Preikestólen, a Pedra do Púlpito
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- joaquimnery
- 16 de outubro de 2016
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- Destaques Europa Noruega
10/07/2016
Estávamos em Stavanger, na Noruega. Uma cidade de 130 mil habitantes. É a terceira maior do país. Fica na porção sul e aparece nos roteiros turísticos por ser o ponto de partida para algumas das principais trilhas em busca das atrações naturais mais radicais, como as grandes pedras: Preikestólen (Pedra do Púlpito) e Kejerag (Pedra da Fenda).

O nosso principal objetivo em Stavanger era conhecer a Preikestólen, a Pedra do Púlpito. Foi isso que fizemos logo pela manhã. Pegamos todas as informações necessárias e saímos para acessar a trilha que leva ao alto da pedra. Tínhamos alugado um carro e portanto nos viramos sozinhos.

Rodamos 40 km até a localidade de Lauvik, na beira do Fiorde de Lyse, onde fica a Preikestólen. Em Lauvik pegamos um Ferry-boat para atravessar o fiorde. Do outro lado seguimos até um camping na base da trilha para a Pedra do Púlpito. São mais 20 quilômetros até começar a subida de quatro quilômetros para o alto da pedra.

Estava chovendo muito e a trilha foi bastante difícil. É muito bem sinalizada e construída para facilitar a vida dos visitantes, não existe necessidade de guia. Boa parte da trilha é de pedras que foram postas aí para fazer o caminho. Na subida porém, existem desníveis íngremes e como estava chovendo bastante, ela ficou ainda mais puxada.

Apesar das dificuldades, havia uma multidão subindo e descendo a trilha. Famílias inteiras. Crianças, bebês de colo e até cachorros, muitos cachorros, fazem a trilha com os seus donos.

Existem dois grandes desníveis e uma terceira subida bem extensa. Quando chegamos lá em cima, tudo vale a pena, pois a visão da Pedra do Púlpito é magnífica. Não pegamos aquele céu azul das fotos de propaganda da Noruega, mas vencer o desafio é um momento de êxtase.

Sempre achei que ao chegar na Pedra do Púlpito, não teria coragem de me aproximar da borda, mas acho que a “adrenalina” da subida com dificuldades superou o medo. Fiz aquela foto clássica na borda do precipício, que despenca de uma altitude de 604 metros, em queda livre e vertical, até o Fiorde de Lyse.

Ficamos 40 minutos lá em cima e começamos a descer. Foram mais duas horas de descida, quatro horas e meia no total, entre a subida, a contemplação e a descida.

A descida é ainda mais difícil. Estava chovendo bastante, as pedras estavam escorregadias, a trilha ficara perigosa, frequentemente algumas pessoas escorregavam e caiam. Havia sério risco de acidentes. Em alguns trechos a trilha tinha se transformado em corredeiras e pequenas cachoeiras. A sensação era de que poderíamos ficar isolados no alto da Preikestólen. O desnível das pedras machucava os joelhos e as articulações. Conseguimos vencer o desafio, mas chegamos destruídos na base da trilha.

Almoçamos no camping que existe por aí e voltamos para Stavanger, mais uma hora e meia de viagem. Não conseguimos fazer mais nada. Fomos descansar para o dia seguinte. A subida à Preikestólen e a contemplação lá de cima é uma das grandes aventuras do Planeta Terra.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comments (3)
joaquimnery
18 out 2016Obrigado Fernanda, continue acompanhando. Um abraço.
Fernanda
17 out 2016Adoro seu livro e seus textos! Assim conhecemos mais sobre os cantos do mundo!
mariel
16 out 2016Minha nossa, que pedaço mais incrível do mundo