As ruínas de Pompéia
- 4491 Views
- joaquimnery
- 25 de janeiro de 2015
- 5
- Europa Itália Super Destaque
13/10/2014
Hoje foi um dia especial nessa nossa viagem pelo sul da Itália. Decidimos mudar radicalmente o roteiro que estava previsto. Saímos de Bari e seguimos para o norte, pela costa leste da Itália, em direção à Manfredonia, que fica na “espora da bota” italiana. Manfredonia deveria ser um caminho até a cidade medieval de Scanno, no centro da “bota”, onde seguiríamos de volta para Roma.

Depois de rodar 140 km em 2 horas de viagem, quando chegamos a Manfredonia, decidimos mudar toda essa parte final do roteiro. Dr. Eduardo e Dra. Marise Nery, que eram os nossos companheiros nessa etapa da viagem, demonstraram desejo em conhecer Pompéia e a Costa Amalfitana, avaliamos que seria mais proveitoso. A decisão final foi tomada quando chegamos ao hotel de Manfredonia, que ficava no meio de uma estrada e distante de tudo. Fizemos a volta antes mesmo do check-in, e rumamos em direção a Pompéia. Foram mais 240 km de estrada em 3 horas de viagem, mas sabíamos que iria valer a pena. Ligamos para a nossa Agência de Viagens, a Via Alegria, e pedimos para providenciar um hotel em Sorrento.

Chegamos a Pompéia no início da tarde e tivemos tempo suficiente para conhecer as ruínas mais famosas da Itália. Pompéia fica na região de Campanha, um pouco a sul de Nápoles. Recebe anualmente milhões de visitantes que vêm para conhecer um pouco da história do Império Romano, visível nas ruínas da antiga cidade de Pompéia que foi totalmente soterrada pelas cinzas, lavas e pedras vulcânicas na erupção do Vesúvio em 79 d.C..

A cidade antiga de Pompéia ficava próxima ao Vesúvio. Um vulcão inativo, mas que pode entrar em erupção há qualquer momento. Os vulcões podem ser classificados em ativos, inativos e extintos. Os extintos são aqueles cujas últimas erupções aconteceram a milhões de anos atrás, em períodos geológicos anteriores e que não têm mais chances de entrar em erupção, pode confiar. Os inativos estão adormecidos há alguns anos, mas por estarem em áreas geologicamente instáveis, podem entrar em erupção há qualquer momento, esse é o caso do Vesúvio. Os ativos têm erupções frequentes.

A mais violenta erupção do Vesúvio aconteceu em 79 d.C. e soterrou várias cidades e vilas, dentre elas Pompéia e Herculano. A última erupção do Vesúvio aconteceu em 1944. Os relatos mais importantes da erupção do Vesúvio foram feitos por um soldado romano, Plínio o Jovem, que estava com o seu tio, Plínio o Velho, também soldado romano, escritor e naturalista, que comandava uma frota em Miseno, a oeste de Nápoles. Os Plínios presenciaram uma das mais espetaculares erupções vulcânicas da era humana.

O Vesúvio explodiu, formou um mar de lavas e uma enorme nuvem piroclástica de cinzas e “bombas” vulcânicas , que cobriram as cidades que ficavam na sua base, sob mais de 6 metros de lavas e cinzas. O conhecimento sobre a erupção do Vesúvio se dá a partir de relatos de sobreviventes e da descrição da morte de Plínio, o Velho, em cartas feitas por Plínio, o Jovem para o historiador romano Tácito. Ainda hoje as erupções vulcânicas mais explosivas são chamadas de plinianas, em homenagem aos Plínios.

As Ruínas de Pompéia somente começaram a ser escavadas em 1748. As escavações mostram uma cidade que foi preservada no tempo pelas cinzas e lavas do vulcão. Muitas casas e palácios ainda preservam pinturas, esculturas e mosaicos espetaculares.

Para entrar nas ruínas de Pompéia existem várias opções, o mais correto é procurar a entrada principal. Como estávamos dirigindo e fizemos tudo de improviso nesse dia, paramos o carro no primeiro estacionamento que encontramos (existem dezenas) e entramos pela primeira portaria que vimos pela frente. Não foi uma boa opção, pois essa não tinha mapas nem folhetos que nos orientasse sobre o que iríamos ver. Entramos pelo final.

