TESOUROS DA MEDINA DE FEZ
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- joaquimnery
- 12 de junho de 2018
- Marrocos
05 de abril de 2018
Em um dos becos da Medina de Fez encontramos uma clepsidra, um inusitado e espetacular relógio de água que funciona por gravidade e de origem secular, na fachada de uma Madrassa, possui o mesmo princípio de uma ampulheta.

Chegamos à Madrassa El-Attarine, construída em 1325 e que funciona até os dias atuais. Fica no coração da Medina. As Madrassas são escolas religiosas islâmicas que ensinam o alcorão. No pátio da Madrassa destacam-se os ricos trabalhos com mosaicos de azulejos e em madeira, que foram restaurados no século XX, estão bem preservados e podem ser visitados.

Saímos da Madrassa de Fez e fomos almoçar no excelente restaurante La Medina, dentro de um Riad antigo, com excelente decoração. Provamos o cucus marroquino preparado numa Tagine, uma espécie de panela de barro com tampa cônica que aparece em todo o país e é um dos destaques da culinária local. Ali dentro eles cozinham a carne de boi, cordeiro e frango além de verduras variadas.

Após o almoço seguimos pelos becos da Medina até uma fábrica com artesanatos de metais. Os artesãos, batedores de cobre, estão por todos os lados na Medina de Fez.

Fomos até um museu dedicado a objetos de madeira recolhidos nos Riads de Fez. No alto do Museu podemos ter uma primeira visão da Grande Mesquita de Fez.

Passamos pela área do antigo hospital psiquiátrico de Fez, considerado o mais antigo do mundo. O Maristan Sidi Frej foi construído em 1286 e funcionou até 1944. O modelo do Maristan foi copiado para o primeiro hospital psiquiátrico da Europa, instalado em Valencia, na Espanha em 1410.

A Mesquita Al Quaraouiyine é uma das maiores da África, com capacidade para até 20 mil pessoas. Hoje a Mesquita fica escondida pelo emaranhado de casas ao seu redor e é difícil de ser fotografada. Não é permitido o acesso ao seu interior para não muçulmanos. Dá para observar a partir do portão de entrada ou do alto de alguma construção nos arredores.

Ao lado da Mesquita fica a Universidade Quaraouiyine, considerada a primeira Universidade do Mundo pelo livro Guiness dos Recordes. A Universidade foi fundada em 859 como parte de uma mesquita. Possui uma biblioteca impressionante fundada no século XIV e que tem uma grande quantidade de manuscritos e livros raros.

Saímos da porta da mesquita e continuamos pelos becos e ruelas até uma fábrica de tapetes instalada em um dos Riads da cidade. Os tapetes são bastante tradicionais no Marrocos.

A última visita que fizemos na Medina foi ao curtume da cidade, o mais famoso cartão postal de Fez. Na beira do curtume, muitas lojas de roupas de couro convidam os visitantes a subir e entrar para ter a melhor vista panorâmica dos imensos caldeirões coloridos onde o couro é tingido. O cheiro é forte e para alguns, insuportável.

Na descida da visita ao terraço de onde se pode obter belas fotos do curtume, paramos numa fábrica de casacos e roupas de couro. À noite fomos jantar no Restaurante Palais Medina, com músicas e danças típicas. Não gostamos do restaurante. Serviço ruim, show e comida também.

Joaquim Nery Filho é geógrafo, agente de viagens e empresário do showbusiness. Apaixonado por viagens e fotografia.