O Museu Guggenheim de Bilbao
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- joaquimnery
- 7 de agosto de 2022
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Dia 15 de abril de 2022
Bilbao
A cidade de Bilbao possui quase 1 milhão de habitantes na sua zona metropolitana, é a maior da Comunidade Autônoma do País Basco. Fica na costa norte da Espanha, banhada pelas rias do Mar Cantábrico. A condição portuária foi o principal fator de crescimento da cidade ao longo da sua história. A lã e o ferro eram os dois principais produtos comercializados a partir de Bilbao. O ferro e em especial a indústria metalúrgica, potencializaram a economia de Bilbao, no século XIX e primeira metade do século XX.

A “Cidade do Ferro”
A “Cidade do Ferro” viveu um forte crescimento demográfico na primeira metade do século XX, o que resultou num centro urbano inchado, poluído e feio. Essa imagem de Bilbao mudou bastante nos últimos anos, desde a década de 90, com a crise da indústria metalúrgica. Com a implantação do Museu Guggenheim e outros projetos de requalificação, Bilbao começou a se transformar numa cidade essencialmente voltada para o turismo.

A metamorfose de Bilbao
A Bilbao moderna esqueceu a indústria e se tornou uma cidade de serviços, especialmente dedicada ao turismo. Possui avenidas largas, belos parques e uma áurea de bem-estar pairando no ar. O Museu Guggenheim fez parte desse plano de modernização da cidade de Bilbao. Foi o início dessa metamorfose, que incluiu também a recuperação do centro histórico e a requalificação urbana da cidade.

Uma visita imperdível
Existem destinos turísticos que são visitados apenas por causa de uma atração. Esse é o caso de Bilbao. Muitos turistas vão à cidade apenas para ver e eventualmente visitar o Museu Guggenheim Bilbao (IMPERDÍVEL). Esse era o nosso caso. Só soubemos que a visita ao Guggenheim era imperdível depois que entramos no edifício. Como visitar o Guggenheim era o nosso foco e estávamos hospedados a 500 metros do Museu, saímos cedo, pela manhã, diretamente para conhecer a admirar um dos mais enigmáticos e magníficos edifícios de arquitetura moderna do mundo.

O Museu Guggenheim Bilbao
Quando nos aproximamos do edifício ele vai ficando cada vez mais enigmático e encantador. Externamente é coberto por gigantescas placas finas de titânio, curvadas e com cores diferentes, lembrando escamas de peixes. Muitos estruturalistas, especialistas, duvidaram da capacidade executiva do Museu, quando o projeto começou a ser divulgado.

Espetacular por fora e excelente por dentro
O Museu foi implantado na margem do Rio Nervión e fez parte do plano de revitalização da área. A visão do edifício, do outro lado do rio, lembra um navio ancorado na margem, em homenagem ao passado portuário de Bilbao. É muito comum os turistas e visitantes do Museu, passarem muito tempo circulando em volta do edifício, para admirá-lo de todos os ângulos. A decisão sobre parar de apreciar a área externa e entrar no museu, é difícil.

O mais famoso projeto de Frank Gehry
O museu faz parte de um conjunto de outros cinco, pertencente à Fundação Solomon R. Guggenheim, espalhados pelo mundo. O projeto arquitetônico é do arquiteto canadense, naturalizado americano, Frank Gehry. Começou a ser construído em 1992 e inaugurado em outubro de 1997, transformou Bilbao, numa das cidades mais visitadas da Espanha. Frank Gehry é especialista no uso de formas ousadas e de materiais incomuns. O Museu Guggenheim Bilbao é um dos seus projetos mais famosos.

O átrio central
Do átrio central, 50 metros de altura que lembra uma flor cheia de curvas, partem passarelas para os três níveis do Museu. Algumas das obras expostas ali, fazem parte de exposições temporárias. O grande desafio do Guggenheim Bilbao é que muitos consideram que o edifício é mais importante que o seu acervo. Os organizadores do museu, porém, procuram revezar acervos temporários que se tornem cada vez mais atraentes.

“La materia del tiempo”
Dentre as obras de arte moderna e contemporânea que estão em exposição permanente no Museu Guggenheim Bilbao, destaca-se a La materia del tiempo de Richard Serra. Um conjunto de sete esculturas gigantes, feitas em aço, sob encomenda para o Museu, que ficam num enorme salão do primeiro piso, ao lado de uma outra obra do mesmo artista, denominada “serpente”. As placas de aço formam um labirinto interativo entre as sete esculturas. Os visitantes são “convidados” a passar entre elas e vivenciam essa experiência.

A “Motion, Autos, Art, Architeture”
A exposição temporária que estava em destaque quando visitamos o Guggenheim, foi uma mostra fantástica de carros antigos, a “Motion, Autos, Art, Architeture”, organizado pela Fundação Norman Foster e que faz uma leitura completa da história da indústria automobilística. A exposição estava ocupando todo o segundo andar do Museu, possuía 38 automóveis raríssimos e mais de 300 obras de arte como pinturas, esculturas, fotografias, filmes, etc.

As Galerias do Guggenheim
Os três andares do Museu são interligados por passarelas, escadarias e elevadores. As galerias são espaçosas e mesclam obras históricas da arte espanhola, com artistas contemporâneos mundiais. O Guggenheim ocupa uma área de 24 mil metros quadrados e possui 20 galerias onde são expostas pinturas, esculturas e instalações de vídeo-arte. Dentre os artistas em exposição destacam-se as obras de Andy Warhol, Basquiat, Antoni Tàpies e Yoko Ono.

“Arcos Rojos”
A área externa do Museu também é repleta de obras de arte. Destaca-se a “Ponte de La Salve”, que serve de sustentação para um viaduto ao lado do museu, onde fica a obra de Daniel Buren intitulada “Arcos Rojos”, que completa o visual externo.

O outro lado do Rio Nervión
Depois de visitar o Museu, estávamos cansados, mas atravessamos a ponte para ver o Guggenheim Bilbao do outro lado do Rio Nervión. A imagem é ainda mais encantadora.

A grande aranha do Guggenheim
Na parte de trás do Museu, em frente ao Rio Nervión fica a escultura “Maman”, uma enorme aranha, da artista plástica americano-francesa Louise Bourgeois.

O “Tulip Bouquet”
Também na parte de trás do Museu fica o “Tulip Bouquet”, uma escultura bastante colorida do artista americano Jeff Koons, que dá um charme colorido ao ambiente.

“Puppy”, o cachorro de flores
Na frente do Museu fica a obra mais famosa dos entornos. O Puppy, também do artista e escultor Jeff Koons. Um cachorro da raça Highland Terrier, florido, que virou símbolo da cidade e onde todos param para fazer as fotos de recordação. A estrutura da escultura é de aço inoxidável e argila. Possui uma irrigação interna para manter as 70 mil flores que decoram a escultura de 16 metros e 15 mil toneladas. O Puppy muda de cor, de acordo com o desenvolvimento e substituição das flores, que são renovadas duas vezes por ano.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.