Entramos na área das ruínas pelo anfiteatro romano. Seguimos pelas ruas da antiga Pompéia, quando encontramos com um guia especializado nas ruínas, que ofertou os seus serviços. Topamos, acertamos o preço antes e seguimos com ele pelos caminhos de Pompéia. Foi a melhor coisa que fizemos, pois poupamos tempo e obtivemos informações preciosas que não teríamos se fizéssemos o percurso sozinhos.

Tivemos informações sobre a vida e a rotina dos romanos na cidade, como amarravam os seus cavalos nos passeios, como as carruagens passavam pelas ruas, etc.. Seguimos direto para uma das casas onde aparecem os incríveis corpos mumificados. Os habitantes de Pompéia foram surpreendidos pelas lavas do vulcão e tiveram os corpos mumificados pelas lavas. Muitos deles nas mesmas posições em que estavam dormindo.

Em muitas das casas de Pompéia existem afrescos pintados nas paredes com cores vivas e muito bem preservados. As lavas e cinzas contribuíram para isso.


Parte da antiga cidade de Pompéia ainda está soterrada e os trabalhos de escavação continuam. São trabalhos lentos e cuidadosos. Alguns arqueólogos defendem a ideia de que não se deva continuar com as escavações pois a melhor maneira de preservar Pompéia é deixá-la soterrada sobre as cinzas vulcânicas.

Algumas casas são amplas e demonstram riqueza, apresentando esculturas ainda muito bem preservadas, alguns móveis e diversos cômodos, outras são mais simples. É possível distinguir em Pompéia bairros nobres e pobres.

Uma das visitas mais impressionantes é às termas de Pompéia. Muito bem preservada, com um grande conjunto de esculturas e uma decoração arrojada. As termas eram locais de banhos coletivos, que faziam parte da rotina e da cultura dos romanos antigos.

A visita final que fizemos foi à região dos fóruns de Pompéia. Essa é a área mais bonita e imponente.

Saímos de Pompéia pela porta principal, por onde deveríamos ter entrado. Esse equívoco nos deixou num sufoco, pois não conseguimos achar o estacionamento onde deixamos o carros. Percorremos dezenas de estacionamentos e tínhamos a sensação de que o nosso carro simplesmente tinha sumido. Começou a anoitecer e bateu um desespero.

Somente por volta das 19h, depois de muito andar é que descobrimos que teríamos que dar a volta por fora de toda a área das ruinas para encontrar o estacionamento onde estava o nosso carro. Depois do alívio de encontrar o carro seguimos viagem para a Costa Amalfitana. Seguimos muito devagar, pois sabíamos que a estrada era sinuosa e perigosa. Já havia anoitecido quando chegamos a Sorrento, a primeira cidade da Costa Amalfitana e onde iríamos dormir.

Já era noite e dirigir nas estradas da Costa Amalfitana é meio complicado. Seguimos direto para o hotel. Não tivemos chance de escolher, pois decidimos alterar o roteiro de última hora. O Grand Hotel Hermitage fica fora da cidade, na beira da estrada. Possui uma boa vista para o mar, mas a localização é ruim. Não é recomendado ficar fora de Sorrento, ficamos isolados e não aproveitamos tanto a cidade.
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (5)
O Azul na Arte Pré-História – História das Artes Visuais 1
05 jun 2018[…] Ruínas de Pompeia. Disponivel em: https://umpouquinhodecadalugar.com/2015/01/25/as-ruinas-de-pompeia/ Acesso em 26 de Maio, […]
ELDA MARIA GUIMARÃES
13 jan 2017São as histórias contadas através do tempo!
Anônimo
27 out 2015Maravilhoso!Continue a fazer belas viagens culturais.Felicidades.sempre entro neste túnel do
tempo,através dos meios de comunicação.
flaviabraga
04 fev 2015Adoro suas viagens
Ilza
26 jan 2015Amei este lugar!!
Mais o mico de perder o carro no estacionamento, foi muito legal.
Obrigada pela bela Matéria.bjs