim Ocidental.

O Muro foi construído pelo governo comunista na madrugada do dia 13 de agosto de 1961 e tinha o objetivo de isolar a Berlim Ocidental e conter a fuga dos cidadãos da Berlim Oriental pela divisa entre as duas cidades. Famílias e amigos ficaram definitivamente separados e impedidos de se ver.

Durante 28 anos o Muro cumpriu o seu papel de isolamento da Berlim Ocidental. A Queda do Muro aconteceu em 9 de novembro de 1989, e deu início a uma série de manifestações e negociações para a reunificação da Alemanha, que somente aconteceu no ano seguinte.

Existem ainda muitas áreas em que pedaços do Muro de Berlim pode ser visto é como se fosse um museu a céu aberto e serve de reflexão e compreensão de um momento complexo da história alemã. Visitamos algumas dessas áreas. O Muro quando intacto, chegava a mais de 100km de extensão.

Na realidade eram dois muros em paralelo, separados por uma faixa que em alguns pontos podia chegar a 100m de largura, conhecida como Zona da Morte. Nessa faixa existiam patrulhas motorizadas, ficavam policiais da Alemanha Oriental (comunista) e qualquer cidadão que tentasse ultrapassar esse limite poderia ser morto pelo regime. Existiam postos de observação elevados que serviam para fiscalizar a área interna do Muro.


Em seguida fomos para o Memorial Soviético do Treptower Park, que foi criado logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1949, e era o principal memorial no lado oriental de Berlim. Foi construído não apenas como um memorial de guerra, mas também como um cemitério militar para cerca de 5 mil combatentes soviéticos que morreram nos dois meses da Batalha de Berlim no início de 1945.

O Memorial é gigantesco e um lugar de forte reflexão sobre os males da Guerra.

A nossa última visita importante em Berlim foi ao prédio do Parlamento Federal Alemão, o Reichstag. O prédio foi construído no final do século XIX e foi protagonista de um dos episódios marcantes na ascensão do nazismo. O incêndio que o prédio sofreu em 1933 serviu de pretexto para Hitler combater os comunistas e propor a assinatura de um decreto anulando muitos dos Direitos Humanos na Alemanha.

O prédio foi bastante danificado pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. A sua reconstrução aconteceu após a guerra, tendo sido reinaugurado em 1972, mas ele somente retomou as funções de parlamento Alemão em abril de 1999, já com a Alemanha reunificada.

Hoje é possível visitar o Reichstag. No seu interior, uma imensa torre de espelhos, no centro da cúpula de vidro, dá o tom de modernidade. Uma grande rampa permite a visitação até a parte mais alta do prédio. À medida que vamos subindo a rampa, um audioguia nos dá informações sobre o que vemos do lado de fora.

Amanha vamos deixar Berlim e fazer um giro pela Alemanha.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (2)
jamile
10 nov 2014Maravilhoso esse post.
xykosanto
08 nov 2014Republicou isso em xykosanto.