São Petersburgo, uma das “Venezas” do norte
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- joaquimnery
- 23 de agosto de 2016
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- Destaques Europa Rússia
O Rio Neva
26/06/2016
Pegamos um barco no Cais do Almirantado, para fazer um tour complementar pelo Rio Neva. Em função da grande quantidade de canais que estão emaranhados por São Petersburgo e por estar localizada a 60º de latitude norte, bem perto do Círculo Polar Ártico, a cidade já foi também apelidada de “A Veneza do Norte”, como Bruges e Amsterdam. Pedro, O Grande e a sua paixão pela Europa, e em especial por Amsterdam, a concebeu assim.

O Rio Neva é largo, caudaloso, imponente e majestoso. Possui inúmeros braços e isso possibilitou a construção da cidade, com dezenas de pontes e canais navegáveis. De qualquer lado do Rio Neva pode-se ver a grandiosidade da arquitetura de São Petersburgo, com os seus palácios maravilhosos.

O Museu Hermitage
Começamos a navegar pelo Neva e logo na saída demos de cara com a magnitude do Palácio de Inverno de Catarina, A Grande. É aí que fica o Museu Hermitage com as suas fantásticas coleções de arte. O Palácio de Inverno cresceu e foram anexadas novas alas, dentre elas o Teatro de Catarina.

Navegávamos num barco raso e de pouca altura, possibilitando passar por baixo das inúmeras pontes do Rio Neva. Estas pontes são levadiças. Permanecem fechadas durante o dia e são abertas, todas ao mesmo tempo, das 1:30h às 5:30h da manhã. A abertura viabiliza a passagem de uma enorme procissão de grandes navios cargueiros e de Cruzeiros. Durante esse período, os dois lados da cidade ficam incomunicáveis para carros. O espetáculo das pontes levadiças sendo abertas é uma das atrações turísticas da cidade. Um multidão se reúne nas madrugadas de verão para aproveitar as “noites brancas” e ver o espetáculo da iluminação sobre as pontes.

Na beira da Fortaleza de São Pedro e São Paulo existe uma das poucas praias do Neva. Os russos usam a areia para se divertir no curto espaço de verão que possuem.

Após o passeio pelos canais de São Petersburgo e pelo Rio Neva, seguimos caminhando pela Avenida Nevirsky e aproveitando ainda mais dos seus palácios e casarões com arquitetura maravilhosa.

Alexandr Pushkim
Numa das entradas na Nevirsky, seguimos até a Praça das Artes, onde está a estátua do mais famoso poeta russo, Alexandr Pushkim, que viveu em São Petersburgo no século XIX. A tragédia da morte de Pushkim, após um duelo com um oficial francês, motivado por ciúmes da sua linda mulher, Natália Gontcharôva deu força à imagem lendária do poeta Pushkim.

Também ao lado da principal avenida de São Petersburgo fica a Praça Ostróvski, com a famosa estátua monumento de Catarina II, também conhecida como Catarina A Grande. Na base da estátua, as figuras de alguns dos seus mais próximos auxiliares. Muitos boatos citam os seus auxiliares como amantes no seu tempo.

Templo da Ressurreição de Cristo
Seguimos adiante e pegamos uma chuva inesperada. O tempo em São Petersburgo pode mudar sempre muito rapidamente. Estávamos orientados a ter um guarda-chuvas sempre em mão. Não seguimos o conselho e fomos surpreendidos, mas não dava para fugir dos nossos caminhos.

Aproveitamos a chuva para entrar na espetacular Catedral do Sangue Derramado ou Templo da Ressurreição de Cristo. A Catedral fica ao lado do Canal de Catarina. Foi construída numa clara inspiração da Catedral de São Basílio em Moscou, no final do século XIX, numa tentativa de São Petersburgo, em retomar o estilo arquitetônico russo e fugir um pouco dos estilos europeus que marcam a maior parte da cidade. A Catedral de São Basílio de Moscou é do século XVI.

O Templo recebeu o apelido de Catedral do Sangue Derramado porque foi construída no mesmo local onde houve o assassinato, por terroristas russos, do Imperador Alexandre II. Durante muito tempo, o sangue de Alexandre ainda estava preservado no piso da Catedral.

A Catedral é ricamente decorada por lindos mosaicos e azulejos. Isso contribuiu para que ela fosse salva da destruição durante o período comunista na União Soviética.

O interior da Catedral é riquíssimo, com lindos mosaicos e uma grande quantidade de ícones, confirmando o estilo das catedrais russas.

No interior, um rico dossel foi implantado no lugar da morte de Alexandre II. Era na base do dossel que o sangue de Alexandre podia ser visto.

Após a visita à Catedral voltamos para a Nevirsky. Paramos na Ponte Anitchkov, para fotografar as famosas esculturas dos domadores de corcéis, do escultor russo Piotr Klodt.

A Casa da Companhia Singer
Ainda na Nevirsky paramos em frente à Casa da Companhia Singer, um dos edifícios mais emblemáticos de São Petersburgo. Esse edifício foi construído no início do século XX, pelo arquiteto Pavel Susor, para a companhia americana de máquinas de costura, Singer. Seguia estilos americanos de Chicago, usando uma predominância de aço e vidro. Hoje em dia, o edifício sedia uma grande livraria “Casa do Livro” e continua sendo um dos símbolos da cidade.

Paramos para jantar num bom restaurante russo, o Katiuska, localizado no meio da Avenida Nevirsky. Pegamos um metrô de volta para o hotel e já estávamos achando tudo muito fácil.

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Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.
Comment (1)
Clinio Bastos
26 jun 2018Sempre muito detalhista, nos dando informações que seguramente enriquecem o conhecimento dos viajantes!!