O Museu do Vaticano
25/09/2014
Começamos o dia visitando o Estado do Vaticano. Pegamos o metrô em Roma e seguimos até a estação Ottaviano San Pietro, a mais próxima dos Museus do Vaticano que seria o nosso primeiro destino.

O Vaticano é na prática uma estrutura murada que tem status de Estado soberano. É governado pelo Papa, que cumpre o papel de um monarca absoluto. É o menor Estado do mundo, com 430 mil metros quadrados e apenas cerca de 800 moradores. Apesar disso possui o seu próprio correio, banco, moeda e sistema judiciário.

Os Museus do Vaticano, a denominação é assim mesmo no plural, pois é formado por uma série de Museus instalados em Palácios construídos originalmente para os Papas do Renascimento, ficam na parte de trás do complexo formado pela Basílica, pelos aposentos papais e outras estruturas da cidadela Estado.

Quando nos aproximamos da entrada dos Museus, a imagem da fila é impressionante. Uma multidão. Tínhamos adquirido os ingressos antes, pela internet, a Via Alegria providenciou tudo para nós e não precisamos pegar aquela fila. Se tivéssemos que fazê-lo, provavelmente desistiríamos. Caso você vá visitar os Museus do Vaticano, não deixe de adquirir os ingressos com antecedência.


Os Museus são integrados e paga-se um único ticket para visita-los. São sete quilômetros de museus, é muito difícil visitá-los por completo, o ideal é definir algumas áreas de interesse e focar nesses espaços.

Percorremos a área dedicada às relíquias históricas egípcias, que são fantásticas. Múmias, sarcófagos, estátuas e outras preciosidades. Foram achados de escavações feitas no Egito nos séculos XIX e XX, além de acervos herdados da Roma Antiga.

Vimos a sala dos tapetes confeccionados por artesãos flamengos. A galeria dos mapas com afrescos no teto e mapas da Europa e da Itália, pintados nas paredes, com uma técnica tridimensional, a galeria das relíquias históricas com esculturas romanas, geralmente cópias de esculturas gregas, que têm mais de 2 mil anos.

Havia uma multidão visitando os Museus e todos se encontram na Capela Sistina, que fica superlotada e prejudica a concentração daqueles que querem se deliciar com os afrescos maravilhosos. É proibido tirar fotos na Capela Sistina, portanto as que estão aqui nesse post são retiradas da internet.

Apreciamos os trabalhos mais representativos da pintura de Michelangelo. O teto que foi pintado por ele, no local, deitado em andaimes, a pedido do Papa Júlio II, entre 1508 e 1512. Os painéis principais do teto mostram a Criação do Mundo e a Expulsão do Homem do Paraíso. Esses painéis são cercados por imagens representando o Velho e o Novo Testamento.
Recentemente as pinturas da Capela Sistina foram restauradas e revelaram cores maravilhosamente vivas. As modernas técnicas utilizadas na última restauração removeram camadas de verniz colocadas anteriormente e com isso conseguiram se aproximar dos tons originais. Alguns críticos dessa última restauração chegaram a apelidá-la de “Michelangelo Benetton”, pelos tons fortes das cores que foram encontradas.

As paredes da Capela foram pintadas por alguns dos maiores artistas do século XV, como Perugino, Botticelli e Signorelli, que retrataram a vida de Moisés e a de Cristo em paralelo. É aqui na Capela Sistina que os cardeais se reúnem para a escolha de um novo Papa, sempre que isso é necessário.

O destaque maior porém fica para o gigantesco afresco da parede do altar, onde Michelangelo produziu, entre 1534 e 1541, o fabuloso Juízo Final, a Obra Prima da sua maturidade artística. A obra foi encomendada pelo Papa Paulo III Farnese e foi executada por Michelangelo em sete anos. Ele trabalhou sozinho nesse projeto, até 1541.

O Juízo Final é uma pintura para aterrorizar os cristãos e reforçar a fé. Retrata as almas dos mortos subindo para enfrentar a ira de Deus no dia do juízo final. Michelangelo fez, no painel, um auto retrato na pele de São Bartolomeu.

Saímos dos Museus do Vaticano pela maravilhosa escadaria em forma de hélice dupla, formada por duas espirais, uma para descer e outra para subir, criada por Giuseppe Momo em 1932.

Leia também:
- A Barca de Caronte
- Botticelli
- Capela Sistina
- Criação do Mundo
- Cristo
- Deus
- Egito
- Estação Ottaviano
- Estado do Vaticano
- Europa
- Expulsão do Homem do Paraíso
- Giuseppe Momo
- Itália
- Múmias
- Michelangelo Benetton
- Michelângelo
- Moisés
- Museu do Vaticano
- Museus do Vaticano
- Novo Testamento
- O Juízo Final
- Papa Júlio II
- Papa Paulo III
- Perugino
- Renascimento
- Roma
- Roma Antiga
- Sarcófagos
- São Bartolomeu
- Signorelli
- Vaticano
- Velho Testamento
- Via Alegria
Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (4)
joaquimnery
23 set 2018Obrigado pela correção.
Cris
12 set 2018A foto que vc colocou não é do teto da Capela Sistina, e sim uma paródia dela retratando vários esportes e atletas.
rudolpho morello
27 ago 2015Tive a oportunidade de conhecer Roma com minha esposa em viajem de lua de mel em janeiro de 2015, ficamos encantados com a beleza da cidade. Os Museus Vaticanos em particular, foram um experiência edificante e alegre em nossas vidas !
Spake
27 out 2014Obrigado por me ter proporcionado rever o que já visitei acerca de dez anos. A visita aos Museus do Vaticano é tão absorvente e maravilhosa que vale repetir, sempre. Sou fã incondicional das suas publicações; com elas eu percorro o mundo.