Atravessando a Swazilândia
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- joaquimnery
- 7 de março de 2021
- África África do Sul Super Destaque Swazilândia
03 de julho de 1995
Chegando à Swazilândia
Estávamos em Durban, na costa leste da África do Sul, na orla do Oceano Índico. Saímos cedo, às 7:15h, com destino à Swazilândia. Esse pequeno país africano fica no caminho entre Durban e o Kruger National Park. A viagem era longa até Mbambane, a capital do país, onde ficaríamos hospedados naquela noite. Passamos pelos grandes canaviais da província do Kwazulu Natal, onde vive o povo Zulu. São áreas muito pobres do país, sobretudo quando comparamos com o sul da África do Sul, de onde estávamos vindo. Por todo o caminho víamos as casas de taipa que caracterizam as tribos zulus.

Fizemos uma primeira parada no Parque Nacional Hluhluwe (xuluexulue), uma reserva de animais famosa pela presença do Rinoceronte Branco, um animal ameaçado de extinção e bastante raro nas reservas de animais africanas. Vimos os primeiros animais selvagens nos seus habitats naturais, zebras, javalis, gnus, girafas, impalas, crocodilos e rinocerontes brancos.

Os Rinocerontes Brancos
Os Rinocerontes Brancos e os Negros, são ambos, cinza. A cor é a mesma e a denominação não tem nada a ver com a cor do bicho, foi um erro de interpretação no início da sua denominação pelos povos europeus. O rinoceronte branco tem uma boca maior, pois come capim, e por isso mais assustadora que o rinoceronte negro, que come arbustos e possui uma boca menor.

O primeiro naturalista a descrever a diferença entre os dois, chamou o rinoceronte branco de “Wild Rhino”, (rinoceronte selvagem), pois tinha uma boca mais assustadora. Na Europa, aqueles que ouviram, entenderam como “White Rhino” (rinoceronte branco), em consequência, o outro passou a ser chamado de rinoceronte negro. Estórias da África, mas ambos são cinza escuro. Dos dois, o rinoceronte negro é menor e o mais agressivo.

Ao sairmos da Reserva Hluhluwe fomos até uma aldeia zulu adaptada para receber turistas, onde almoçamos e fizemos uma visita completa acompanhados por um guia da aldeia que nos mostrou as principais características da cultura zulu. Observamos a fabricação das armas, visitamos as casas típicas e participamos de uma apresentação de danças zulus. Em seguida, seguimos viagem.

Os zulus são um dos maiores povos da África do Sul. Vivem sobretudo na parte leste do país e em países vizinhos, como Swazilândia, Moçambique, Lesoto e Zimbábue. A população de origem zulu, corresponde a aproximadamente 22% do total da África do Sul.

Swazilândia
Quando entramos na Swazilândia já percebemos claramente a diferença econômica, social e cultural entre os dois países. A Swazilândia é um país pequeno e montanhoso, um dos mais pobres do mundo e fica encravado no território da África do Sul, fazendo, também, divisa com Moçambique. O país é uma das poucas monarquias tradicionais do continente africano, governado por um rei Swazi e mantém tradições como a poligamia e crenças primitivas.

À noite, chegamos ao Hotel Lugogo Sun, em Mbabane, a capital da Swazilândia. O hotel nos surpreendeu. Parece um oásis de luxo no meio de um deserto de pobreza. Vive do cassino e de ser uma passagem entre o sul e o norte da África do Sul. Fomos ao cassino e tivemos sorte. Ganhamos aproximadamente U$140,00.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.